Marcha pela Vida 2020: a mulher e o bebê têm igual direito de viver

Foto: Reprodução do programa na Rede Século 21

Não foi como nos anos anteriores, com centenas de pessoas nas ruas, mas a Marcha pela Vida aconteceu, desta vez virtualmente – em respeito às recomendações de distanciamento social –, por meio de um programa de tevê transmitido pela Rede Século 21, no sábado, 17.

Organizada pelo grupo Marcha pela Vida Brasil, a iniciativa teve como tema “Mulher é vida” e contou com os testemunhos de médicos, pesquisadores em Bioética, participantes de grupos pró-vida e mulheres que disseram sim à vida diante da possibilidade de realizar um aborto.

“Abraçamos a vida sem pressões, sem críticas e sem julgamentos. Nenhum direito tem sentido, se o direito à vida for violado”, afirmou Cassia Denadai, coordenadora da Marcha neste ano.

Controle da natalidade

Durante o programa, foi realizado um histórico sobre as ações para impor o controle da natalidade às famílias, seja pela influência dos princípios da teoria neomalthusiana – a qual considera que, quanto maior for o crescimento da população, mais riscos há de que falte alimento para todos, mais se torna necessário investir em saúde e educação e, assim, busca-se evitar tal expansão, por meio de estímulos a casamentos tardios, à distribuição de anticoncepcionais, à esterilização de pessoas nos serviços de saúde pública e à realização de abortos –, seja pelas restrições à liberdade reprodutiva das pessoas, como se faz na China comunista, seja pela construção cultural de que a maternidade pode impedir que a mulher realize plenamente seus sonhos.

Também foram apresentados testemunhos de grupos pró-vida dos Estados Unidos, que indicam que o aborto tem sido especialmente danoso à população negra, uma vez que, por exemplo, uma em cada duas mulheres negras de até 40 anos já realizou um ou dois abortos naquele país.

Dados inflados

Autor do livro “Precisamos falar sobre aborto – Mitos & Verdades”, Marlon Derosa, pesquisador em Bioética, alertou para as mentiras que são propagadas pelos abortistas, entre as quais a de que são realizados 1 milhão de abortos clandestinos no Brasil a cada ano e centenas de gestantes morrem em decorrência desses procedimentos.

Derosa apontou que números como esses são oriundos de projeções de uma organização pró-aborto, o Institute Guttmacher, tendo como referência indicadores dos anos 1990, ou se baseiam em pesquisas com metodologias questionáveis, como a Pesquisa Nacional de Aborto, de 2016, na qual não houve a devida diferenciação entre abortos espontâneos e provocados.

“O número de abortos clandestinos, por ano, mais provável no Brasil é de cerca de 100 mil ou até menos”, assegurou, pontuando ainda que anualmente tais procedimentos resultam na morte de 50 a 60 gestantes. “Usam mentiras para advogar a favor do aborto, tentando sensibilizar a opinião pública com números absolutos muito grandes, mas o fato a não ser esquecido é que a cada aborto morre uma criança”, enfatizou.

Sim à vida Durante a Marcha virtual foram ainda mostrados trabalhos dos grupos que dão assistência às mulheres gestantes a fim de que não cometam aborto, conforme testemunharam a fundadora do Centro de Reestruturação para a Vida (Cervi), Rose Santiago; e da Associação Guadalupe, Mariângela Cônsoli.

Antonia Xavier de Macedo, uma das mulheres que encontraram apoio no Cervi, deu seu testemunho ao lado da filha, Isabella, 16.

“No segundo ultrassom, já com 4 meses de gestação, a médica que me atendia afirmou que não valeria a pena levar a gravidez adiante, porque a Isabella tinha várias deficiências no coração e não ia sobreviver. Disse que eu iria sofrer e perder tempo na minha vida. Fiquei muito confusa, mas, ao voltar da consulta, vi em uma estação de metrô um cartaz do Cervi, dizendo que lá se salvavam vidas. E foi onde encontrei todo o apoio do mundo. A Isabella é um presente de Deus, está aqui essa coisa linda”, recordou Antonia, emocionada.

Jéssica ao lado do filho Kalebe

Hoje voluntária no Cervi, Jéssica Dantas tinha 19 anos quando ficou grávida. Ela não desejava ter o filho, pois planejava morar no exterior e cursar uma faculdade.

“A minha decisão era de fazer um aborto. Tinha dúvidas, inseguranças, medos, mas aquela era a opção mais fácil e rápida para acabar com ‘aquele problema’. Um dia, indo trabalhar, muito angustiada, eu vi escrito em um cartaz: ‘Grávida: o que fazer?’. Logo entrei em contato, pensando: ‘Quem sabe lá me ensinam a fazer aborto, vão me encaminhar para alguma clínica’. No entanto, ao chegar, fui bem acolhida, conversaram comigo e me mostraram que o aborto não era a única opção, e que seria, na verdade, a morte, e existia a opção da vida. Fui fazer o ultrassom e, ao ouvir o coraçãozinho do meu bebê, já com 3 meses de gestação, decidi pela vida”, relatou Jéssica.

Hoje, o jovem Kalebe, seu filho, é violinista. O som de sua arte permeou toda a Marcha pela Vida do último sábado e, também, foi ouvido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal em 2018, durante uma audiência pública que tratou sobre a descriminalização do aborto.

Assista à íntegra da Marcha pela Vida Brasil 2020

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