Igreja Católica: fundada por Cristo, na fé dos apóstolos, para a salvação da humanidade

A partir de fontes bíblicas, da Tradição e do Magistério eclesiástico, é possível reconhecer que a Igreja Católica é um projeto que nasceu do coração de Deus Pai, instituída por seu Filho, Jesus

Catacumba romana
Reprodução da Internet

Não há dúvidas de que a Igreja Católica seja a instituição internacional mais longeva em atividade no mundo. No entanto, ao longo dos seus 2 milênios de existência, ainda há quem se pergunte como ela surgiu, quem a fundou ou mesmo no que consiste.

A partir de fontes bíblicas, da Tradição e do Magistério eclesiástico, o Catecismo da Igreja Católica sintetiza que a Igreja é um projeto que nasceu do coração do Pai, prefigurada desde o início dos tempos, preparada na Antiga Aliança com Israel e instituída por Cristo Jesus.

Destaca-se, ainda, que, como já diziam os primeiros cristãos, “o mundo foi criado em vista da Igreja”, uma vez que Deus criou o mundo para a comunhão com sua vida divina, que se realiza pela “convocação” (em grego: ekklésía, de onde vem a palavra “igreja”) dos homens em Cristo.

História da salvação

No século II, Clemente de Alexandria escreveu: “Assim como a vontade de Deus é um ato e se chama mundo, assim também sua intenção é a salvação dos homens e se chama Igreja”

Nesse sentido, Padre José Ulisses Leva, professor de História da Igreja na PUC-SP, ressaltou ao O SÃO PAULO que não é possível entender a origem da Igreja fora da história salvífica da humanidade e, consequentemente, do ministério da encarnação de Jesus Cristo.

“A Igreja nasce do querer de Jesus Cristo, sob o alicerce dos apóstolos, confiando-a à pessoa de Pedro”, explicou, fazendo referência às palavras de Jesus a Simão: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18-19a).

Embora esse seja um texto-chave para a compreensão da instituição da Igreja por Cristo, na Sagrada Escritura, sobretudo no Novo Testamento, há outras passagens que ajudam a fundamentar sua origem, como, por exemplo, a escolha dos Doze Apóstolos e seu envio missionário (cf. Mt 10,2-4; Mc 3,13-19; Lc 6,12-16).

Outro momento fundante se dá na Cruz, com a imagem do lado aberto de Cristo, de onde jorraram sangue e água (cf. Jo 19,34). Sobre essa cena, Santo Ambrósio afirmou que, da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na cruz.

Padre Rodrigo Pires Vilela, Mestre em Ciências Patrísticas e Coordenador da Pastoral Universitária da PUC-SP, salientou que, mais do que declarar a fundação da Igreja, a Sagrada Escritura testemunha esse fato, “pois a origem da Igreja está no próprio mistério de Cristo e na sua missão”.

Desenvolvimento

Já em Pentecostes, com a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos (cf. At 2,1-4), a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a pregação da Boa-Nova, realizando o mandato apostólico de Jesus: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).

Em sua “História Eclesiástica”, do século IV, Eusébio de Cesareia mostra que os apóstolos, de fato, foram até os “confins do mundo habitado” na época, chegando por exemplo à região da Ásia, conhecida como Índias, ultrapassando as fronteiras do Império Romano.

O livro dos Atos dos Apóstolos, as cartas de Paulo e os demais textos do Novo Testamento são fontes que ajudam a compreender como se organizava a Igreja nascente. Outra fonte importante é a “Didaqué”, ou Instrução dos Doze Apóstolos, uma espécie de catecismo primitivo, que apresenta orientações sobre a doutrina, a conduta dos fiéis, a vida sacramental, os ministérios e a centralidade da celebração dominical (Eucaristia).

Apostólica

Tu és Pedro!
Afresco ‘Cristo dando as chaves a Pedro’, de Pietro Perugino

A Igreja cresce, portanto, a partir do testemunho dos apóstolos, transmitido aos seus sucessores, em comunhão com o sucessor de Pedro, Bispo de Roma, princípio da unidade eclesial. Essa configuração já é percebida no chamado Concílio Apostólico de Jerusalém (cf. At 15), ocorrido por volta do ano 48, para resolver uma questão doutrinal na qual cristãos de origem judaica defendiam que os pagãos que aderiam ao Cristianismo deveriam ser circuncidados. Paulo e Barnabé foram ao encontro de Pedro e dos outros apóstolos em Jerusalém para discutir a questão. O colégio apostólico, então, decidiu que não era necessária a circuncisão aos cristãos de origem pagã, uma vez que se aderia a Cristo pelo Batismo.

