Confiar e esperar no Senhor

6º DOMINGO DO TEMPO COMUM 13 DE FEVEREIRO DE 2022

A um homem de fé podem se insinuar dúvidas sobre se vale a pena confiar e permanecer com Deus. A doença, a ruína econômica e os maus resultados na profissão, na família ou na Igreja podem contribuir para isso. O quadro fica ainda mais negativo quando se olha ingenuamente para a felicidade enganosa dos que não seguem a Deus, que o rejeitam ou praticam injustiças.

Para nos livrar da tentação do desânimo, a Escritura contrasta o destino dos justos e o dos maus! “Feliz o homem que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, mas encontra seu prazer na lei de Deus” (Sl 1,1-2). Acalmando o coração dos fiéis, o Salmo 1 assegura que, apesar da aparente felicidade, “os ímpios não resistem no juízo, nem os perversos. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte” (Sl 1,5-6).

Deus ainda adverte: “Maldito o homem que confia no homem e faz consistir sua força na carne humana, enquanto o seu coração se afasta do Senhor” (Jr 17,5). Confiar “no homem” e “na carne” aqui significa se apoiar em falsas “seguranças” que não são Deus: ídolos, bens materiais, saúde, beleza, dinheiro, poder, admiração e afeto dos homens. Tudo isso possui valor relativo e passará; nada disso poderá nos salvar! Ao contrário, é “bendito o homem que confia no Senhor, cuja esperança é o Senhor” (Jr 17,7).

Jesus faz um contraste semelhante no Evangelho: “Felizes vós, os pobres (…) Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação!”; “Felizes vós que tendes fome (…) Ai de vós, que agora tendes fartura, porque passareis fome!”; “Felizes vós que chorais (…) Ai de vós, que agora rides, porque tereis luto e lágrimas!” (Lc 6,21-26). O Senhor não condena os bens materiais, a comida, a alegria e a boa fama, que são coisas boas. Apenas quer recordar que “a figura deste mundo passa” (1Cor 7,31) e devemos nos apoiar Nele! A real felicidade está na comunhão com Deus e na salvação eterna; estas, por sua vez, são incompatíveis com as aspirações mundanas.

As “bem-aventuranças” propostas pela mídia, pela publicidade e pelos governantes-sem- -Deus são autoafirmação, dinheiro, sexo livre, reivindicação de “direitos” egoístas e falsos, autocompaixão, visualizações na internet mesmo que ao sacrifício do bom gosto e da decência… Quem vive essa mentira, porém, é “como palha seca espalhada e dispersada pelo vento” (Sl 1,4). Para tal ilusão, valem as palavras de Jesus: “Aquilo que é exaltado entre os homens é abominável aos olhos de Deus” (Lc 16,15).

Ao contrário, o Senhor ensina: “Felizes sereis quando vos insultarem, expulsarem e amaldiçoarem por causa de Mim”. O mundo odeia o que é bom, justo e santo. Quem for fiel será desprezado ou perseguido. Mas, para os que cedem à tentação de se desviarem da verdade para agradar o mundo – quiçá sob o pretexto do diálogo –, vale a advertência do Senhor: “Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que tratavam os falsos profetas” (Lc 6,26).

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