Por que a Comunhão não é dada nas duas espécies?

O Genival, do Jardim Peri Alto, me envia a seguinte dúvida: “Por que na Comunhão não recebemos o Corpo e o Sangue? Jesus mesmo ofereceu os dois e já foi orientado que o Corpo e o Sangue são os mesmos. Eu acho que devemos participar também. Poucas pessoas participam dos dois”. 

Genival, pela sua pergunta deu para entender que você conhece a doutrina da Eucaristia e sabe que tanto no vinho consagrado quanto no pão consagrado Jesus está inteiramente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Assim, se o sacerdote perceber que há poucas partículas ou hóstias consagradas, ele pode reservar um pouco do precioso Sangue de Cristo e dar a Comunhão aos fiéis no cálice.

Por questões práticas, como, por exemplo, o número de fiéis e a dificuldade de ministrar a Comunhão sob as duas espécies, o pão e o vinho, a Igreja optou pela Comunhão apenas no pão. 

Há padres que só dão a Comunhão sob as espécies do pão e do vinho. Outros, como eu, só distribuo a Comunhão no pão. Em celebrações festivas da comunidade, eu distribuo, na Comunhão, o pão e o vinho consagrados.

Neste tempo de pandemia, temos um motivo a mais para dar em comunhão só o pão consagrado, para que se evite qualquer possibilidade de contágio pelo coronavírus.

Volto a insistir, meu irmão: tanto no pão quanto no vinho consagrado, Jesus está inteiramente presente em seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

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André
André
2 anos atrás

Reforma litúrgica: A importância das duas espécies Eucarísticas
Na renovação da liturgia, o número 55 da Sacrossanctum Concilium aponta para essa reutilização da Comunhão sob as duas espécies
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no programa de hoje sobre a reforma litúrgica trazida pelo Concílio.

A reforma litúrgica trazida pelo Concílio Vaticano II, através da Constituição Sacrosanctum Concilium, provocou mudanças profundas na liturgia. Temos abordado alguns aspectos neste nosso espaço. No último programa, falamos sobre o uso da língua vernácula, isto é, falada em cada nação, visto que até então, a celebração era toda em latim.

Na edição de hoje, Padre Gerson Schmidt nos traz a primeira parte da reflexão “A importância das duas espécies Eucarísticas”:

“Na reforma litúrgica do Concilio Vaticano II, percebemos 10 aspectos de renovação, a partir da constituição dogmática Sacrossanctum Concilium. Já abordamos o valor da Assembleia litúrgica e o uso da língua vernácula, a língua mãe de cada país. Hoje falaremos da importância da utilização dos sinais das duas espécies eucarísticas – o Pão e o Vinho, transformados em Corpo e Sangue do Senhor (SC 55 – Missal Romano 240, 241, 14, 283).

Jesus, na última ceia, utilizou não simplesmente o pão, mas também o vinho, como sinais de sua presença pela consagração que operou, transformando as matérias de Pão e Vinho em Corpo e Sangue do Senhor. Ao decorrer do tempo, a Igreja, para ser mais prático e fácil a distribuição do sacramento para grandes públicos, reduziu o sinal tão simplesmente para distribuição da hóstia, que nem mais se parece pão, e também não conseguindo distribuir o Sangue de Cristo, que na última ceia, todos os apóstolos presentes beberam igualmente.

Na renovação da liturgia, o número 55 da Sacrossanctum Concilium aponta para essa reutilização da Comunhão sob as duas espécies. O texto conciliar reza assim: “Recomenda-se muito vivamente aquela mais perfeita participação na missa, pela qual os fiéis, depois da comunhão do sacerdote, recebem do mesmo sacrifício o corpo do Senhor. A comunhão sob as duas espécies, firmes os princípios dogmáticos estabelecidos pelo Concílio de Trento, pode ser permitida, quer aos clérigos e religiosos, quer aos leigos, nos casos a serem determinados pela Santa Sé e a critério do bispo, como aos neo-sacerdotes na missa de sua ordenação, aos professos na missa de sua profissão religiosa, aos neófitos na missa que se segue ao batismo”(SC, 55).

Na introdução do Missal Romano, reformulado a partir do Concilio Vaticano II, apresenta diversos pontos, que aqui nesse espaço queremos destacar, a respeito das espécies eucarísticas. No número 240, da introdução, fala com título em vermelho: comunhão sob as duas espécies.

Diz assim o texto: “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa firma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no reino do Pai”.

A nota ao pé da página do Missal romano referenda a Instrução Eucharisticum mysterium, de 25 de maio de 1967, documento datado justamente no encerramento do Concilio.

