No Jardim Regina, Paróquia Santa Teresinha tem altar e igreja dedicados

Fotos: Luciney Martins /O SÃO PAULO

Os fiéis da Paróquia Santa Teresinha, no Jardim Regina, Região Episcopal Lapa, estavam em festa na noite do domingo, 13, para a celebração do rito de dedicação do altar e da igreja matriz, que marcou a conclusão da renovação interna do templo.

A liturgia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelo Padre Daniel Hayang Lim Koo, Administrador Paroquial. 

Idealizada na década de 1970, a igreja remonta uma história iniciada em 1960, quando os primeiros moradores desse bairro da zona Oeste da capital começaram as mobilizações para a construção de um templo católico. O terreno foi adquirido em 1965 e, em 1971, ano da criação da Paróquia, foi apresentado o projeto da matriz. Em formato pentagonal, a igreja foi idealizada pelo paroquiano José Zachello, que se inspirou no modelo de uma construção vista na Alemanha. Em 2015, o templo passou por uma reforma interna e, recentemente, pelas últimas adaptações para que fosse dedicado.

Luciney Martins /O SÃO PAULO

CASA DE DEUS

“A igreja é a casa de Deus no meio das nossas casas”, afirmou Dom Odilo, na homilia, ressaltando que, embora Deus não precise de um lugar físico para habitar, a Igreja, comunidade viva dos fiéis, necessita de um lugar para se reunir e adorar a Deus “em espírito e em verdade”.

Em seguida, a partir das leituras bíblicas da liturgia da dedicação, o Arcebispo enfatizou que a igreja é a casa da Palavra de Deus. “Dedicamos esse templo como o lugar onde Deus fala”, acrescentou. Ele também recordou que cada cristão, mediante a graça recebida no Batismo, é uma pedra viva do edifício espiritual que é a Igreja. “Nunca devemos esquecer que somos templos vivos de Deus e devemos honrar uma vida digna de cristãos”, exortou.  

RITO

O rito de dedicação é marcado por diversos símbolos e gestos. O primeiro deles é a aspersão com água benta sobre o povo, templo espiritual. Depois, aspergem-se as paredes da igreja e o altar.

Após a liturgia da Palavra, depois da invocação da Ladainha de Todos os Santos, são depositadas no altar as relíquias de santos e mártires, para significar que o sacrifício dos membros do corpo de Cristo teve a sua origem no sacrifício daquele que é a Cabeça. Nesse caso, foram colocadas as relíquias de São José de Anchieta e Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.

O celebrante profere uma oração na qual manifesta a intenção de dedicar o templo a Deus para sempre, pedindo a sua bênção. “Que aqui os pobres encontrem misericórdia, os oprimidos alcancem a verdadeira liberdade e todos sintam a dignidade de ser vossos filhos e filhas, até que, exultantes, cheguem à Jerusalém celeste”, consta em um trecho da prece.

O altar e as paredes da igreja são ungidos com o óleo do Crisma. Pela unção, o altar se torna o símbolo de Cristo, que é o “Ungido” por excelência com o Espírito Santo. Já a unção da igreja, feita nas quatro cruzes fixadas nas paredes, em recordação dos quatro evangelistas (em templos de dimensões maiores isso se faz em 12 cruzes, lembrando os apóstolos), o que sinaliza que o templo é perpetuamente dedicado ao culto cristão.

Após a unção, é queimado incenso sobre o altar para significar que o sacrifício de Cristo “sobe para Deus em odor de suavidade”; mas, também, para exprimir que as orações dos fiéis sobem igualmente até o trono de Deus. Também toda a igreja é incensada, sinalizando que aquela é uma casa de oração, assim como o povo, templo vivo.

Por fim, o altar é revestido como sinal de que aquele é o lugar do sacrifício eucarístico e a mesa do Senhor, em volta da qual o sacerdote e os fiéis celebram o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Em seguida, o altar é iluminado com velas, para recordar que Cristo é “luz para a revelação dos povos” e com sua claridade resplandece a Igreja. O templo também é iluminado simbolicamente com velas colocadas junto às cruzes que foram ungidas.

Preparado o altar, é celebrada a Eucaristia, parte principal e a mais antiga de todo o rito de dedicação de uma igreja.

Luciney Martins /O SÃO PAULO

A PARÓQUIA

Localizada em um bairro predominantemente residencial e distante do centro da cidade, na área de abrangência da Paróquia Santa Teresinha vivem aproximadamente 30 mil habitantes. No entanto, seu vasto território dificulta o alcance a toda a população, sobretudo os que estão mais distantes da matriz e da Comunidade Santo Antônio, na Vila Clarice.

 Por isso, em 2019, a Paróquia estava organizando um trabalho de visitas missionárias nas casas, a partir da divisão do território em setores e a formação de equipes agentes evangelizadores. Entretanto, a pandemia impediu o avanço do projeto. A expectativa, agora, é retomá-lo.

Também foi intensificado o trabalho com a pastoral litúrgica e dos coroinhas, assim como a catequese para os sacramentos da iniciação cristã.

Como o templo é pequeno, Padre Daniel decidiu aumentar o número de missas. “Temos uma população bastante idosa e que pouco sai de casa. Por isso queremos concretizar o projeto da visita às casas, para ir ao encontro dessas pessoas”, ressaltou.

“Durante a pandemia, nós percorremos todo o território da Paróquia com o Santíssimo Sacramento, abençoando os fiéis nas portas das suas casas. Levamos praticamente um dia inteiro para realizar todo o trajeto”, relatou.

“Nossa esperança é aumentar o número de comunidade para facilitar o acesso dos fiéis mais distantes à vida eclesial”, completou o Padre.

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Vera Lúcia Zacchello
Vera Lúcia Zacchello
2 anos atrás

Fiquei muito feliz de ler essa matéria pois juntamente com meu pai José Zacchello, minha mãe , meus irmãos , a comunidade trabalhamos para que essa igreja fosse construída , inclusive minha irmã Eng. Maria Christina Zacchello projetou a mesa do altar.