Bispos do Brasil se reúnem na Assembleia Geral da CNBB

Encontro do episcopado brasileiro acontece até o dia 28, em Aparecida (SP)

Começa na manhã da quarta-feira, 19, a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB), no Centro de Convenções Padre Vítor Coelho de Almeida do Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP).

O encontro do episcopado brasileiro se estende até o dia 28, tendo como tema central a avaliação global da caminhada da CNBB. Os bispos também refletirão sobre outros seis temas prioritários: Doutrina da Fé, Liturgia, Regimento da CNBB, Relatório do Quadriênio, Relatório Econômico e Textos Litúrgicos.

A atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) – 2019/2023 – está contida no tema central da Assembleia. Essa atualização estava prevista para acontecer em 2023, quando se encerra o quadriênio anterior. Os bispos, no entanto, decidiram pela continuidade do processo de escuta e incorporação dos resultados do Sínodo sobre a Sinodalidade, cuja primeira sessão será em outubro deste ano e a última em outubro de 2024. Nesse sentido, a atualização das novas DGAE da Igreja no Brasil serão construídas num caminho sinodal.

VOTAÇÕES

Durante a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB) haverá a eleição dos quatro membros da presidência, dos 12 presidentes das comissões episcopais permanentes, dos dois representantes da CNBB no Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), um titular e suplente, e dos dois bispos que participarão da assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade, em Roma.

A previsão é que acontecerão 60 escrutínios a partir da segunda semana da Assembleia. A duração do mandato nos cargos em órgãos constitutivos da CNBB é de quatro anos, coincidindo com o quadriênio do mandato da presidência.

PRESIDÊNCIA DA CNBB

De acordo com o artigo 28 da 8ª sessão do Estatuto Canônico da CNBB, serão eleitos pela Assembleia Geral “em votações separadas, o presidente, os vice-presidentes e o secretário-geral, por maioria de 2/3 dos membros presentes, com direito a voto deliberativo, no primeiro ou segundo escrutínio. No terceiro escrutínio será eleito, entre os dois candidatos mais votados no segundo, aquele que obtiver maioria absoluta. Havendo empate, considerar-se-á eleito o mais antigo por tempo de ordenação episcopal”.

A permanência como membro da presidência, quaisquer que tenham sido as funções nela exercidas, só é permitida por dois mandatos consecutivos, tornando-se, portanto, inelegível para um terceiro mandato imediatamente subsequente em qualquer dos cargos da presidência.

OUTROS TEMAS

A programação da AG CNBB conta ainda com outros temas diversos (Acordo Brasil – Santa Sé, Análise da Conjuntura Social e Eclesial, Gestão, Campanha da Fraternidade; Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho; Charis; Comissão Comunhão e Partilha; Comissão Episcopal para a Amazônia; Fundo Nacional de Solidariedade; Jubileu de 2025; pesquisa “Saúde Integral do Clero”; o Sínodo 2023-2024; o 15° Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs); além da visita do Bispo Auxiliar da Diocese de Maiduguri, na Nigéria, Dom John Bogna Bakeni, região em que os cristãos sofrem perseguição.

A CNBB

Considerada a terceira conferência episcopal do mundo reconhecida pela Santa Sé, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi fundada em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro, ou seja, dez anos antes do Concílio Vaticano II. A reunião de instalação da CNBB foi realizada no Palácio São Joaquim, na capital Fluminense, onde ocorreu também a eleição da comissão permanente encarregada de dirigir a entidade, constituída por Dom Alfredo Vicente Scherer, Dom Mário de Miranda Vilas Boas e Dom Antônio Morais de Almeida Júnior. Dom Helder Câmara, então Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e idealizador da Conferência, foi designado Secretário-Geral, e o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, então Arcebispo de São Paulo, foi eleito o primeiro presidente da entidade, função que exerceu por dois mandatos.

De acordo com dados divulgados pela CNBB, atualmente, a Igreja no Brasil conta com um total de 326 bispos ativos e 156 bispos eméritos, aqueles que, conforme o Código de Direito Canônico, deixam o ofício por limite de idade ou por renúncia aceita pelo Papa.

No País, existem 279 circunscrições eclesiásticas, ou seja, territórios ou “Igrejas particulares” confiadas aos cuidados de um bispo. A circunscrição eclesiástica pode ser uma prelazia, uma diocese, arquidiocese, eparquia ou exarcado para fiéis de ritos específicos, e também circunscrições que não têm uma limitação territorial, como a administração apostólica pessoal.

ASSEMBLEIA GERAL

Segundo o Estatuto Canônico da CNBB, a Assembleia Geral, órgão supremo da Conferência, é a expressão e a realização maior do afeto colegial, da comunhão e da corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil” com a finalidade de realizar os “objetivos da CNBB, para o bem do povo de Deus” (cf. parágrafo único do artigo 11). Reúne-se ordinariamente, CNBB uma vez por ano e, extraordinariamente, quando, para fim determinado e urgente, sua convocação for requerida.

“A Assembleia Geral tratará de assuntos pastorais, de ordem espiritual e de ordem temporal, daqueles relativos à missão da Igreja e dos problemas emergentes referentes às pessoas e à sociedade, sempre na perspectiva da evangelização” (Estatuto, artigo 13).

COMUNHÃO

No programa “Encontro com o Pastor” da terça-feira, 18, pela rádio 9 de Julho, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, falou da importância da assembleia como manifestação da comunhão do episcopado brasileiro.

“Juntos, os bispos são responsáveis pela animação da vida da Igreja em todo o Brasil. Cada bispo responde por sua diocese, não a CNBB, mas ele age em comunhão com os outros bispos; do contrário, estaria fundando uma Igreja sozinho. Os bispos realizam sua missão na partilha e na ajuda recíproca. Por isso, procuram refletir sobre aquilo que são as situações e desafios comuns, para buscar soluções em vista do bem da Igreja na sua própria diocese”, afirmou Dom Odilo, convidando as pessoas a acompanharem as notícias e celebrações da assembleia pelas mídias oficiais e a se unirem em oração pelos bispos do Brasil.

Todos os dias, no Santuário Nacional, às 18h30, os bispos participarão das celebrações eucarísticas da 60ª AG CNBB, transmitida pela TV Aparecida e demais mídias católicas. Haverá também uma celebração penitencial no dia 23 de abril e uma celebração inter-religiosa no dia 26. O retiro espiritual do episcopado acontece no sábado, 22, e no domingo, 23.

(Com informações da CNBB)

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