‘Maria ocupa um lugar especial na vida da Igreja, pois é a nossa mãe’

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu na manhã desta segunda-feira, 1º, a missa da memória litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, instituída pelo Papa Francisco em 2018.

A Eucaristia foi celebrada na capela da sua residência, na região central da capital paulista, e transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Na homilia, Dom Odilo recordou que ao instituir a data, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos destacou que: “Considerando a importância do mistério da maternidade espiritual de Maria, que na espera do Espírito no Pentecostes, nunca mais parou de ocupar-se e de curar maternalmente da Igreja peregrina no tempo, o Papa Francisco estabeleceu que na segunda-feira depois do Pentecostes, a Memória de Maria Mãe da Igreja seja obrigatória para toda a Igreja de Rito Romano”.

MÃE DOS MEMBROS DE CRISTO

O Cardeal Scherer lembrou, ainda, que essa invocação mariana não é recente e sempre foi cultivada ao longo da história da Igreja. “Maria é a mãe de Jesus, o salvador, aquele que é a cabeça da Igreja. Portanto, ela é, por consequência, a mãe do corpo de Cristo, dos discípulo de Jesus”, afirmou.

Outro fato que ressalta esse significado é a cena narrada no Evangelho do dia (Jo 19,25-34), quando Jesus crucificado disse a Maria, olhando para São João: “Este é teu filho” e ao discípulo amado disse: “Esta é tua mãe”. “O evangelista acrescentou que, daquela hora em diante, o discípulo a levou consigo, tomou cuidado dela. Ele reconheceu Maria como mãe”, ressaltou o Cardeal.

“Podemos dizer, portanto, que é por uma vontade estabelecida por Jesus que Maria é mãe dos seus discípulos, dos seus irmãos”, completou o Arcebispo.

NO CENÁCULO

Nossa Senhora também está presente no início da Igreja, reunida no Cenáculo com o os apóstolos à espera da vinda do Espírito Santo. “Maria também viveu essa experiência renovada de Pentecostes, embora já havia vivido uma experiência única no momento da encarnação do Verbo por obra e graça do Espírito Santo”, recordou o Cardeal.

Dom Odilo lembrou que, já no início do Cristianismo, foram muitos os debates e reflexões sobre o mistério da pessoa de Jesus e, consequentemente, sobre o papel de Maria na história da salvação. No Concílio de Éfeso, no ano 431, por exemplo, foi definido o dogma de que Maria é mãe de Deus. “Isso revela quanto apreço já havia por Nossa Senhora e ao longo dos séculos isso só cresceu na vida da Igreja”, afirmou.

AFETO FILIAL

“Maria não é só parte da Igreja, como os discípulos, ela ocupa um lugar especial entre os discípulos, é a mãe deles. Por isso, todos nós recorremos a ela cheios de confiança e de afeto filial”, enfatizou o Cardeal. 

O Arcebispo esclareceu, ainda que devoção à Nossa Senhora não se opões á adoração a Jesus Cristo. “Maria leva a Jesus, não se opõe a ele e nem ocupa seu lugar. Ela nos trouxe Jesus, a quem ela nos mostra continuamente e para quem nos conduz”, sublinhou.

“Peçamos a Deus que renove em nós o afeto filial e o respeito por Nossa Senhora, mãe da Igreja, em nossas vidas”, concluiu Dom Odilo, pedindo, ainda, que Maria interceda por todos os discípulos de Jesus. 

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários