A Derci, do bairro de Itaquera, me escreve dizendo que algumas pessoas evangélicas em sua família dizem que o jejum e a abstinência que nós, católicos, fazemos na Quaresma não estão de acordo com a Palavra de Deus. “Dizem que Jesus não quer nosso sacrifício. É verdade?”.
Primeiramente, Derci, que pena que ainda haja quem conteste o que nós, católicos, aprendemos diretamente da Bíblia. Jesus não jejuou 40 dias no deserto? Jesus não disse que há certos demônios que só se expulsam com muita oração e jejum?
O jejum e abstinência educam nossa vontade para querermos só o que Deus quer. O jejum e a abstinência de carne nos purificam e nos fazem mais próximos de Deus. O jejum e a abstinência de carne estão presentes em toda a Bíblia como ritos de purificação. Como, então, não estão de acordo com a Palavra de Deus?
Na Bíblia, minha irmã, você encontrará dezenas de citações sobre a importância do jejum. Jesus, porém, critica o jejum feito somente para aparecer. Ele chega mesmo a dizer que quando nós jejuarmos, devemos perfumar a cabeça, mostrar um rosto alegre e sereno. Assim, ninguém vai nos elogiar pelo sacrifício que estamos fazendo e o Pai do céu, que vê o que está escondido, nos dará a recompensa.
Derci, espero que seus parentes evangélicos parem de criticar a nossa fé e nossos atos de fé e espiritualidade sem conhecê-los. Aliás, nós, católicos, temos que ser mais firmes e decididos em nossa fé e deixarmos de nos sentir acuados quando ouvirmos mentiras contra a nossa Igreja. É preciso respeitar as opções de fé das pessoas. Isso vale para nós, católicos, e vale também para os evangélicos, para que parem de nos insultar e criticar nosso jeito católico de viver o que Jesus ensinou no Evangelho.