Pastoral da Saúde inicia cursos para seus agentes, ‘testemunhas da caridade e da misericórdia da Igreja’

Cardeal Scherer presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora da Saúde por ocasião da abertura dos cursos

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na primeira atividade presencial da Pastoral da Saúde da Arquidiocese desde o início da pandemia de COVID-19, a alegria do reencontro e a gratidão a Deus pelo dom da vida eram perceptíveis. A missa que marcou o início dos cursos oferecidos pela Pastoral aconteceu na manhã do sábado, 30 de abril, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Região Ipiranga. 

A Eucaristia foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por sacerdotes que acompanham os trabalhos da Pastoral da Saúde, entre os quais o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico Arquidiocesano dessa Pastoral. 

ALEGRIA E GRATIDÃO

No começo da missa, Padre João rendeu graças a Deus pela volta dos encontros presenciais da Pastoral e ressaltou que os trabalhos não foram interrompidos durante a pandemia, graças ao uso dos meios digitais, pelos quais os agentes se mantiveram próximos dos doentes. Também agradeceu a Deus o dom da vacina e o empenho dos profissionais da Saúde: “Como nos lembra o Papa Francisco, eles são os mártires do novo milênio”, ressaltou. 

Ao saudar os cerca de 200 fiéis que participaram da missa, Dom Odilo enalteceu o fato de a Pastoral da Saúde não ter interrompido suas ações durante a pandemia, “pelo contrário, foi uma das pastorais mais ativas diante de tantos doentes e situações de necessidade, teve que se reinventar e se adaptou para estar próxima deles”. Lembrou-se, ainda, dos que morreram em decorrência da COVID-19 e de todos os que trabalham na área da Saúde, destacando que esta deve ser preservada e valorizada pelo Estado, a sociedade e as organizações da Igreja. 

SEGUIDORES DO MANDAMENTO DE JESUS

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na homilia, Dom Odilo frisou que a Pastoral da Saúde representa uma das mais importantes iniciativas da Igreja, por estar diretamente ligada ao coração da mensagem do Evangelho. “A recomendação de cuidar dos doentes, curá-los, vem diretamente de Jesus”, ressaltou o Arcebispo. 

De acordo com José Gimenez, coordenador arquidiocesano da Pastoral da Saúde, esse zelo pastoral se manteve mesmo durante a pandemia. “Estivemos próximos dos enfermos por meio das mídias sociais, pela telinha do celular, por ligação telefônica e até escrevendo bilhetinhos. Muitos agentes escreviam cartinhas e as mandavam para os doentes, e estes as acolhiam como algo precioso que recebiam da Igreja”, contou à reportagem.

TESTEMUNHAS DA IGREJA

Dom Odilo destacou que a Igreja deve dar testemunho da caridade, com os cristãos manifestando amor ao próximo, assistindo os pobres, doentes e as pessoas mais necessitadas. “Por meio da Pastoral da Saúde, vocês estão bem no coração deste testemunho da caridade e da misericórdia, cuidando dos doentes, dos aflitos e também dos familiares dos doentes”, disse, encorajando os agentes a continuar essa missão e a chamar outras pessoas para esse trabalho pastoral. 

É isso que têm feito as amigas Margarida Nogueira de Souza, Claudete Penna e Eremita Ferri, que, além de atuarem pastoralmente em suas paróquias nas Regiões Brasilândia, Santana e Sé, respectivamente, participam da Pastoral da Saúde no Hospital das Clínicas. 

“Nessa pandemia, nós ficamos separadas fisicamente, mas procurávamos telefonar umas para as outras e mostrar proximidade aos doentes”, recordou Margarida. “Sempre mantive a esperança de que um dia voltaríamos à rotina presencial”, assegurou Claudete. “Nosso desafio agora é reconstruir os trabalhos, pois muitas pessoas ficaram doentes ou se afastaram, e temos que motivá-las a voltar, porque há pessoas que precisam das nossas visitas, de que levemos força, fé e esperança”, disse Eremita. 

AULA INAUGURAL E CEM ANOS DOS CAMILIANOS

Antes da bênção final com a relíquia de São Camilo de Lellis (1550-1614), Dom Odilo foi saudado pelos fiéis por ocasião dos 15 anos de sua posse como Arcebispo de São Paulo, em 29 de abril de 2007. 

Após a missa, ocorreu a aula inaugural dos cursos da Pastoral da Saúde, para os quais há mais de 300 inscritos, número acima do esperado inicialmente pela coordenação da Pastoral. As formações, com duração de seis meses, são voltadas especialmente para novos agentes, e ocorrerão uma vez por semana, a cada dia em uma região episcopal, tratando de 22 temas, além do curso sobre Pastoral Hospitalar, realizado aos sábados na Paróquia Santa Generosa, na Região Sé. 

Ao O SÃO PAULO, Padre João Mildner destacou a preocupação de que os agentes estejam bem capacitados para as atividades: “Alguém se arriscaria a abrir uma padaria se não soubesse fazer pão? Ficaria difícil. Assim também é no campo pastoral, de modo que precisamos ter competência para que o trabalho da Igreja seja profundo. A Pastoral da Saúde, portanto, tem essa missão de oferecer a formação, dar conteúdo, para que este serviço aos doentes, suas famílias e seus cuidadores seja bem realizado”. 

Na aula inaugural, o tema em destaque foi o centenário dos Camilianos no Brasil e em São Paulo. Padre José Wilson Correia da Silva, MI, recordou o itinerário de ações dos Camilianos desde a chegada ao País em 1922 e a interação dos trabalhos com a Pastoral da Saúde em São Paulo, especialmente a partir das ações conduzidas pelo Padre Júlio Munaro, MI, morto em 2012, que coordenou a Pastoral por décadas, ajudando a expandi-la na Arquidiocese e com engajamentos nas mobilizações em prol das políticas públicas de Saúde.

“O que marca os Camilianos é sempre este ardor missionário na realização da Pastoral da Saúde, indo ao encontro do enfermo, dos familiares e dos profissionais”, assegurou à reportagem o Padre Carlos Toseli, MI, Capelão do Hospital das Clínicas, incentivando que neste centená- rio os agentes da Pastoral estudem sobre a vida de São Camilo de Lellis, “um bom samaritano que no seu tempo, época em que houve algumas pestes, soube responder às necessidades”.

Para celebrar o centenário, os Camilianos enviaram à Arquidiocese réplicas da cruz peregrina camiliana, que foi entregue durante a aula inaugural aos coordenadores da Pastoral Saúde de cada uma das regiões episcopais.

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Mariza Gondim
Mariza Gondim
1 ano atrás

Belíssima festa de abertura .
Maravilhosos são os trabalhos dos Ministros dos Infermos .Quão importante o trabalho da Pastoral da Saúde ministrada pelo Pé José Wilson Correia .
PARABENS