Cardeal Scherer dedica Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompeia e seu novo altar

Arcebispo Metropolitano de São Paulo unge o novo altar da igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, durante rito de dedicação, realizado no sábado, dia 1º
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Construída há mais de 80 anos, no bairro da Pompeia, na zona Oeste, a igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia foi dedicada no sábado, dia 1º, em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo.

A dedicação da igreja e do seu novo altar contou com a presença dos religiosos da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos), responsáveis pelos cuidados pastorais da Paróquia, por diversos sacerdotes e inúmeros fiéis. 

A celebração aconteceu no contexto da preparação da festa da padroeira, comemorada em 7 de outubro, e dos 100 anos da chegada dos Camilianos ao Brasil. 

O rito de dedicação do altar e de uma igreja consiste na consagração de um local construído exclusivamente para a celebração dos mistérios sagrados. 

MORADA DE DEUS 

Na homilia, Dom Odilo destacou que, ao celebrar a dedicação de uma igreja, há quem se pergunte se Deus necessita de um templo para morar, uma vez que é eterno e onipresente. “Nós que precisamos de templos, como sinais da nossa fé, expressão visível daquilo que nós cremos”, afirmou. 

“As igrejas são um testemunho de que o povo que vive nesta cidade, neste bairro, crê em Deus e a Ele dedica uma casa, um lugar para adorá-lo em espírito e em verdade”, acrescentou o Arcebispo, reforçando que as igrejas também são “casas da família de Deus” e de onde saem em missão para anunciar ao mundo o Reino de Deus. 

O Cardeal recordou as palavras do Papa Francisco, que, já no início de seu pontificado, afirmou que a Igreja não é uma organização não governamental (ONG), mas um povo de fé reunido em torno de Jesus Cristo, animado pelo Espírito Santo. “O templo que nos abriga é feito de pedras. No entanto, cada um de nós é pedra viva na edificação do templo espiritual edificado sobre Cristo, rocha viva”, completou. 

Sobre o altar, Dom Odilo ressaltou que este é o centro de referência de todo templo católico, que recorda a mesa da Última Ceia e simboliza o próprio Cristo que, na cruz, tornou-se altar, e vítima elevada a Deus em sacrifício. 

RITOS E SÍMBOLOS 

A liturgia da dedicação de uma igreja é rica de símbolos e gestos que expressam a sacralidade do lugar de culto e a dignidade do povo que nele se reúne. Logo no início, o Arcebispo aspergiu água benta sobre o povo, templo espiritual. Depois, aspergiu o altar e as paredes da igreja. 

Após a liturgia da Palavra, depois da invocação da Ladainha de Todos os Santos, foram depositadas sob o altar as relíquias de santos e mártires, para significar que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo teve a sua origem no sacrifício daquele que é a Cabeça. Neste caso, foram depositadas as relíquias de São Camilo de Léllis (1550-1614), fundador da Ordem Camiliana; Santa Josefina Vannini (1859-1911); Beato Padre Luís Tezza (1841-1923); Beata Maria Domingas Brun Barbantini (1789-1868); Beata Madre Clélia Merloni (1861-1930); Santa Vitória (mártir do século III); São Timóteo (mártir do século I); São Generoso (mártir do século IV); Santa Úrsula (virgem e mártir do século V); e São Fortunato (mártir do século III). 

Outro rito marcante é a unção do altar e das paredes da igreja com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, feita nas 12 cruzes fixadas nas paredes, em recordação dos apóstolos, sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão. 

Em seguida, foi queimado incenso sobre o altar, para significar que o sacrifício de Cristo “sobe para Deus em odor de suavidade”; mas, também, para exprimir que as orações dos fiéis sobem igualmente até o trono de Deus. Também toda a igreja foi incensada, sinalizando que aquela é uma casa de oração, assim como o povo, templo vivo. 

Por fim, o altar foi revestido como sinal de que aquele é o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual o sacerdote e os fiéis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Logo depois, o altar foi iluminado com velas, para recordar que Cristo é “luz para a revelação aos povos” e com sua claridade resplandece a Igreja. O templo também é iluminado simbolicamente com velas colocadas junto às cruzes ungidas. 

HISTÓRIA 

A pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia foi lançada em 1928 e sua construção foi concluída em 1939, ano em que foi criada a Paróquia de mesmo nome. Com projeto do arquiteto Giuseppe Sachetti, a igreja reproduz as linhas do santuário de Pompeia, na Itália. 

Na época da construção, a matriz ficava em uma região de casarões esparsos, árvores entre pequenos morros. 

De longe, via-se a estrada por onde passavam as boiadas, o alto do Sumaré e, mais adiante, o Campo das Perdizes. 

Já naquela época, os missionários camilianos, que atuavam no local desde 1922, instalaram uma pequena escola e um consultório médico, com atendimento gratuito para toda a população. No decorrer dos anos, esse consultório evoluiu para Policlínica São Camilo e, hoje, Hospital São Camilo, grande centro de referência em Saúde na cidade. 

Pároco desde 2017, Padre Adailton Mendes da Silva descreveu a Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia como uma comunidade bastante ativa, comprometida e participativa, com grande variedade de pastorais e movimentos, alguns nascidos na própria Paróquia, como o Encontro de Casais com Cristo (ECC) e o Movimento de Jovens com Cristo (MJC), hoje presentes em todo o Brasil e até no exterior. 

Ao agradecer a Dom Odilo a visita, Padre Adailton afirmou que a presença do Arcebispo “confirma a comunidade na fé dos apóstolos” e os incentiva a permanecer fiéis na missão de testemunhar a fé no bairro da Pompeia. 

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