Sudão do Sul: jovens peregrinos atravessam o país a pé para encontrar o Papa

Papa com jovens da República Democrática do Congo
Vatican Media

Cristãos da Diocese de Rumbek e da Igreja Episcopal no Sudão do Sul começaram, no dia 25 de janeiro, uma caminhada de mais de 400 quilômetros, partindo de Rumbek, cidade na região central do país, até Juba, a capital, localizada no Sul, numa peregrinação de nove dias para receber o Papa Francisco e outros líderes religiosos que visitarão a nação africana, de 3 a 5 de fevereiro. 

Das centenas de grupos de peregrinos que trilham o longo percurso, um deles é conduzido pela Irmã Orla Tracy, religiosa e professora irlandesa que dirige uma escola sul-sudanesa e cujo trabalho é lutar pela educação das crianças e jovens e evitar casamentos precoces – que os façam abandonar os estudos. 

Há quatro anos, quando surgiram rumores de que Francisco poderia visitar o país, ela estava reunida com um grupo de estudantes e lhes perguntou o que poderiam fazer para ver o Papa. Todos se mostraram muito interessados em conhecê-lo, porém estavam cientes das dificuldades materiais para isso. Alguns deles, contudo, tiveram a ideia de ir caminhando até o Pontífice, e imediatamente todos concordaram. 

O tempo passou e o entusiasmo com a confirmação da visita papal somente se fez aumentar. Ciente de seu papel frente ao grupo, Irmã Orla explica que, para que tudo se concretize, quatro são os pilares da peregrinação: caminhada, oração, paz e comunidade.

O grupo caminha de aldeia a aldeia e mantém o espírito de oração. Eles contam com a hospitalidade das pessoas que encontram ao longo do caminho e dormem nas salas de aula e em qualquer lugar em que sejam bem-vindos.

“Não há nada para nós em muitos desses lugares. Então, temos que carregar nossa comida, nossas panelas, nosso combustível, nossos pratos e os demais utensílios e objetos necessários. Temos que cozinhar juntos, preparar juntos os locais em que dormiremos. Temos que apoiar uns aos outros, e essa condição nos dá a sensação de criar uma comunidade. Portanto, os quatro pilares que mencionei são o sustento de nossa jornada”, afirmou a religiosa. 

Irmã Orla explica que ver o Papa não foi o único motivo para a caminhada, mas a visita de Francisco ao país é uma bênção. Ela diz que as pessoas veem isso como uma oportunidade de recebê-lo em suas casas.

“Eu acho que para nós, em nosso país, a presença do Papa é uma afirmação, e espero um fortalecimento para nossos líderes políticos. Também nos sentimos encorajados e podemos seguir em frente”, concluiu ela, esperando que a caminhada se torne uma tradição anual, focada em encorajar a paz no Sudão do Sul. 

Com informações de Rome Reports

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