‘Na vinha do Senhor, a Igreja, devemos produzir os frutos que Deus espera de nós’

(Foto: Arquivo/Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, na capela de sua residência, a missa desta sexta-feira, 5, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

A Liturgia da Palavra apresenta o trecho do Livro do Gênesis que narra o início da história de José do Egito, que foi vendido pelos irmãos aos ismaelitas e levado para o Egito. Na homilia, dom Odilo ressaltou que essa é uma das histórias mais marcantes da Bíblia. Ele destacou, ainda, que esse relato chama  a atenção para o pecado da inveja, o ciúme, capaz de levar a consequências mais drásticas.

“Também hoje, a inveja e o ciúme mata. Ter inveja do bem do próximo a ponto de querer eliminá-lo porque ele faz sombra. Quantos males e brigas por causa desses sentimentos”, observou o Arcebispo, sublinhando que a inveja é um vício que torna a pessoa cega e seu coração insensível.

O Cardeal recomendou, ainda, que o tempo quaresmal é ocasião oportuna para uma revisão de vida acercados vícios ou pecados capitais que acometem o ser humano.  “Deus nos preserve, portanto, da inveja e do ciúme”, completou.

Parábola da vinha

Já o Evangelho do dia narra a parábola dos vinhateiros homicidas que matam o filho do proprietário da vinha por ganância, por quererem se apropriar de sua herança. Ao comentar esse texto, Dom Odilo explicou que Jesus chama a atenção para o vício capital da avareza, a busca desenfreada de bens que também é capaz de injustiças leves e graves, inclusive de matar.

“A ganância é aquele desejo incontrolado da acumulação de bens, em que se perde o senso da justiça, da retidão, da honestidade. Quem rouba um pouco, cria coragem para roubar cada vez mais, até que nem sente mais dor na consciência. Portanto, é um vício que precisa ser corrigido desde cedo”, alertou o Arcebispo.

O Purpurado observou, ainda, que essa mesma parábola apresenta outra questão que diz respeito ao sentido da Quaresma: produzir frutos. “O dono da vinha plantou uma vinha e esperou colher frutos, mas esses não vinham. A lição final da parábola é que a vinha será tirada  daqueles a quem foi confiada e entregue a outro povo que a faça produzir frutos”, disse.

“A vinha do Senhor é a casa de Israel, é a Igreja, somos nós. Ele espera de nós o fruto, não a apropriação da vinha”, acrescentou Dom Odilo, chamando a atenção para o risco daqueles que se apropriam da religião para o proveito pessoal.

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