Curso on-line destaca a administração dos bens da Igreja a serviço da evangelização

Cardeal Scherer abriu o curso de extensão sobre administração dos bens da Igreja (reprodução da internet)

Foi aberto na noite da terça-feira, 4, o curso de extensão em administração de bens da Igreja, promovido pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pela Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, da Arquidiocese de São Paulo.

Realizado totalmente on-line, o curso oferece o aprofundamento histórico, pastoral e jurídico sobre a administração dos bens eclesiásticos, com destaque para a realidade das paróquias.

Na abertura do curso, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão-chanceler das duas instituições organizadoras do evento, ressaltou que a administração dos bens da Igreja é um tema de grande relevância e sempre atual. Ele também chamou a atenção para o expressivo número de inscritos, mais de mil, de diversas apartes do Brasil e do exterior.

Dom Odilo enfatizou que os bens eclesiásticos são importantes para o exercício da sua missão, recordando que a Igreja é uma realidade espiritual, porém, encarnada, assim como Jesus Cristo, o verbo de Deus feito carne. “a missão da Igreja se realiza também com o uso dos bens materiais e de todos os recursos úteis para a expressão de sua vida”, afirmou.

O Arcebispo recordou que o Código de Direito Canônico dedica uma parte aos bens temporais da Igreja, que incluem os recursos financeiros, imóveis, templos, espaços de serviço, bibliotecas, arquivos.

Finalidades dos bens

O Cardeal Scherer explicou, ainda, que são três as principais finalidades da administração dos bens materiais da Igreja: o bem da evangelização, que requer recursos e infraestruturas para sua realização; a promoção do culto divino, isto é, da liturgia, que necessita de pessoas preparadas, espaços adequados e materiais específicos que garantam a dignidade própria das celebrações; a promoção da caridade e das obras de misericórdia, que igualmente demandam recursos humanos e materiais para a sua realização.

Nesse sentido, Dom Odilo salientou que não há outras finalidades além dessas para que a Igreja possua bens materiais. “Não são para o acúmulo, ostentação, promoção das vaidades, promover vícios…”, afirmou, acrescentando que, por isso, não basta ter os bens, mas é preciso saber administrá-los corretamente para que cumpram suas finalidade.

“O dinheiro precisa ser corretamente contabilizado, gasto e conservado, portanto, bem administrado. Se a Igreja possui imóveis e terrenos, esses bens precisam ser muito bem administrados”, reforçou o Arcebispo, chamando a atenção para a necessidade de boa formação e preparo daqueles que são encarregados de administrar tais bens, que, seguindo tanto as legislações e prescrições tanto no âmbito canônico quando as leis civis.

Padre Ney de Souza, doutor em História Eclesiástica (reprodução da internet)

Variedade dos bens

A primeira aula do curso foi ministrada pelo Padre Ney de Souza, doutor em História Eclesiástica pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma,  pós-doutor em Teologia  pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO). Atualmente, é professor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da PUC-SP.

O sacerdote apresentou o que constituem os bens eclesiásticos, indicando os documentos que fundamentam e orientam sua administração, além de indicar algumas implicações práticas sobre o assunto.

Os bens da Igreja podem ser imóveis, como edifícios e templos, mosteiros, conventos, e demais espaços onde são realizadas atividades pastorais e evangelizadoras. Também existem os bens móveis, que são imagens e objetos sacros e artísticos, vasos sagrados, documentos, e bibliotecas, entre outros. Outros tipos de bens eclesiásticos são os integrados, como altares, pias batismais, forros esculpidos em igrejas etc. Além disso, existem os bens imateriais, como a expressão da fé do povo nas mais variadas tradições e manifestações religiosas e litúrgicas e da religiosidade popular.

“O valor dos bens culturais eclesiais, portanto, está na memória histórica da nossa instituição religiosa e, por isso, devem ser preservadas e conservadas, para que continuem tendo uma identidade”, enfatizou o Padre Ney.

O curso segue até o dia 25, e aprofundará temas como a finalidade dos bens da Igreja, aspectos canônicos de administração e implicações civis.

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