Padre Rodrigo sublinhou que a apostolicidade da Igreja não é compreendida apenas como uma herança de sedes episcopais assumidas pelos sucessores dos apóstolos ao longo dos séculos. “Ela se dá no fundamento da fé dos apóstolos, em uma vida fundamentada nessa mesma fé”, afirmou, explicando que, portanto, participam da dimensão apostólica da Igreja todos aqueles que recebem o Batismo e professam essa fé.

Roma

Nos seus primeiros três séculos de existência, a Igreja cristã era perseguida pelo Império Romano. No entanto, os cristãos não deixaram de realizar a sua missão. Quando a perseguição romana chegou ao fim, no século IV, quase todo o Império era tomado pela presença de cristãos, não somente das classes mais baixas, como também nas mais elevadas.

Após o martírio de São Pedro, em Roma, no ano 64, a capital do Império passou a ser o centro da unidade da Igreja, a partir de seus sucessores, chamados de papas. Mesmo na “clandestinidade”, o Cristianismo crescia e ganhava força nas catacumbas, os cemitérios romanos no subsolo das cidades, e nas domus ecclesiae (igrejas domésticas), germe das primeiras paróquias.

Também tiveram papel fundamental os muitos mártires que derramaram seu sangue pelo ódio à fé em Cristo. Os vários relatos da época mostram que, quanto mais os cristãos eram mortos pela perseguição do Império, mais a comunidade crescia. Daí vem a célebre afirmação de Tertuliano, no século III: “O sangue dos mártires é a semente dos cristãos”.

Edito de Milão

Em 313, o imperador Constantino assinou o famoso Edito de Milão, que deu ao Cristianismo a liberdade para viver e conviver no Império, assim como as outras religiões já viviam. Em 380, Teodósio publicou o Edito de Tessalônica, que reconhece o Cristianismo como a religião do Estado. “Isso não significa que o Estado tem poder sobre a religião, mas que a Igreja, com sua estrutura já consolidada, é reconhecida oficialmente, mantendo-se fiel ao anúncio do Evangelho”, esclareceu Padre Ulisses.

Padre Rodrigo alertou para o risco de confundir o reconhecimento estatal da Igreja com o seu surgimento. “Isso seria semelhante ao fato de considerar que uma pessoa só passa a existir após ter a certidão de nascimento ou outro documento de identidade. A Igreja é anterior ao reconhecimento de Constantino e de qualquer outro imperador. Ela existe desde Cristo, pois Ele não é apenas o fundador, como também é o seu fundamento”, afirmou.

“Se a Igreja não tinha liberdade ao sol, por baixo, nas catacumbas, ela crescia”, complementou Padre Ulisses, explicando que, quando a Igreja “veio à tona”, ela já possuía força e capilaridade. “As catacumbas eram como veias que perpassavam todo o Império e por onde percorria a vitalidade do corpo de Cristo”, completou.

No tempo e no espaço

Papa reza diante dos restos mortais de São Pedro
Papa reza diante dos restos mortais de São Pedro, sepultado na cripta da Basílica Vaticana (Foto: Vatican Media)

À semelhança de seu fundador, o Verbo Encarnado, a Igreja nasceu e se desenvolveu inserida em uma realidade temporal, cultural e geográfica. Por isso, para realizar sua missão, incorporou, na sua organização e até no vocabulário, elementos dessa realidade local, dando novos significados e valores.

Um exemplo disso são as dioceses, até então subdivisões administrativas do Império, que, para a Igreja, passaram a designar um território onde vive uma porção do povo de Deus pastoreada por um bispo com seu presbitério, expandindo-se dos grandes centros para o campo.

Outro exemplo é a palavra “pontífice”, atribuída ao imperador, aquele que fazia a ponte entre o centro do Império e todo o seu território. Na Igreja, é atribuída ao sucessor de Pedro, princípio de unidade eclesial a quem foram dadas as chaves do Reino dos Céus.

“A Igreja tem o rosto do seu tempo. No século primeiro, esse rosto é de uma comunidade mais judaica. Depois, ao se espalhar pelo mundo, teremos uma Igreja romana, siríaca, malabar, etíope, cada uma com uma expressão cultural própria, mas permanecendo com a mesma fé e essência”, concluiu Padre Rodrigo.

Católica

A referência mais antiga que se re- fere à Igreja fundada por Cristo como “Católica” é atribuída a Santo Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir do século II, que afirmou: “Onde está Jesus Cristo está a Igreja Católica”.

