Em 1 ano de quarentena, capital paulista coleta 10 mil toneladas a mais de recicláveis

Desde março de 2020, 92,6 mil toneladas de resíduos secos passíveis de reciclagem foram coletadas, aumento de 12% em relação aos 12 meses anteriores. Maior adesão dos munícipes à coleta seleta seletiva foi determinante

Fonte: Prefeitura de São Paulo/Amlurb

Um levantamento da Prefeitura de São Paulo, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), revela que no 1o ano da pandemia de COVID-19, a cidade teve um crescimento histórico nos números de coleta seletiva.

Desde março de 2020, foram coletadas algo em torno de 92,6 mil toneladas de resíduos secos passíveis de reciclagem, ante 82,4 mil toneladas dos 12 meses anteriores, um crescimento de 10,1 mil toneladas.

Ao comparar os anos 2019 e 2020, o aumento foi de 17,4%, já que de janeiro a dezembro do último ano foram coletadas 94,4 mil toneladas de recicláveis, contra 80,4 mil toneladas em 2019.

Maior demanda nas cooperativas

Esse crescimento foi notado pelas cooperativas de coleta seletiva que atuam no município, conforme comenta o diretor de comercialização da Coopercaps, Marcos Paulo Nascimento: “Em 2020, tivemos uma média de comercialização por volta de 2,5 mil a 3 mil toneladas por mês, enquanto em 2019 nosso volume estava entre 2 mil a 2,4 mil toneladas por mês”.

A Coopercaps atua na cidade de São Paulo há 17 anos, com cinco unidades e 340 cooperados. No ano passado, por conta das medidas sanitárias adotadas pela Prefeitura para conter a disseminação do coronavírus, apenas duas dessas centrais, que contam com maquinários que fazem a separação automática dos materiais, tiveram permissão para prosseguir com as atividades.

 “Com a liberação de funcionamento apenas das centrais mecanizadas, todo o material da cidade [recebido pela cooperativa via Prefeitura] foi direcionado para elas”, conta Nascimento.

Dentre os materiais que a cooperativa recebe estão garrafas pet, vidro, revista, papelão, ferro, alumínio e óleo. No primeiro ano de pandemia, alguns itens se destacaram. “Tivemos um aumento grande de todo tipo de material, mas principalmente de plástico, caixas de papelão, coisas de entrega e delivery”, conta o diretor da cooperativa.

Mais tempo em casa, mais recicláveis descartados

Foto: Prefeitura de São Paulo/Amlurb

Para Ana Célia Santos, síndica de um condomínio no Jardim Esmeralda, na zona oeste de São Paulo, a maior permanência das pessoas em casa redundou na produção de mais resíduos.

“Muitas começaram também a trabalhar com venda de comidas e bebidas, vendendo, inclusive, dentro do próprio condomínio”, pontua a síndica.

Ana Célia disse que ao longo da quarentena o volume de garrafas pet e de latinhas descartadas pelos condôminos foi o que mais cresceu. O condomínio que ela administra é composto por 12 torres, com 240 apartamentos. Há seis anos, foi implantada a coleta seletiva. O material reciclável é vendido para terceiros e com o dinheiro são comprados itens para pequenas manutenções.

Antes da pandemia, a venda desses materiais ocorria de três em três meses. Agora, acontece no máximo de dois em dois meses. “Demorava muito para juntar um volume grande. E o valor da venda não passava dos R$ 200,00. Agora, juntamos mais rápido e em maior quantidade. Já chegamos a conseguir com a venda até R$ 270,00 num período de dois meses”, recordou a síndica.

Em outro condomínio, localizado no bairro da Mooca, zona Leste da capital, o síndico, Mateus Anastácio, também tem acompanhado um aumento considerável de materiais destinado para a reciclagem.

Por lá, a iniciativa de separar o lixo orgânico do reciclável foi implementada há cinco anos. Desde então, a administração tenta conscientizar e incentivar todos os moradores dos 267 apartamentos a aderir à coleta seletiva. Durante a pandemia, essa adesão cresceu.

“São pelo menos três contêineres de mil litros [que são retirados pela Prefeitura] a cada três dias”, contou Anastácio. “Continuamos com a mesma rotina, porém antes o volume coletado era menor. Cresceu 50% devido à pandemia, inclusive porque no prédio, foram recebidas muitas entregas devido às restrições”.

No condomínio administrado por Anastácio, os recicláveis não são vendidos. Metal, plástico e papel são retirados pela Prefeitura. Vidros são doados para uma ONG. Já o óleo de cozinha é trocado por produtos de limpeza, utilizados na higienização do condomínio.

Segundo o estudo da Prefeitura, o crescimento da coleta seletiva durante o primeiro ano de pandemia não está associado somente ao período de isolamento social, mesmo que tenha sido observada uma maior adesão à reciclagem neste intervalo de tempo.

O levantamento atribui a esse crescimento também às iniciativas promovidas pela Prefeitura com foco na educação ambiental como “as ações de conscientização porta a porta – em que equipes orientam os munícipes sobre o horário de coleta, descarte correto dos resíduos, endereços dos ecopontos mais próximos e a importância da separação dos materiais para a reciclagem”.

Desde 2019, a Prefeitura de São Paulo tem uma plataforma on-line, denominada Recicla Sampa que busca incentivar, e, assim, ampliar, a adesão da população à coleta seletiva. Há informações sobre os resíduos que podem ser reciclados e orientações gerais sobre reciclagem.

No site do jornal O SÃO PAULO você também encontra orientações de como fazer o descarte correto de recicláveis e também como reduzir a quantidade de resíduos que gera.

(Com informações da Prefeitura de São Paulo)

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