O Missal Romano, no número 241, lembra que, mesmo recebendo somente numa espécie, recebemos integralmente o Corpo e o Sangue de Cristo. Diz assim: “Aqueles que recebem uma só espécie, não ficam privados de nenhuma graça necessária à salvação””.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2017-12/reforma-liturgica–a-importancia-das-duas-especies-eucaristicas.html

André
André
2 anos atrás

CVII: A importância das duas espécies eucarísticas – parte II
As novas orientações feitas pelo Concílio Vaticano II a partir da constituição dogmática Sacrosanctum Concilium, incentivam a utilização das duas espécies eucarísticas.
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano, vamos continuar a falar sobre a reforma litúrgica trazida pelo evento conciliar.

No programa passado deste nosso espaço, trouxemos a primeira parte da reflexão sobre a importância das duas espécies eucarísticas, onde foi sublinhado que o Missal Romano, no número 240 da Introdução, afirma que “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies”, observando porém no número 241, que “mesmo recebendo somente numa espécie, recebemos integralmente o Corpo e o Sangue de Cristo”.
Padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre, dá continuidade esta quarta-feira á reflexão sobre o mesmo tema. Vamos ouvir:

“Na oportunidade anterior, falamos da importância da utilização dos sinais das duas espécies eucarísticas – o Pão e o Vinho, transformados em Corpo e Sangue do Senhor, como uma das orientações da Sacrosanctum Concilium. Apontamos 10 itens da Reforma na Liturgia. Continuamos a aprofundar esse terceiro ponto – as duas espécies eucarísticas.

Comentamos que na introdução do Missal Romano, reformulado a partir do Concilio Vaticano II, apresenta diversos pontos, e o número 240, da introdução, fala com título em vermelho: comunhão sob as duas espécies. Diz assim o texto que “a comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies.

Sob essa firma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no reino do Pai”.

Portanto, as novas orientações feitas a partir da constituição dogmática Sacrosanctum Concilium, incentivam a utilização das duas espécies eucarísticas. Há um outro aspecto que gostaríamos de frisar, a respeito da hóstia, como é hoje normalmente confeccionada. O número 283, da introdução do Missal Romano, diz assim: “A verdade do sinal exige que a matéria da Celebração eucarística pareça realmente um alimento.

Convém, portanto, que, embora ázimo e com forma tradicional, seja o pão eucarístico de tal modo preparado que o sacerdote, na missa com o povo, possa de fato partir a hóstia em diversas partes e distribuí-la ao menos a alguns fiéis”.

Portanto, a matéria a ser consagrada pareça realmente um alimento. A questão é que nem sempre a hóstia parece um pão, e aí se perde o sacramento como um sinal sensível, palpável e que se exprima “de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor” (Introdução Missal Romano, 240).

Por razões pastorais, diz o Missal, se fazem as hóstias pequenas e que, na prática, permitem uma distribuição mais ágil e para assembleias mais numerosas. Porém, sabemos que nada impede que, em assembleias pequenas se possa consagrar o vinho e distribui-lo a todos e consagrar a matéria do Pão em forma de pão ázimo, como foi a primeira eucaristia realizada na última ceia.

Já existe uma prática comum em muitas de nossas comunidades de distribuir também o Sangue do Senhor, por intinção, ou seja, quando se mergulha a hóstia consagrada no cálice, embebendo-a com o Sangue – e distribuindo aos fiéis. Porém, se questiona muito essa forma, pois Cristo disse: “Tomai e bebei”. Supõe-se que seja beber do cálice. Não disse: “tomai e molhai em meu sangue”.

Em todo o caso, essa iniciativa já é uma busca de permitir aos fiéis que tomem também o Sangue de alguma forma. Mas ainda não expressa de forma mais clara e real a ceia, da forma que Cristo fez”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2017-12/cvii-e-reforma-liturgica–a-importancia-das-duas-especies-eucari.html

Antônio Marçal de Oliveira
Antônio Marçal de Oliveira
2 anos atrás

Já é tempo de rever isso porque a igreja primitiva fazia exatamente da maneira que a bíblia descreve

Antônio Marçal de Oliveira
Antônio Marçal de Oliveira
2 anos atrás

Alguns não sabem por isso perguntam o por que da hóstia e não o pão. Esclarecendo, a hóstia é um pão, trata-se de pão, sem fermento. Simples assim!

Milton dos Santos
Milton dos Santos
8 meses atrás

Ótimo o comentário.
Me esclareceu a minha dúvida.