Santuário São Judas Tadeu inicia ano jubilar com abertura da Porta Santa

Na comemoração dos 25 anos de instituição do Santuário Arquidiocesano, fiéis poderão obter indulgência plenária

Arcebispo de São Paulo e concelebrantes na ‘igreja antiga’ do Santuário São Judas Tadeu, na zona Sul, onde é instalada a Porta Santa pelo jubileu de 25 anos, na sexta-feira, dia 18
Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na sexta-feira, 18, foi aberto o jubileu dos 25 anos que a igreja matriz da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro do Jabaquara, foi elevada à dignidade de santuário arquidiocesano. A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que, na ocasião, abriu a Porta Santa que marcará o jubileu durante o qual será concedida indulgência plenária aos fiéis e peregrinos. 

A Eucaristia foi concelebrada por Dom Ângelo Ademir Mezzari, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, pelo Padre Daniel Aparecido de Campos, Reitor do Santuário, e demais sacerdotes. 

HISTÓRIA 

A história desse Santuário remonta ao ano de 1940, quando foi criada a Paróquia São Judas Tadeu pelo então Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva. A comunidade, que inicialmente tinha como sede uma pequena capela improvisada em uma casa do bairro, foi confiada aos padres da Congregação do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), que iniciaram a propagação da devoção ao apóstolo padroeiro. 

Naquela época, São Judas era pouco conhecido entre os brasileiros. Então, o primeiro Pároco, Padre João Buescher, mandou fazer muitos impressos com a imagem e a oração do Santo e os distribuía, pessoalmente, nos pontos de ônibus, nos bondes, na Praça da Sé e nas visitas às famílias dos bairros centrais. 

Em 1941, viu-se a necessidade de construir uma igreja, ainda provisória. No ano seguinte, iniciou-se a construção da primeira matriz, inaugurada em 1944, conhecida como “igreja antiga”. 

Com o passar dos anos, o movimento de fiéis na Paróquia atingiu grandes proporções, surgindo a necessidade de uma igreja ainda maior. Assim, em 1963, iniciou-se a construção da “igreja nova”, ao lado da primeira matriz, ainda hoje em funcionamento.

A nova matriz logo se tornou um centro de referência para a devoção a São Judas, atraindo fiéis não apenas de São Paulo para as missas votivas que acontecem no dia 28 de cada mês, fazendo desse apóstolo e mártir um grande santo popular no Brasil. 

Por essa razão, em 18 de novembro de 1997, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo, promulgou o decreto que elevou a matriz paroquial de São Judas Tadeu à dignidade de santuário arquidiocesano, após pedido apresentado pelo Padre Cláudio Weber, na época, Provincial dos Dehonianos. 

Fiéis passam pela Porta Santa da ‘igreja antiga’ do Santuário São Judas Tadeu, na zona Sul, na abertura do ano jubilar, na sexta-feira, dia 18

‘OÁSIS’ NA CIDADE 

O Código de Direito Canônico define como santuário “a igreja ou outro lugar sagrado onde os fiéis, por motivo de piedade, em grande número acorrem em peregrinação” e, por isso, são designados pelo bispo ou arcebispo local como tais. Além dos santuários diocesanos, existem os santuários nacionais, como é o caso, no Brasil, do de Nossa Senhora Aparecida. 

Na homilia da abertura do ano jubilar, Dom Odilo enfatizou que os santuários são como “oásis” no meio das cidades. “Os santuários são lugares de especial acolhida da presença e da ação de Deus entre os homens, que se dirigem ao seu encontro para adorar, agradecer, suplicar e fazer a experiência da misericórdia de Deus”, afirmou. 

O Cardeal Scherer destacou, ainda, que o Santuário São Judas Tadeu, erguido em honra de um dos apóstolos, recorda a herança apostólica da Igreja de Cristo. “Por isso, o ano jubilar também é ocasião de tomar consciência de que, hoje, somos nós o povo com a missão de testemunhar o Evangelho e transmiti-lo às próximas gerações”, afirmou, acrescentando que o santuário deve ser o lugar onde as pessoas encontrem a fé, o perdão, a misericórdia, o consolo e “o horizonte das promessas de Deus que superam todo desejo humano”. 

Cardeal Scherer: ‘A todos que tiverem passado pela Porta Santa, imagem da verdadeira porta do céu, que é Jesus Cristo, lembramos que o mesmo Senhor Jesus também nos envia em missão’

PORTA SANTA 

Após a comunhão, o Arcebispo, concelebrantes e fiéis seguiram em procissão até a entrada da “igreja antiga” do Santuário, onde foi instalada a Porta Santa do jubileu de prata, que permanecerá aberta até 18 de novembro de 2023. 

