Com apenas R$ 1,00 já é possível fazer a diferença na vida de gestantes, bebês e puérperas

Campanha Amparo pela Vida 2023 prossegue até dezembro

Está em andamento a segunda edição da campanha “Amparo pela Vida”, da Associação Amparo Maternal, que há mais de oito décadas tem por missão acolher mulheres gestantes em situação de vulnerabilidade.

Iniciada em 14 de maio, no Dia das Mães, a campanha de 2023 se estenderá até 15 de dezembro.

“É como um parto prematuro. Pela urgência da necessidade das mulheres, realizamos a campanha em sete meses, celebrando o ‘Dia do Amparo’ em 8 de dezembro, data escolhida por ser dia da Imaculada Conceição, o maior amparo maternal que temos”, disse ao O SÃO PAULO Lorenna Pirolo, diretora-presidente da Associação Amparo Maternal.

Os recursos arrecadados na campanha ajudam a manter as atividades do Centro de Acolhida da instituição, localizado na Vila Clementino, na zona Sul da capital.

SALVANDO VIDAS

Em 2022, a campanha arrecadou R$ 1,5 milhão, valor que foi utilizado para a manutenção dos 50 acolhimentos simultâneos, somando mães e bebês, realizados ao longo de todo o ano.

“Foram 246 vidas salvas por nós e amparadas com serviços ininterruptos. Garantimos 5.846 atendimentos individualizados com apoio psicológico social e atividades socioeducativas”, destacou Lorenna.

No total, 85% das pessoas assistidas tiveram saída qualificada, o que significa que foram reinseridas na sociedade, seja retornando à própria família, seja conseguindo moradia autônoma ou continuidade em outros serviços públicos de acolhimento.

Houve ainda a realocação de 63 mulheres ao mercado de trabalho. E 100% das gestantes e dos bebês acolhidos tiveram acompanhamento na rede pública de saúde.

Essa assistência fez a diferença na vida da angolana Beatriz Diogo, 45, acolhida em novembro de 2022, grávida de sete meses, após ter ficado cinco dias desabrigada pelas ruas da cidade de São Paulo.

Beatriz viajou sozinha de Angola, país do sul da África, até a capital, em busca de melhor atendimento médico para dar à luz.

“Não tinha nenhum conhecido aqui. Vim porque soube que a Medicina daqui é muito boa. Como estava tendo problemas na minha gravidez e já tinha passado por uma perda gestacional antes, acreditei que seria bom ter meu bebê aqui”, contou.

Quando acolhida, Beatriz teve acesso a todo o atendimento pré-natal, o que incluiu exames para investigar a suspeita de ter hepatite C.

“Graças a Deus, cheguei ao Amparo e fui encaminhada para médicos que me pediram vários exames. Foi investigado tudo até que todas as análises deram negativas”, relatou.

O bebê de Beatriz também foi acompanhado com mais rigor. “Os médicos suspeitavam que eu estava com pouco líquido amniótico, sendo assim, em uma gestação de alto risco. Fui assistida por um hospital até meu filho nascer, em janeiro deste ano”, narrou.

Para Beatriz, é difícil imaginar como estaria, hoje, a sua vida e a do filho, caso ela não tivesse sido acolhida. “Vou agradecer por toda a minha vida”, expôs.

OUTROS BENEFÍCIOS

As doações viabilizaram também reformas estruturais no Centro de Acolhida. Entre elas, a ampliação da biblioteca e da sala de convivência, a instalação de um banheiro com acessibilidade e a implementação de energia solar fotovoltaica (energia renovável).

Na biblioteca e na sala de convivência, ocorrem as oficinas de capacitação, orientações, atividades socioeducativas, entre outras ações.

“Ambos são espaços de interação importantes, já que as acolhidas permanecem 24 horas por dia conosco e compartilham o mesmo espaço físico, os quais precisam ser ambientes dignos. Por isso, ampliá-los foi fundamental para a rotina do Centro”, destacou Lorenna.

