‘Nossa fé está baseada na pessoa de Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e por toda a eternidade’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa desta sexta-feira, 5, memória litúrgica de Santa Águeda, virgem e mártir.

A Eucaristia, celebra na residência arquiepiscopal, foi transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Águeda foi martirizada em Catânia, na Sicília (Itália), provavelmente na perseguição de Décio. O seu culto propagou-se desde a Antiguidade por toda a Igreja e seu nome foi incluído no Cânon romano.

No início da celebração, Dom Odilo recordou dos muitos cristãos que, ao longo dos séculos, foram martirizados por causa da fé, em especial as mulheres, recordando que Santa Águeda foi também uma vítima de feminicídio. “Pensemos em tantas mulheres que, também hoje, são torturadas, que sofrem todo tipo de violência. Que Deus as fortaleça e pelo exemplo e intercessão de Santa Águeda, mantenham-se firmes”, pediu.

Calar a voz dos profetas

O Evangelho do dia (Mc 6,14-29) narra o martírio de João Batista, durante a festa do aniversário do rei Herodes, a pedido da filha de Herodíades. Ao comentar esse trecho, o Cardeal ressaltou que o texto mostra até que ponto chega a dureza do coração humano.

“Herodes até se comovia ao ouvir João Batista falar, mesmo que se sentisse embaraçado com as verdades que ele dizia. Mas, Herodíades, que era sua mulher ilegítima, na verdade, sua cunhada, odiava João. Então, a festa foi a ocasião para que acontecesse seu martírio de um homem justo e santo para satisfazer os caprichos de alguém que queria, justamente, calar essa voz”, destacou o Arcebispo.

Dom Odilo afirmou, ainda, que fatos como esse continuam a acontecer quando, por ódio, busca-se calar a voz daqueles que dizem a verdade que, muitas vezes, causa desconforto. “Quando não matam, desmoralizam, caluniam para que essa voz seja desacreditada. Esse é um dos pecados muito graves de todos os tempos: destruir os outros por inveja e por calúnia. Enquanto aquilo que deveria ser destruído é o mal que está dentro de cada pessoa, arrepender-se, consertar a vida e não calar a voz e a dignidade de quem aponta o erro”, salientou.

Perseverar o bem  

A primeira leitura apresenta o novo trecho da Carta aos Hebreus (13,1-8), que exorta sobre a perseverança na prática do bem. “Não esqueçais a hospitalidade; pois, graças a ela, alguns hospedaram anjos, sem o perceber. Lembrai-vos dos prisioneiros, como se estivésseis presos com eles, e dos que são maltratados, pois também vós tendes um corpo! O matrimônio seja honrado por todos e o leito conjugal, sem mancha; porque Deus julgará os imorais e adúlteros.”, recomenda o texto.

O autor da carta exorta, ainda, a viver de maneira sóbria e que o amor ao dinheiro não inspire a conduta das pessoas. Por fim, o texto destaca que “Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje e por toda a eternidade”.

Nossa fé é a mesma porque está baseada na pessoa de Jesus Cristo. Podem vir novas teologias, novas necessidades de explicar as coisas diante das circunstâncias, mas o mesmo Jesus Cristo é aquele que sempre está na base da nossa fé e da nossa Igreja.

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