Assembleia da CNBB: Dom Leomar detalha pilares das reflexões sobre ação evangelizadora da Igreja no Brasil

Comunhão, participação e missão devem ser as palavras chaves das novas DGAE a serem publicadas em 2025

Em coletiva de imprensa na tarde da quinta-feira, 20, Dom Leomar Antônio Brustolin, Arcebispo de Santa Maria (RS), relatou como tem sido realizada a construção das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) ao longo desta 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB), que prossegue até o dia 28.

Dom Leomar destacou que, para a elaboração do texto das Diretrizes, está sendo realizado um processo de escuta, com o objetivo de traçar o caminho que a Igreja irá percorrer nos próximos quatro anos.

A proposta é que o documento seja publicado em 2025 e que o princípio da fé seja seu eixo principal. Reflexões sobre com qual linguagem deve-se anunciar a verdade, em momentos de pluralidade, serão levadas em consideração para a confecção do texto.

“Estamos identificando o que há de novo desde a publicação da anterior: primeiro o fascínio pelas novas tecnologias, que tanto aproximam quanto distanciam as pessoas; o drama crônico da pobreza e da desigualdade social; jovens não preocupados com o futuro; isso tudo são apelos para nós”, explicou Dom Leomar.

Outros desafios, segundo ele, são o de como transmitir a fé às novas gerações (crianças e jovens); como superar a questão do individualismo, sinal dos novos tempos; e como reacender o senso de pertença eclesial.

PALAVRAS-CHAVES

O Arcebispo de Santa Maria revelou que o texto das novas diretrizes terá como palavras-chaves as mesmas que caracterizam o processo do Sínodo dos Bispos – comunhão, participação e missão. A comunhão, segundo dom Leomar, envolverá o processo de como formar comunidades integradas na pluralidade de experiências; como fazer das paróquias casa e lugar de irmãos.

No quesito da participação, o texto deve apontar caminhos de como trabalhar o senso de pertença, os ministérios ordenados e o ministério de leigos. Já a dimensão missionária passará a ser uma transversalidade das Diretrizes.

Respondendo a jornalistas sobre como se pode resgatar a unidade diante da fragmentação, no texto das diretrizes, Dom Leomar destacou que o primeiro ponto é que deve-se entender que “ser católico é aceitar formas diferentes de se pensar”.

“Não devemos mais esquecer que o nosso fundamento deve ser sempre a fé e que nada pode nos dividir. Integrar as diferenças, mas nada antepor a Jesus Cristo. As Diretrizes deverão buscar uma integração das diferenças”, ressaltou.

Dom Leomar também respondeu sobre como as Diretrizes aperfeiçoam o modo de anunciar Jesus Cristo: “Certamente nós podemos dizer que a Igreja existe para evangelizar. As diretrizes deverão incentivar uma experiência de iniciação à vida cristã; a unidade, a comunhão, o senso de pertença”.

Por último, Dom Leomar respondeu como pode-se fomentar esse tipo de práticas (de escuta).

“A escuta pode ser seletiva, mas essa proposta de ampliar a escuta é indispensável. Escutar também o que não gostamos de ouvir. É fundamental escutarmos os que se afastam da Igreja, para ver qual é a percepção da presença pública da Igreja em uma sociedade como a nossa. E essa escuta precisa ser inclusiva e digital para que possamos ir ao encontro daqueles que estão em outros aerópagos”.

OUTRAS PARTICIPAÇÕES

Nesse segundo dia da Assembleia participaram também da coletiva de imprensa, Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá (PR), que fez uma apresentação da tradução brasileira da terceira edição típica do Missal Romano, aprovada pela Santa Sé; e Dom Pedro Cipollini, Bispo de Santo André (SP), que realizou um balanço das atividades realizadas pela Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB.

Fonte: Comunicação da 60 AG CNBB

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