A palavra grega katholikos, que quer dizer “aquilo que é conforme o todo” ou “universal”, era inicialmente atribuída à Igreja como aquela que se destina a todos e está presente em todo lugar. No século IV, São Cirilo de Jerusalém usa esse adjetivo para se referir à fé que aceita a totalidade das verdades reveladas, em contraposição à fé herética, que escolhe aquilo em que quer acreditar. Desse modo, passou a ser chamada de católica a Igreja que inclui todo o depósito deixado por Jesus Cristo e transmitido pelos apóstolos, assim como todos os sacramentos.

Ocidente e Oriente

Entre os séculos IV e V, as cinco primeiras Igrejas apostólicas passaram a ser chamadas patriarcados, dando origem à chamada pentarquia (do grego: penta = cinco, e arquia = governo), isto é, seus bispos eram patriarcas e tinham primazia sobre as outras comunidades cristãs. Os cinco patriarcados eram Roma, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Nessa configuração, o sucessor de Pedro tinha o primado de honra entre os demais patriarcas, sendo o primus-inter-pares (o primeiro entre os iguais) na ordem de precedência das Igrejas.

Após o chamado grande Cisma entre os cristãos do Oriente e do Ocidente, em 1054, causado por fatores políticos, culturais, eclesiásticos e doutrinais, os cristãos do Oriente passaram a ser chamados “ortodoxos” (do grego orthos = reto, correto; e doxa = louvor, doutrina ou opinião), enquanto os do Ocidente se denominaram “católicos romanos”, por sua ligação com a Sé Apostólica de Roma.

Entretanto, algumas comunidades orientais independentes mantiveram os vínculos com o Papa ou retornaram à plena comunhão com Roma com o passar dos anos. Desse modo, a Igreja Católica é constituída de 24 Igrejas autônomas em plena comunhão com o Romano Pontífice. A maior e mais conhecida delas é a ocidental, a Igreja Católica Apostólica Romana, também chamada de Igreja Latina. As demais seguem os diversos ritos orientais, como os maronitas, greco-melquitas, siríacos, ucranianos, entre outros.

Corpo de Cristo

Outra imagem que define a Igreja é a do Corpo Místico de Cristo, apresentada pelo apóstolo Paulo, que a destaca como um organismo vivo, em que Jesus é a cabeça; e os cristãos, pelo vínculo do Batismo, são seus membros. “Portanto, não estamos na Igreja, somos a Igreja”, afirmou Padre Rodrigo.

Praça de São Pedro
Praça São Pedro, no Vaticano, lotada de fiéis

“Jesus fundou uma única Igreja: una, santa, católica e apostólica, que possui todos os elementos que Cristo desejou para a salvação operada por Ele. Porém, Cristo transcende a Igreja”, salientou Padre Rodrigo, ao explicar a afirmação da constituição dogmática Lumen gentium, que recorda que a Igreja de Cristo, constituída e organizada neste mundo como sociedade, “subsiste na Igreja Católica”, reconhecendo que, fora da sua comunidade, se encontram muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, “por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica”.

Cipriano de Cartago, quando escreve sobre a unidade da Igreja, no século III, ressalta: “A unidade não pode ser cindida; um corpo não pode ser dividido pela separação dos órgãos, nem despedaçado à vontade pela dilaceração das vísceras arrancadas. Tudo que for separado violentamente do seio materno não pode continuar a viver e a respirar, perde a substância da salvação”

Também é Cipriano que, assim como outros autores da Patrística, compara o mistério da unidade da Igreja à túnica sem costura de Cristo. “Assim como a túnica cobre o corpo sobre todas as outras peças, a unanimidade cordata na caridade protege e garante a vida da Igreja.”

O que significa a afirmação ‘Fora da Igreja não há salvação’?   

“Extra ecclesia nula salus” (“Fora da Igreja não há salvação”). Essa afirmação repetida por inúmeros padres da Igreja, muitas vezes, é adotada para enfatizar a separação ao invés da unidade da Igreja. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) dedica três parágrafos (846 a 848) para explicar essa expressão, destacando que ela é formulada de maneira positiva, significando que “toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo”. O texto cita, ainda, a constituição dogmática Lumen gentium, do Concílio Vaticano II, para explicar que a “Igreja peregrina na terra, é necessária à salvação”, e que Cristo, “único mediador e caminho da salvação”, confirmou a necessidade desta, “na qual os homens entram pelo Batismo”.

