Anunciação do Senhor: O ‘sim’ de uma mulher que mudou a história

Solenidade é celebrada nove meses antes do Natal

Marko Ivan Rupnik

Neste dia 25 de março, a Igreja celebra a Solenidade da Anunciação, recordando um fato que mudou a história da humanidade, quando Maria deu seu ‘sim’ corajoso a Deus, concebendo desde aquele momento Jesus e tornando-se a protetora do Menino que um dia nasceria e salvaria o mundo.

“Disse-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível. Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela” (Lc 1,35-38).

BENDITA ENTRE AS MULHERES

A Solenidade da Anunciação é celebrada nove meses antes do Natal. Ao analisar a história, pode-se perceber que não foi fácil para Maria. Ela estava comprometida com José e certamente esta decisão de conceber o Filho de Deus trouxe instabilidade.

Tanto que o justo José decidiu repudiá-la em segredo para que os dois não tivessem muitos problemas. Além disso, Maria era jovem e pobre, mas confiava na Providência de Deus.

Por isso, o Senhor interveio e o anjo falou a José em sonho e ele aceitou o plano de Deus, obtendo o privilégio de ser pai de Jesus na terra e de formar a Sagrada Família com Maria.

No Evangelho de hoje (Lc 1,26-38) se aprecia o diálogo do mensageiro de Deus com a Virgem. Não foi uma imposição, mas uma proposta à qual Maria poderia ter dito não. Mas, a “bentida entre todas as mulheres” aceitou e realizou-se o milagre da Encarnação do Filho de Deus.

Desde aquele momento, Maria teve Jesus em seu ventre, não aos três meses ou quando o embrião tinha forma humana, mas desde a concepção. Por isso, esta é mais uma razão pela qual a Igreja defende o bebê desde o primeiro instante de vida.

HUMILDE SERVA DO SENHOR

“Maria está sempre ali, com a sua ternura maternal. As orações a Ela dirigidas não são vãs. Mulher do “sim”, que aceitou prontamente o convite do Anjo, responde também às nossas súplicas, ouve as nossas vozes, até aquelas que permanecem fechadas no coração, que não têm a força para sair mas que Deus conhece melhor do que nós”, disse o Papa Francisco na catequese da Audiência Geral da quarta-feira, 24.

Segundo Francisco, “este é o papel que Maria desempenhou ao longo de toda a sua vida terrena e que conserva para sempre: ser a humilde serva do Senhor. Numa certa altura, nos Evangelhos, Ela parece quase desaparecer; mas volta nos momentos cruciais, como em Caná, quando o Filho, graças à sua intervenção solícita, fez o primeiro “sinal”, e depois no Gólgota, aos pés da Cruz”.

“Jesus estendeu a maternidade de Maria a toda a Igreja quando lhe confiou o discípulo amado, pouco antes de morrer na cruz. A partir daquele momento, fomos todos colocados debaixo do seu manto, como vemos em certos afrescos ou quadros medievais”, enfatizou o Pontífice.

PRESENTE NOS DIAS DA PANDEMIA

Como dizem os Evangelhos, Maria é a “cheia de graça”, a ”bendita entre as mulheres”. Depois, à oração da Ave-Maria foi acrescentado o título “Theotokos”, “Mãe de Deus”. “Maria está sempre presente à cabeceira dos seus filhos que deixam este mundo. Se alguém se encontra sozinho e abandonado, Ela está ali perto, tal como estava próxima do seu Filho quando todos o tinham abandonado”, disse ainda o Papa, acrescentando:

“Como e mais do que todas as mães bondosas, Maria nos defende nos perigos, preocupa-se conosco, até quando estamos ocupados com os nossos afazeres e perdemos o sentido do caminho, colocando em perigo não só a nossa saúde, mas a nossa salvação. Maria está ali e reza por nós, reza por quem não reza. Porque Ela é a nossa Mãe!”

(Com informações de acidigital e Vatican News)

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