Sobre a energia solar fotovoltaica, Lorenna afirmou que com a instalação das placas solares é esperado que o consumo de energia do Centro seja reduzido a quase zero e, assim, sobrem recursos para serem investidos na instituição.

CAMPANHA 2023

A meta deste ano da campanha é arrecadar R$ 2 milhões para, assim, man- ter o custeio dos serviços oferecidos pelo Amparo Maternal e aumentar em 100% a capacidade de acolhimento da instituição.

“Vai passar de 50 acolhimentos diários para 100. Para garantir o apoio às mulheres, além de atender a gestante e o seu bebê, hoje sendo, em média, de até seis meses de vida, passaremos também a acolher puérperas e seus filhos de até cinco anos e 11 meses”, detalhou Lorenna.

Com a expansão do acolhimento, consequentemente, aumentarão as despesas e, assim, haverá a necessidade de realizar reformas e adequação da estrutura para comportar esse acréscimo.

“Precisamos dobrar o número de berços, de camas, alimentação, vestuário, além de todo o trabalho de conscientização de apoio à restauração da dignidade dessas vidas, mantendo as portas abertas e ofertando um serviço de qualidade”, frisou Lorenna.

PÓS-AMPARO

Outro foco da atual campanha é ampliar os projetos de capacitação para reinserção das mães no mercado de trabalho.

“Também olhamos as mulheres no pós-Amparo, pois ela já encontra discriminação e disparidade no mercado de trabalho. Mas sendo mulher e mãe de um recém-nascido, é ainda mais complicado para se realocar”, enfatizou Lorenna.

“Sem apoio, a mulher vai ficando cada vez mais longe de uma equidade e acaba sendo impulsionada a uma situação de vulnerabilidade, às vezes, ao extremo, como ocorre com a maioria das mulheres que estão em situação de rua”, expôs.

EMBAIXADOR

Foi incluída nessa campanha a figura do embaixador, que pode ser qualquer pessoa física ou jurídica que queira se comprometer com a causa, representando o Amparo Maternal para arrecadar fundos.

“O embaixador é uma pessoa que promove a vida, que incentiva ações de valores com responsabilidade social”, disse Lorenna.

“É um agente de transformação, que veste a nossa camiseta de campanha e é identificado com crachá da instituição. Onde ele estiver, será porta-voz em nosso nome para pedir recursos e mais apoio”, acrescentou.

Para ser embaixador, basta entrar em contato com a Associação Amparo Maternal.

ACOLHIMENTO INÉDITO

A também angolana Conde Titina Wina, 23, foi acolhida em abril deste ano, quatro dias após chegar ao Brasil. Ela desembarcou em busca de refúgio no aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, grávida de oito meses, acompanhada da filha primogênita que tem apenas 2 anos de idade.

Sem ter para onde ir com a filha, Conde buscou auxílio em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e foi a primeira gestante a ser acolhida no Amparo Maternal com uma criança já nascida, forma de acolhimento que está em implantação na instituição.

“Nunca vou esquecer do que o Amparo fez por nós. Não só em nos acolher, mas, também, por ter lutado para que minha filha permanecesse aqui, aos cuidados de uma voluntária, e não fosse encaminhada a um abrigo quando eu fosse internada para ter o meu bebê”, contou Conde, emocionada.

Para ela, o Amparo está sendo uma verdadeira mãe e uma avó para seus filhos: “Outra coisa importante é que, além de zelar pelo bem-estar da mãe e dos filhos, o Amparo dá oportunidade de sermos independentes, recebemos formações. O que é muito importante, já que ao sairmos daqui, temos que dar continuidade ao que foi começado”.

DOE 1 AMPARO

Chave PIX doacoes@amparomaternal.org
Transferência bancária: Banco Itaú – Ag: 0910 C/C: 010733-3
Associação Amparo Maternal CNPJ: 61.904.678.0001-93
Saiba mais detalhes em: https://amparopelavida.com.br

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