‘Não é a abundância de bens que garante sucesso ao ministério, mas o apego a Deus’

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa na manhã deste sábado, 7, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

A Eucaristia foi celebrada pelas intenções da Igreja em São Paulo, pelos, doentes, falecidos e, em especial, por todos os sacerdotes que se preparam para celebrar o domingo com suas comunidades.

Na homilia, o Cardeal meditou sobre os textos bíblicos da liturgia do dia, que fazem referência ao uso dos bens e do dinheiro. Na primeira leitura (Fl 4,10-19), São Paulo faz um agradecimento à generosidade da comunidade dos filipenses em ajudá-lo em suas necessidades e diz: “Sei viver na miséria e sei viver na abundância. Eu aprendi o segredo de viver em toda e qualquer situação, estando saciado ou passando fome, tendo de sobra ou sofrendo necessidade. Tudo posso naquele que me dá força”.

O Arcebispo ressaltou, portanto, que a prática de ajudar os responsáveis pela evangelização em suas necessidades vem desde o tempo dos apóstolos. “No Evangelho de São Lucas, lemos que existia um grupo de mulheres que acompanhavam Jesus e os apóstolos, assistindo-os com seus bens. E isso acontece ao longo da história da Igreja até hoje”, disse.

No entanto, Dom Odilo enfatizou que não é a abundância de bens que garante sucesso ao ministério, mas o apego a Deus.

Fiel no pouco

Já o trecho do Evangelho do dia (Lc 16,9-15), Jesus exorta: “Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas”. O Cardeal explicou que a expressão “dinheiro injusto” se refere àquele com o qual não é possível comprar a justiça e a salvação. “Em outras palavras, significa que devemos usar os bens deste mundo para fazer amigos que não sejam corruptos… Aqueles que poderão interceder por nós no céu”, acrescentou.

Jesus continua sua pregação, afirmando que quem é fiel nas pequenas coisas também o é nas grandes e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. “Ouvimos tanto sobre a corrupção, a desonestidade. A honestidade, a retidão, o senso da justiça devem ser virtudes que se aprendem desde pequenos”, salientou o Arcebispo.

O evangelista destaca no texto que, ao ouvirem o discurso de Jesus, os fariseus, “que eram amigos do dinheiro”, riam dele. Cristo, então, chama a atenção para a hipocrisia desse grupo: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens, é detestável para Deus”.

“Peçamos a Deus que tenhamos a honestidade e a retidão no uso dos bens e que senso de justiça cresça cada vez mais em nós”, concluiu o Cardeal.  

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