Ao mesmo tempo, o Catecismo ressalta que tal afirmação não é destinada àqueles que, “sem culpa, desconhecem Cristo e sua Igreja” e não para se dirigir àqueles que pertencem a outra tradição religiosa ou a cristãos que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica. 

Ao citar o decreto conciliar Ad Gentes, o Catecismo salienta que aqueles que “sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com o coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência, podem conseguir a salvação eterna”. Por outro lado, o documento enfatiza que, mesmo assim, “cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar todos os homens”.

Unidade 

Pintura de Jesus Bom Pastor, na Catacumba de Priscilla, em Roma (séc II)

Portanto, tal frase se destina àqueles que, conhecendo a fé no Cristo por meio da Igreja, renegam-na, seja pela apostasia, seja pela heresia. Essa afirmação foi feita pela primeira vez no século III, pelo Bispo Cipriano de Cartago, em seu tratado sobre a unidade da Igreja, em uma época em que os cristãos se debruçavam sobre a chamada polêmica dos lapsi (“lapsos” ou “caídos”). Eram assim chamados aqueles que rompiam com a fé por causa da perseguição e, diante de ameaças do Império, não apenas renunciavam à fé cristã como delatavam seus irmãos de comunidade.

Havia uma doutrina que consentia aos bispos reconciliar os apóstatas arrependidos após adequada penitência. Porém, não existia um consenso para o caso específico dos lapsi. Essa polêmica teve como consequência dois Cismas: de um lado, o dos laxistas, que defendiam a readmissão dos apóstatas indistintamente, sem um caminho penitencial; do outro, os rigoristas, que consideravam que os lapsi não deveriam ser readmitidos de forma alguma.

Cipriano, então, exorta os fiéis a não abandonarem o único rebanho de Cristo para seguir aqueles que deste se separaram, criando comunidades próprias, e afirma ser neste único rebanho, a Igreja, que está a vida do Espírito e sua unidade, fundada no Cristo e expressa na comunhão dos e com os apóstolos, sendo os bispos os que zelam por essa unidade. “Como ninguém pode se salvar fora da arca de Noé, assim ninguém se salva fora da Igreja”, escreve o Bispo de Cartago, ressaltando que a única forma de aqueles que renegaram a fé serem salvos é sendo acolhidos novamente na Igreja que os gerou para Cristo.

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Raimundo Manoel de Souza
Raimundo Manoel de Souza
1 ano atrás

Bom dia! Verdade e verdadeiro, para mim que sou batizado e Crismado, por questões especiais, logo, nasci entre a vida é a morte, se eu tivesse, coincidência de vida! Talvez desse testemunha do céu…

Diego
Diego
1 ano atrás

Eu creio no Cristo Jesus e na virgem Maria e seu marido José que foi governador do Egito.
A lei é anunciada e bem aventurado é aquela ou aquele que crê

Nildo
Nildo
11 meses atrás

O mundo tem adorado Maria, estão todos errados pq temos adorar só ao pai o Deus criador e a Jesus q é o salvador e ao Espírito Santo q é nosso consolador

Carla vieira da Silva
Carla vieira da Silva
10 meses atrás

Deus é fiel na qualidade que crê

Monica de Camargo Coutinho
Monica de Camargo Coutinho
10 meses atrás

Lutero achava um absurdo que o papa daquela época vendesse indulgências. Abandonou a Igreja Católica e fundou a Igreja Evangélica, retirando dela o celibato. Creio que a intenção dele era se livrar do celibato, pois assim que largou a batina casou-se com uma freira e teve sete filhos. Como sobreviver sem o dinheiro da Igreja Católica? Exigindo dízimos de 10%, obrigatoriamente. A Igreja Católica pede doações, mas ninguém é obrigado a dar.
Ele fundou uma igreja cujos membros são fanáticos. Nenhuma igreja é válida para eles. A Igreja Católica foi criada por Jesus Cristo através do apóstolo Pedro, e os dogmas dessa igreja são os mesmos que Jesus ensinou aos apóstolos.
Infelizmente, há degradação em todas as igrejas: padres e evangélicos pedófilos e criminosos. Não aprenderam isso com Jesus, e terão de dar conta dos seus atos no Juízo Final. O papa Francisco que se prepare, pois dá péssimos exemplos, inclusive, apoiando o casamento entre homossexuais.

Rosemary
Rosemary
2 meses atrás

Sempre muito bom ler documentários contundentes desta forma, a verdade revelada. Não importa quantos erros pode ter acontecido e ainda podem existir, mas Jesus disse: “O inferno não prevalecerá sobre a minha Igreja”. E a Igreja resiste há mais de 2 mil anos.🙌🏻