Vacinação em dia e máscara em locais fechados são principais medidas diante do aumento da COVID-19

Desde o dia 1º, o uso de máscaras em ambientes fechados e em unidades escolares na cidade de São Paulo voltou a ser recomendado pela Prefeitura, e continua válida a obrigatoriedade da utilização para o acesso e permanência em equipamentos de saúde, ônibus, trens e no metrô. 

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A decisão da Prefeitura segue o indicativo do governo do estado de São Paulo, que em 31 de maio voltou a recomendar a utilização de máscaras nos ambientes fechados, diante do aumento de 120% na média diária de internados com a doença no último mês, além da alta de casos positivos nos comparativos semanais: na semana entre 15 e 21 de maio, foram computados 18.353 novos casos de COVID-19, e na semana seguinte, de 22 a 28 de maio, 33.810 registros. O número de mortes, porém, se manteve estável, com média de 39 óbitos diários em todo o estado. 

Na segunda-feira, 6, estavam internadas com a doença em todo o estado mais de 3,4 mil pessoas, das quais 1.050 em leitos de UTI. 

ALTA DE CASOS E DE INTERNAÇÕES NA CAPITAL PAULISTA 

Um dos fatores que motivaram a Secretaria Municipal da Saúde a voltar a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados foi o aumento da positividade nos testes rápidos antígenos (TRAs) para COVID-19: na última semana de abril, a taxa de positividade foi de 4%, já no final de maio saltou para 18%. 

Na última semana epidemiológica de abril, foram confirmados 3.025 novos casos de COVID-19 na capital paulista, e nas seguintes só houve crescentes: 4.580 casos na primeira semana de maio; 5.828, na sequente; 6.648, na posterior; e 7.055, na última semana epidemiológica do mês passado. 

Desde 20 de maio, a Secretaria Municipal da Saúde registra altas constantes no número de internações nos hospitais municipais: naquela data, eram 103 internados com a COVID-19, já em 31 de maio, havia 255 pessoas internadas com a doença. 

Quanto à recomendação às escolas, a decisão da Prefeitura se baseou no aumento de casos em crianças e adolescentes a partir da primeira semana de maio. 

“Considerando os dados de incidência, que é a epidemiologia da doença, neste instante voltar a recomendar o uso das máscaras em ambientes fechados é a medida mais acertada, especialmente porque ainda há um contingente de pessoas que se recusa a tomar a vacina e temos um número bastante alto de indivíduos que não completaram o sistema vacinal”, comentou, ao O SÃO PAULO, o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER). 

COM A VACINA EM ATRASO 

Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, até o fim de maio ao menos 10 milhões de pessoas ainda estavam em atraso com a dose adicional da vacina contra a COVID-19. 

Em todo o estado, 87% da população já tomou as duas doses ou a vacina de dose única, entretanto cerca de 2,7 milhões de pessoas ainda estão sem tomar a segunda dose, a maioria destas, 1,2 milhão, é de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos. 

Embora pondere que, quanto maior o número de doses que as pessoas precisem tomar, menor acaba sendo a adesão à vacinação, Suleiman explica que é fundamental que cada pessoa tome a quantidade de doses que é recomendada conforme a idade, condição de saúde e nível de exposição ao vírus. 

“À medida que o conhecimento sobre a vacina foi sendo ampliado, percebemos que a produção dos anticorpos protetores diminui ao longo do tempo e que isso não é uniforme para todos. Assim, pessoas que têm deficiência imunológica – seja por idade, seja porque fazem uso de medicações que diminuem a imunidade, seja porque têm doenças que evoluem com a redução da imunidade – ficam mais vulneráveis ao vírus ao redor do quarto mês após se vacinarem. Por isso, elas passaram a receber primeiro a dose de reforço e hoje já se sabe que precisam receber uma dose adicional, a chamada quarta dose”, detalha o infectologista. 

“As pessoas que tomaram a vacina no tempo correto continuam protegidas em 80% das formas graves da doença”, prosseguiu, lembrando, ainda, que embora o número dos que hoje morrem em decorrência da COVID-19 seja menor que nas fases mais críticas da pandemia, o melhor é não se contagiar com o vírus. “A doença propriamente dita é uma situação ruim, pois a sintomatologia é de uma gripe muito intensa. A pessoa precisa ficar isolada de sete a dez dias, ou seja, não é um bom cenário. Por isso, a máscara é um bom adjuvante nesta estratégia de proteção”, prosseguiu. 

POR AMOR A SI E AO PRÓXIMO 

Em mensagem de vídeo à população da América Latina, em agosto de 2021, o Papa Francisco ressaltou que em tempos de COVID-19, “vacinar-se é um modo simples, porém, profundo, de promover o bem comum e de cuidarmos uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis”. 

AUTOTESTES 

Diante da alta de casos de COVID-19, muitas empresas têm recomendado a seus colaboradores a realização de autotestes para mapear se alguém cujo teste deu positivo para o coronavírus transmitiu o vírus a outras pessoas. 

O Ministério da Saúde, em seu site, reforça que o autoteste de antígeno (AT-Ag) é uma estratégia complementar ao plano nacional de testagem para doença, devendo ser utilizado como forma de triagem para casos de COVID-19. A recomendação é que seja feito no período entre o 1º e 7º dia do início dos sintomas ou a partir do 5º dia do contato com indivíduos cujos testes deram positivo para o coronavírus. 

“O teste de antígeno dá respostas boas a partir do primeiro dia da infecção, mas não tem 100% de sensibilidade. O que significa que, em algumas pessoas, o teste precisa ser repetido 24 horas depois, às vezes, 36 horas ou 48 horas depois. E se a pessoa, ainda que tenha um teste com resultado negativo continuar com sintomas, é indispensável que procure o serviço de saúde para se pesquisar outros vírus ou partir para testes com sensibilidade maior, que é o PCR. Em resumo, o autoteste é confiável quando dá positivo. Se der negativo, ele não dá uma resposta definitiva, e a pessoa precisa procurar o serviço médico para que se defina a doença, o tempo de exposição e ver dentro de uma hierarquização de diagnóstico qual é a metodologia que pode dar melhor informação”, ressaltou Suleiman. 

O QUE FAZER DIANTE DOS RESULTADOS DOS AUTOTESTES: 

Se der negativo e estiver assintomático: Caso tenha tido contato com alguém com caso suspeito ou confirmado de COVID-19, observe as orientações com relação à quarentena de contatos e monitore o aparecimento de sintomas para possível realização de novos testes ou procure o serviço de saúde. 

Se der negativo, mas estiver com sintomas: Se estes persistirem ou piorarem em até 48 horas, busque um serviço de saúde para atendimento clínico e/ou realização de outros testes diagnósticos. 

Se der positivo (tendo ou não sintomas): O recomendável é que se isole imediatamente e se, eventualmente, precisar ter contato com outras pessoas, utilize uma máscara bem ajustada ao rosto, preferencialmente cirúrgica ou PFF2/N95. Além disso, evite o contato com indivíduos imunossuprimidos, idosos e não vacinados e não realize refeições com demais pessoas. Busque a confirmação diagnóstica oficial de um profissional de saúde. 

Se o resultado for inválido (não aparece linha alguma na área do controle do teste): Realize um novo teste. 

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul 

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