COVID-19: novidades no reforço para adultos e inclusão de mais crianças na vacinação

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Seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, a Prefeitura de São Paulo incluiu, no dia 12, as pessoas a partir de 35 anos de idade entre aquelas que já podem receber a 2a dose adicional da vacina contra a COVID-19, desde que tenham tomado a dose anterior há pelo menos quatro meses. 

Além disso, pessoas imunossuprimidas com mais de 40 anos que já receberam a 2º dose de reforço já podem tomar a 3º dose adicional, no igual intervalo de quatro meses em relação à última imunização. 

POR QUE UMA NOVA DOSE? 

Ao longo da pandemia, a conceituação sobre esquema vacinal completo mudou. Inicialmente, considerava-se como imunizado contra a COVID-19 quem tivesse sido vacinado com duas doses dos imunizantes Pfizer, AstraZeneca/Fiocruz ou Coronavac; ou com a dose única da Janssen. Depois, verificou-se a necessidade de doses de reforço. 

“O primeiro desenho para a maior parte das vacinas contra a COVID-19 era com duas doses, porque durante o período em que se faziam os ensaios iniciais, percebeu-se que a imunidade tinha um ganho quando se adicionava uma segunda dose no intervalo de duas a 12 semanas. Depois, à medida que o conhecimento foi sendo ampliado, percebemos que a produção destes anticorpos protetores vai diminuindo. Também vimos que a imunidade diminui nas pessoas que têm deficiência imunológica, seja por idade, seja por que fazem uso de medicações ou têm doenças que evoluem com a redução da imunidade, de modo que elas ficam mais vulneráveis ao redor do quarto mês após se vacinarem. Isso posto, elas receberam doses de reforço”, detalhou, ao O SÃO PAULO, o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER). 

Para os demais grupos, a aplicação de doses de reforço também busca evitar maiores complicações de saúde em caso de contágio com o coronavírus. “A doença tem uma dinâmica própria, e ainda não temos uma vacina que dê plena proteção por um tempo maior, como dá a vacina contra a influenza, por exemplo, que é de cerca de nove a dez meses”, detalhou Suleiman. 

VACINA PARA CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS 

No dia 13, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a vacinação contra a COVID-19 para crianças a partir dos 3 anos de idade, com o imunizante Coronavac, com o intervalo de 28 dias entre as doses. A medida não vale para crianças imunossuprimidas. Dois dias depois, o Ministério da Saúde recomendou aos estados que iniciassem a vacinação desse público. 

O cronograma está a critério de cada governo estadual ou municipal. Na cidade de São Paulo, a vacinação de crianças de 3 e 4 anos de idade começa na quarta-feira, 20. Serão priorizadas aquelas com comorbidades (exceto imunossuprimidas), com deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual), além de indígenas dessa faixa etária. O público estimado é de cerca de 15 mil crianças. As demais poderão ser inscritas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) mais próximas de sua residência ou escola para recebimento de doses remanescentes. Os responsáveis devem apresentar documentação com endereço e telefone para convocação. 

Conforme dados compilados pelo Observatório de Saúde na Infância – que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase) –, duas crianças menores de 5 anos morreram por dia no Brasil em decorrência da COVID-19 nos dois primeiros anos da pandemia. Ao todo, 599 crianças nessa faixa etária faleceram pela doença em 2020 e outras 840 em 2021. Entre janeiro e 13 de junho de 2022, o Brasil registrou um total de 291 mortes por COVID-19 nessa faixa etária. 

(Com informações de Anvisa, Ministério da Saúde e Fiocruz) 

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