Bispos peruanos repudiam uso indevido de vacinas contra a COVID-19

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Os bispos da Conferência Episcopal Peruana, em nota divulgada na quarta-feira, dia 17, condenaram o uso indevido de vacinas para prevenir a COVID-19. Eles lembraram que os imunizantes foram confiados às autoridades do país para a realização de pesquisa e a garantia da saúde das pessoas.

“Isso mostra uma nova face do monstro da corrupção e da crise ética e de valores que impede o exercício da justiça e o desenvolvimento do país”, indicaram na nota na qual exigiram que esses fatos sejam devidamente apurados e punidos por que a impunidade não tem espaço entre os peruanos. Os Prelados ressaltaram que as autoridades devem trabalhar em união e transparência para enfrentar o momento difícil que o país atravessa.

Também solicitaram um calendário vacinal que seja cumprido de forma irrestrita e sem preferências, priorizando os que estão na linha de frente no combate à doença, em especial os profissionais da área da Saúde.

INDIGNAÇÃO E REJEIÇÃO

Os bispos lembram que esses atos de corrupção geram indignação porque deixam de lado as pessoas que durante o ano passado se sacrificaram para enfrentar a pandemia, para a qual alertaram que não é possível que médicos, enfermeiras, policiais, servidores públicos e voluntários continuem morrendo, enquanto grupos sem sensibilidade e consciência suficientes buscam seu próprio benefício.

Por outro lado, pediram uma adequada distribuição e aplicação de vacinas, porque as circunstâncias nas quais vive o país devem ser tomadas como uma oportunidade para refletir sobre a necessidade de conversão pessoal, reconhecendo quais são os fatores que afastam as pessoas de Deus e dos irmãos.

APLICAÇÕES INDEVIDAS

Na quinta-feira, 18, o Controlador peruano Nelson Schack revelou que houve  corrupções no processo de vacinação, principalmente com registros inválidos que constam da lista de beneficiários da vacina Sinopharm.

Em resultados preliminares de pesquisas de monitoramento de ensaios clínicos de doses da vacina Sinopharm, 70 pessoas de 26 grupos familiares são listadas. No entanto, 75% dessas pessoas são parentes de funcionários públicos.

No relatório, a Controladoria detectou registros inválidos ou não condizentes com a lista dos que deveriam receber a vacina de origem chinesa. A lista de funcionários inclui o ex-presidente Martín Vizcarra, a ex-ministra da Saúde Pilar Mazzetti e a ex-chanceler Elizabeth Astete.

Assim, o órgão de controle afirmou que funcionários que viessem a se beneficiar irregularmente com a vacina deveriam ser impedidos de continuar com suas funções no setor público.

Até o momento, o Peru registrou mais de 1,2 milhões de casos de COVID-19 e mis de 44 mil pessoas morreram em decorrência da doença.

Fontes: Celam e Conferência Episcopal Peruana

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