‘O jejum bem feito está aliado à busca sincera de Deus’

(Foto: Bruno Melo)

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu, na capela de sua residência, a missa desta sexta-feira, 19, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Na homilia, Dom Odilo recordou que, durante a Quaresma, as sextas-feiras são dias dedicados à penitência e, por isso, os textos bíblicos da liturgia do dia abordam o tema do jejum como exercício de penitência que já era praticado pelos judeus no Antigo Testamento e também faz parte de outras tradições religiosas.

Na primeira leitura (Is 58,1-9a), o profeta Isaías repreende o jejum mal feito: “Buscam-me cada dia e desejam conhecer meus propósitos, como gente que pratica a justiça e não abandonou a lei de Deus. Exigem de mim julgamentos justos e querem estar na proximidade de Deus”, diz o texto.

Quando o povo questiona por que Deus não se alegra com seus jejuns, o Senhor responde: “É porque no dia do vosso jejum tratais de negócios e oprimis os vossos empregados. É porque, ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas”.

Sincero arrependimento

Deus, por meio do profeta, exorta, ainda: “Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu”.

“A Palavra de Deus é dura e válida não apenas para aquele tempo, mas passa os séculos e continua valendo. O jejum bem feito está aliado à busca sincera de Deus, ao sincero arrependimento dos pecados. O jejum que agrada a Deus deve estar unido à revisão de vida, à conformidade da vida com os mandamentos de Deus. Do contrário, é uma penitência teatral, exterior, que não toca o coração de Deus”, enfatizou o Cardeal.

Em seguida, Isaías afirma que o jejum preferido por Deus é “quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição… repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos”, enumerando as obras de misericórdia. 

O noivo

No Evangelho (Mt 9,14-15), Jesus responde aos discípulos de João Batista que lhe indagam o motivo de seus seguidores não jejuarem. O Senhor, então, responde: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.

Dom Odilo explicou que essa palrava que parece enigmática, no entanto, reflete uma lógica muito simples: “Jesus o esposo das novas e eternas núpcias de Deus com a humanidade”.

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