Chamados a rezar pelas vocações

Estamos celebrando o 3o Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que tem por tema “Vocação: Graça e Missão”, e por lema, “Corações ardentes, pés a caminho”. Dois ícones bíblicos iluminam este Ano Vocacional, a saber: o evangelista Marcos  (Mc 3,13-19), onde Jesus chama os seus discípulos para estarem com Ele; e o evangelista Lucas (Lc 24,13-35), no belo e profundo texto de Emaús, que nos mostra o coração dos discípulos que ardem após escutar Jesus que lhes falava das Escrituras. E, após reconhecerem Jesus ao repartir o pão, retornam rapidamente para Jerusalém e anunciam que Cristo está vivo. A graça do encontro com Cristo faz arder o coração e coloca os pés dos discípulos a caminho, expressão da missão que vem do Ressuscitado.    

O Texto Base do 3o Ano Vocacional nos pede, entre os seus objetivos específicos: “Intensificar a prática da oração pelas vocações em todos os âmbitos: pessoal, familiar e comunitário. O mandamento de Jesus, expresso em Mateus (9,38) e Lucas (10,2), de rezar pelas vocações, não poderia faltar… A oração nos aproxima de Deus e desperta em nós o sentido da corresponsabilidade” (n. 15). Sim, não há ação evangelizadora ou iniciativa pastoral que subsista sem a oração. Por isso um dos apelos e compromissos fundamentais na vida eclesial é rezar pelas vocações. Somos chamados a rezar pessoalmente. Cada um tem a responsabilidade de dizer cada dia: eis-me aqui, Senhor, chama-me, envia-me, estou à tua disposição. E rezar também pela vocação de cada irmão, de cada irmã, que despertem e respondam ao chamado de Deus em Jesus Cristo. Neste sentido, rezar é abrir-se às luzes do Espírito Santo para que se possa discernir qual o caminho que se deve seguir e a missão a realizar. A oração pessoal se completa na família, berço e sementeira das vocações, a igreja doméstica, e se plenifica na oração comunitária. Nestes ambientes, familiar e eclesial, podemos escutar o chamado de Deus e responder com amor. É na comunidade que se revela e se expressa a riqueza e a diversidade de dons, carismas e ministérios. A oração nos aproxima de Deus e nos leva à comunhão com ele e com os irmãos. Rezar pelas vocações é corresponsabilidade de todos nós.   

De fato, o mandato da oração vem do próprio Jesus, que, ao ver as multidões, cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor, diz: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita” (cf. Mt 9,35-38). O evangelista Lucas, ao falar da escolha e do envio dos discípulos, diz a mesma coisa: “Pedi, pois, ao Senhor da colheita…” (cf. Lc 10,1-2). Rezar pelas vocações é confiar em Deus, o Senhor da colheita, mas é também saber que pela nossa vida de oração e na missão somos convidados a participar desta obra, que também é nossa. É um convite para abrir o coração, deixar-se tocar pelo chamado de Deus, acolher as inspirações do Espírito e responder com alegria e generosidade. Não vamos nos eximir, nem fugir daquilo que nos compete e expressa nossa participação e comunhão. 

Neste Ano Vocacional, vamos intensificar a oração pelas vocações e pedir que as famílias e comunidades cristãs vivas, fervorosas e felizes, se tornem fontes de vida fraterna e suscitem em muitos o desejo de se consagrarem a Deus e ao serviço da evangelização. E peçamos com fé. Enviai, Senhor, muitos trabalhadores para a vossa colheita.

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