Sagrada Família: Jesus, Maria e José

Estamos muito felizes neste início de ano porque entramos em 2021 de mãos dadas com São José e Maria Santíssima. Recentemente, no dia 8 de dezembro, o Papa Francisco teve a feliz inspiração de declarar o Ano de São José, Patrono da Igreja. E no último domingo de dezembro, festa da Sagrada Família, o Santo Padre propôs um ano de reflexão da exortação apostólica Amoris laetitia sobre a família: “A família de Nazaré é modelo, na qual todas as famílias do mundo podem encontrar o seu seguro ponto de referência e inspiração. Em Nazaré, floresceu a primavera da vida humana do Filho de Deus, no momento em que foi concebido por obra do Espírito Santo no ventre virginal de Maria. Dentro das paredes hospitaleiras da Casa de Nazaré, a infância de Jesus teve lugar na alegria, rodeada pelos cuidados maternais de Maria e de José, na qual Jesus pôde ver a ternura de Deus (cf. carta apostólica Patris corde, 2)”. A família de Jesus é sagrada, santa, exemplar: dela aprendemos a cumprir com exatidão a vontade de Deus. 

A Sagrada Família é modelo das nossas famílias, porque cada um dos seus membros seguiu fielmente a própria vocação e se entregou plenamente ao cumprimento da vontade de Deus, segundo os desígnios para as suas vidas. Jesus dirá que o seu alimento é fazer a Vontade de seu Pai. Maria Santíssima foi criada imaculada para ser digna Mãe do Salvador. São José é o homem justo, santo, fiel, guardião de Maria e de Jesus. Chefe da família, era a ele que cabia sustentar Jesus e Maria com o seu trabalho. Foi ele quem recebeu a mensagem sobre o nome que devia dar ao Menino – “e lhe porás o nome de Jesus” – e as indicações necessárias para proteger o Filho: “Levanta-te, toma o Menino e foge para o Egito”. Dele Jesus aprendeu o seu ofício, o meio de ganhar a vida. 

São modelo das famílias cristãs por saberem ver os desígnios de Deus mesmo nas situações de dor e de sofrimento, que não foram poucas. Vejamos: logo que se casaram, José decidiu separar-se de Maria quando percebeu que ela esperava um filho e intuiu que havia algo misterioso naquela maternidade. Amava Maria com todo o seu coração e deve ter sofrido muito com essa decisão. Depois, o Anjo apareceu-lhe em sonhos e lhe revelou que Maria concebera um Filho por obra do Espírito Santo e ele terá a missão de dar-lhe o nome de Jesus e educá-lo. Logo em seguida, eles têm de viajar a Belém, para o recenseamento. Era a terra de seus antepassados, mas nenhum parente ou conhecido lhes abriu as portas. Talvez porque eram gente pobre e não tinham como pagar a hospedagem. Por isso não encontram outro local para o nascimento do Menino a não ser uma gruta de animais…

Depois que as coisas se normalizaram – já moravam numa pequena casa e os reis magos partiram –, outro susto: Herodes quer matar o seu Filho, e devem fugir para o Egito, um país desconhecido. Após alguns anos, voltam a Nazaré e a vida prossegue até que, aos 12 anos, o Menino fica voluntariamente no Templo: três dias de procura e aflição até encontrá-lo. Dos 12 aos 30 anos de Jesus, nada acontece fora da normalidade. José morre relativamente cedo e Maria já era viúva quando Jesus saiu de casa para percorrer a Palestina e anunciar o Evangelho do Reino do Céu. Durante três anos, quase não chegam notícias do seu Filho: Como Jesus está? Precisa de roupa? Está se alimentando bem?

Recebe informações de que os líderes do povo passam a persegui-lo, por inveja, até que o prendem, o julgam injustamente e o condenam à flagelação e à crucifixão. Seu Filho amado morre condenado entre dois ladrões assassinos. 

Apesar de não faltarem as dores e os sofrimentos, a Sagrada Família de Nazaré continua sendo modelo para as nossas famílias: precisamos aprender a ver a mão de Deus em todos os acontecimentos. Não devemos nos sentir nunca abandonados: Deus, quando envia uma cruz, nos dá a graça para carregá-la. Contemplando o exemplo de Jesus, Maria e José, saberemos aceitar todas as situações difíceis em nossas famílias como permitidas por Deus para o nosso crescimento na fé e na confiança. Vamos percorrer este novo ano levados pelas mãos de Maria e José.

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