Projetada pelo arquiteto Diego Campos, a Porta Santa consiste em um portal fixo de madeira, que segue o estilo clássico da igreja. “Em sua arquitetura robusta e imponente, a porta apresenta em sua fachada quatro colunas que fazem menção aos evangelhos. Elementos e símbolos destacam a dignidade da Porta”, explicou Campos. 

A tradição das portas santas remonta ao século XV, quando o Papa Martinho V abriu uma porta santa na Basílica de São João do Latrão, em Roma, como marco inicial do jubileu de 1423. Em 1499, o costume se estendeu à Basílica de São Pedro. Desde então, ocorre nas comemorações dos anos santos ordinários da Encarnação e da Redenção e dos extraordinários, como o da Misericórdia, celebrado em 2016, quando foram abertas portas santas em catedrais e diversas igrejas de peregrinação em todo o mundo. 

As portas santas representam o próprio Cristo, único acesso ao Pai e por meio do qual os fiéis alcançam o perdão e a misericórdia. “Ao adentrar os umbrais do santuário, movidos pela fé eclesial, os peregrinos sabem que estão a caminho do santuário definitivo, ‘não feito por mão humana’ (cf. Hb 8,2), meta final do caminhar da vida. E, desde agora, já se sentem acolhidos por Aquele que é a verdadeira Porta, que os introduz na presença do Altíssimo, na companhia dos anjos e dos santos”, diz o decreto do Cardeal Odilo Scherer sobre a Porta Santa do Santuário São Judas Tadeu. 

INDULGÊNCIA 

Outra antiga tradição dos anos jubilares, já registrada no século XIII, é a concessão de indulgência plenária, isto é, a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja. A indulgência pode ser aplicada à própria pessoa ou aos fiéis falecidos. 

Conforme a Penitenciaria Apostólica, organismo da Santa Sé responsável por estabelecer a concessão das indulgências, durante o ano jubilar do Santuário São Judas Tadeu, a indulgência plenária será concedida “aos fiéis verdadeiramente arrependidos de seus pecados e motivados pela caridade”, nas condições habituais: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. 

O decreto da Penitenciaria Apostólica informa que os idosos, enfermos e todos os que, por motivo grave, não puderem sair de casa poderão igualmente receber a indulgência plenária, “desde que estejam verdadeiramente arrependidos de todo o pecado e imbuídos da intenção de cumprir, quanto antes possível, as três condições usuais e se unam espiritualmente às celebrações jubilares e ofereçam a Deus misericordioso as orações, sofrimentos e preocupações da sua própria vida”. 

HORÁRIOS 

Para que os peregrinos possam obter a indulgência, no Santuário São Judas Tadeu, há sete missas diárias de segunda a sexta-feira, cinco aos sábados e nove aos domingos (confira horários aqui). O atendimento de Confissões acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h e, aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h. 

O Santuário permanece aberto para visitação e passagem pela Porta Santa de segunda a sexta-feira das 6h30 às 20h e, aos sábados e domingos, das 6h30 às 19h. 

DE ACORDO COM A PENITENCIARIA APOSTÓLICA, AS DATAS EM QUE SERÁ CONCEDIDA A INDULGÊNCIA PLENÁRIA NO SANTUÁRIO SÃO JUDAS SÃO: 

  • Dia votivo em comemoração ao ano jubilar (dia 18 de cada mês); 
  • Dia votivo a São Judas Tadeu (dia 28 de cada mês); 
  • 1º Domingo do Advento (27/11/2022);
  • 2º Domingo do Advento (04/12/2022); 
  • 3º Domingo do Advento (11/12/2022);
  • 4º Domingo do Advento (18/12/2022);
  • Solenidade do Natal do Senhor Jesus (24-25/12/2022); 
  • Festa da Conversão de São Paulo (25/01/2023); 
  • Quarta-feira de Cinzas (22/02/2023); 
  • 1º Domingo da Quaresma (26/02/2023);
  • 2º Domingo da Quaresma (05/03/2023); 
  • 3º Domingo da Quaresma (12/03/2023); 
  • 4º Domingo da Quaresma (19/03/2023);
  • 5º Domingo da Quaresma (26/03/2023); 
  • Domingo de Ramos (02/04/2023); 
  • Quinta-feira Santa (06/04/2023); 
  • Sábado Santo (08/04/2023); 
  • Domingo de Páscoa (09/04/2023); 
  • Domingo da Divina Misericórdia (16/04/2023);
  • Solenidade de Pentecostes (28/05/2023); 
  • Solenidade de Corpus Christi (08/06/2023);
  • Solenidade do Sagrado Coração de Jesus (16/06/2023); 
  • Solenidade de São Pedro e São Paulo (29/06/2023); 
  • Festa da Exaltação da Santa Cruz (14/09/2023);
  • Novena de São Judas Tadeu (18 a 27/10/2023); 
  • Comemoração dos Fiéis Defuntos (02/11/2023). 
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