EUA se comprometem a reduzir em 50% a emissão de gases de efeito estufa até 2030

Declaração foi feita por Joe Biden nesta quinta-feira, 22. Presidente norte-americano e outros líderes mundiais discursaram na cúpula mundial do clima

Foto: ONU

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assumiu nesta quinta-feira, 22, o compromisso de que o país corte entre 50% e 52% das emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2030, em comparação aos níveis que emitiu no ano de 2005.  Hoje, os norte-americanos respondem por 15% dessas emissões globais.

A declaração foi feita horas antes do discurso de Biden na Cúpula de Líderes sobre o Clima, que acontece entre hoje e amanhã, com a participação de 40 líderes de organizações e chefes de Estado, entre os quais o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

O anúncio de Biden é parte de um plano mais abrangente de seu governo de “descarbonizar a economia” dos Estados Unidos até o ano de 2050. O atual gestão norte-americana entende que a medida resultará na criação de mais empregos e na melhor remuneração aos trabalhadores.

A medida, porém, enfrenta resistência de políticos Republicanos, que temem por prejuízos na economia local, o que é um complicador para as ações anunciadas por Biden, uma vez que dependem de aprovação do Congresso Norte-Americano.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (foto: The White House)

O governo Biden afirma que os cortes na emissões dos gases de efeito estufa devem ocorrer a partir das usinas de energia, automóveis e outros setores econômicos. Metas específicas, porém, ainda serão detalhadas. No recém-anunciado plano de infraestrutura, por exemplo, se prevê a priorização de um padrão de energia limpa até 2035 no setor elétrico, bem como ações para a eletrificação da frota de veículos.

Não é a primeira vez que os Estados Unidos anunciam planos para cortes na emissão de gases de efeito estufa. Em 2015, o então presidente Barack Obama se comprometeu a reduzir de 26% a 28% das emissões.

Guterrez: ‘A mãe natureza não está esperando’

Em discurso na Cúpula de Líderes sobre o Clima nesta quinta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que o mundo precisa retornar aos níveis de emissões de gás carbono registrados no ano de 2005.

“A mãe natureza não está esperando. A última década foi a mais quente já registrada. Gases de efeito estufa perigosos estão em níveis nunca vistos em 3 milhões de anos. As temperaturas globais já subiram 1,2 grau Celsius, chegando a esse limiar da catástrofe”, disse Guterres.

Ainda de acordo com o secretário-geral da ONU, os líderes mundiais devem construir uma coalizão para emissões líquidas zero: “Todos os países, começando com os principais emissores, devem apresentar novas e mais ambiciosas medidas e contribuições para mitigação, adaptação e financiamento, definindo ações e políticas para os próximos 10 anos, alinhadas com as emissões líquidas zero até 2050. Precisamos traduzir esses compromissos em ação imediata concreta”, enfatizou.

Compromissos de outros países

Líderes de outros países também sinalizaram para medidas de redução de gases causadores do efeito estufa.

O presidente da China, Xi Jinping, assegurou que o país começará a reduzir o consumo de carvão entre 2026-2030, e tornar-se neutra na emissão de carbono até 2060.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, elogiou o anúncio do governo norte-americano e se comprometeu a fazer com que a Grã-Bretanha corte as emissões de carbono em 78% até 2035. Para tal, serão feitos investimentos em infraestrutura verde para garantir, já até o fim desta década, que a emissão de gases do efeito estufa seja cortada pela metade.

Na terça-feira, 20,  a União Europeia chegou a um acordo climático provisório para a redução de pelo menos 55% nas emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2030. A meta é alcançar a neutralidade de emissões até 2050.

Fontes: G1, Agência Brasil, ONU News e Reuters

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