‘Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o’

Eucaristia é a celebração da aliança de Deus com a humanidade, selada no sangue de Jesus. Estamos nos preparando neste tempo de Quaresma para celebrar a Páscoa do Senhor. Na oração intensa e no amor aos irmãos, somos chamados a nos converter, deixando-nos iluminar pela Palavra de Deus. Uma boa notícia nos é dada: “Este é o meu Filho, o Eleito”. E um convite irrecusável: “Escutai-o”.

No 2o Domingo da Quaresma, a primeira leitura do livro do Gênesis (Gn 15,5-12.17-18) recorda a história da salvação em que Deus faz aliança com Abraão e lhe revela o seu projeto de amor, lhe faz uma promessa e lhe dá um sinal de esperança.

Os anseios são acolhidos, antes de tudo, uma descendência: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz. Assim será tua descendência” (cf. v. 5). Abraão acreditou, teve fé. E depois, uma terra para seu povo, pelo Senhor é pro- metida: “para te dar esta terra em posse” (cf. v. 6). Uma aliança é firmada, e, nos sinais do braseiro fumegante e da tocha de fogo, se revela o Deus fiel que caminha com o seu povo: “Naquele dia, Deus fez aliança com Abrão” (cf. v. 18). No texto do Evangelho de Lucas (Lc 9,28b-36), é Jesus, o Filho Amado, a nova e plena aliança com a humanidade. Na montanha, em oração, encontramos a transfiguração de Jesus, que é preparação para o caminho da plena libertação, a sua paixão, morte e ressurreição. O Eleito de Deus toma consciência de sua morte libertadora, seu rosto muda de aparência, suas vestes brilham, pois Nele se revela a plenitude da salvação divina. A presença de Moisés e Elias, a Lei e os Profetas, testemunham que Jesus veio para libertar mediante a entrega de sua vida, e concretizava as antigas promessas. No sinal da nuvem, Deus Pai dá testemunho, de- clara ser o seu Filho Amado, o Escolhi- do. O Pai tudo confiou a seu Filho, e Jesus tudo realizou, pois veio fazer a sua vontade. O convite é solene e decisivo: “Escutai-o” (v. 35). Jesus comunga com o projeto do Pai na oração, seu êxodo libertador passa pela morte, e alcança a plena ressurreição, e ascensão aos céus. A atitude de fé, característica de Abraão (cf. a primeira leitura), contrasta com o medo e o silêncio dos discípulos: “Os discípulos ficaram calados…” (cf. v. 36).

Na segunda leitura de Filipenses (Fl 3,17-4,1), vemos o alerta de Paulo contra “os inimigos da cruz de Cristo” (v. 18), os que negavam o valor do mistério pascal. E afirma, então, que “nós somos cidadãos do céu” (v. 20), e temos, como único Salvador, Jesus Cristo. Como Ele glorioso, seremos também nós glorificados. O convite do Após- tolo é dirigido também a todos nós: “Continuar firmes no Senhor, ó meus queridos” (4,1). Sim, vamos continuar firmes e perseverantes na fé e no amor, pois Deus permanece fiel à sua Aliança e a seu Filho Eleito. Somos chamados a escutar e praticar sua Palavra, que é de vida eterna. Somos cidadãos do céu, do Reino de Deus.

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