Exposição ‘Imagens de Roca e de Vestir’ é destaque no Museu de Arte Sacra

Essas são imagens utilizadas especialmente em procissões, mas algumas delas permanecem nos altares de igrejas em todo o país

Museu de Arte Sacra de São Paulo

Até 30 de março, o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS) apresenta a exposição ‘Imagens de Roca e de Vestir’, com 37 obras de seu acervo, bem como da Arquidiocese de Sorocaba, Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, Catedral Metropolitana de São Paulo, Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e da coleção Jack Luna. A curadoria é de João Rossi e Beatriz Cruz.

Imagem de roca é o nome que se dá a imagens, prioritariamente sacras, conduzidas em procissão e vestidas com trajes de tecido. Diferentemente das peças que existiam nas igrejas e para aliviar o peso, as imagens eram entalhadas apenas parcialmente, com acabamento só nas partes que deveriam ser vistas pelo público, como as mãos, cabeça e pés, e o restante do corpo consistia em uma simples estrutura de ripas ou armação oca coberta pela roupa de tecido.

“As primeiras referências que temos destas imagens são na Europa nos séculos XVI e XVII, raras. Os santos de roca são também produzidos no século XVIII, foi o ápice, perdurando até o século XIX, quando se popularizam no Brasil”, enfatizou Rossi, em entrevista ao O SÃO PAULO.

DEVOÇÃO POPULAR

Museu de Arte Sacra de São Paulo

A diferenciação entre as peças, além de sutil, não é isolada e, por vezes, está creditada a interpretações. As imagens de roca verdadeiras são as destinadas à participação em procissão, e aquelas destinadas simplesmente a serem vestidas, as imagens de vestir. Segundo o curador, essas imagens tiveram uma clara influência na devoção popular, principalmente nas imagens da Virgem Maria.

“Estas imagens foram criadas para trazer mais dramaticidade às procissões. Como um meio de catequese e piedade popular, estas obras passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, miniaturas de imagens de roca e de vestir eram encontradas nos oratórios domésticos, cumprindo sua função de objeto devocional”, recordou Rossi.

NOTORIEDADE

O curador reiterou que o estudo sobre as imagens de roca e de vestir foi desprezado durante muito tempo pelos pesquisadores por serem consideradas como expressão artística de menor importância, mas após a grande popularidade no século XIX, e sua utilização no culto doméstico, nas procissões e na representação da Paixão de Cristo, ganhou notoriedade e renasceu.

“Essas imagens são utilizadas não só em procissões, como ainda hoje estão presentes em muitos altares em todo país. Aqui em São Paulo, temos várias igrejas que mantém estas imagens, algumas as cederam para serem expostas aqui no museu, como a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção, da Igreja da Boa Morte, a imagem de Santa Rita de Cássia, da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, dentre outras”, completou.

Segundo Rossi, quem visitar a exposição poderá conhecer as esculturas e suas tipologias: “Há imagens vestidas com roupas de época e até com cabelos naturais. Também é possível ver a estrutura delas. A exposição traz o acesso a acervos históricos, guardados longe dos olhos do público, outros expostos em altares, que aqui no Museu podem ser apreciados, destacando como estas obras são confeccionas e vestidas”, concluiu.

VEJA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO NO VÍDEO A SEGUIR

PROTOCOLOS SANITÁRIOS

Em razão da atual pandemia de COVID-19, o limite máximo de visitantes por hora no MAS é de 60 pessoas, mas o Museu disponibiliza totens de álcool em gel para mãos espelhados por diversos pontos da edificação, desde a entrada até a saída.

O MAS está seguindo todos os protocolos sanitários recomendados pelo Governo de São Paulo, como a medição de temperatura dos visitantes, o uso obrigatório de máscara facial dos visitantes e o distanciamento social de pelo menos 1,5 metro entre as pessoas, exceto para aquelas que convivem no mesmo lar.

SERVIÇO

Exposição “Imagens de Roca e de Vestir”

Até 30 de março

Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 9h às 17h (acesso até às 16h30).

Museu de Arte Sacra de São Paulo: Avenida Tiradentes, 676, bairro da Luz (ao lado da estação Tiradentes do Metrô).

Ingressos: R$ 6,00; estudantes pagam meia (R$ 3,00), aos sábados a visita á gratuita.

* É necessário reservar o horário antecipadamente pelo site:

https://bileto.sympla.com.br/event/66614/d/92621)

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