Papa, na missa de Natal: ‘Sois Vós, Jesus, o Filho que me torna filho’

(Foto: Vatican Media)

O Papa Francisco presidiu nesta quinta-feira, 24, a missa da noite da Solenidade do Natal do Senhor, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Este ano, devido à pandemia da COVID-19, e as medidas de segurança sanitária diante do aumento de casos de infeção do novo coronavírus, a celebração aconteceu mais cedo, às 19h30 (15h30 no Brasil), não à meia-noite, como é tradição. Também por essas razões, a celebração não aconteceu no altar principal da Basílica, mas no altar da Cátedra de São Pedro, com a participação de um grupo reduzido de fiéis.

Na homilia, o Santo Padre meditou a partir do trecho a profecia de Isaías, “Um filho nos foi dado”, e destacou que o nascimento de Jesus é a novidade que permite renascer dentro, cada ano, encontrando nele a força para enfrentar todas as provações.

Francisco salientou que Deus vem ao mundo como filho para tornar todas as pessoas filhas de Deus. “Somos filhos amados, não obstante nossos erros e fracassos. E o amor de Deus por nós não depende nem jamais dependerá de nós: é amor gratuito, pura graça. O coração indestrutível da nossa esperança é reconhecer-se filhos de Deus”, recordou.

Em seguida, o Papa afirmou que Deus não consegue deixar de amar o ser humano com um amor concreto a ponto de tocar a pior miséria de cada um, colocando toda a salvação humana na manjedoura de um estábulo, sem temer as pobrezas humanas.

“Deixemos que a sua misericórdia transforme as nossas misérias!”, exortou o Pontífice, acrescentando: “Deus nasceu descartado para nos dizer que cada descartado é filho de Deus.”

Manjedoura da vaidade

O Santo Padre indagou quantas vezes as pessoas, famintas de divertimento, sucesso e mundanidade, nutrem a vida com alimentos que não saciam e deixam um vazio interior. Ele completou que, nesta saciedade interminável por ter, lança-nos em manjedouras de vaidade, esquecendo a manjedoura de Belém”.

(Foto: Vatican Media)

O Papa reforça que aquela manjedoura pobre de tudo e rica de amor, ensina que o nutrimento da vida é se deixar amar por Deus e pelos outros. “Jesus nos dá o exemplo: Ele, o Verbo de Deus, é infante; não fala, mas oferece a vida. Nós, ao invés, falamos muito, mas somos com frequência analfabetos de bondade.”

Deus, continuou o Papa, nasceu menino para impelir as pessoas a cuidarem dos outros. “O seu amor desarmado e desarmante nos lembra que o tempo de que dispomos não serve para nos lamentarmos, mas para consolar as lágrimas de quem sofre”, disse, completando que, servindo os pobres, ama-se a Deus.

O Pontífice concluiu a homilia com a seguinte oração:

“Sois Vós, Jesus, o Filho que me torna filho. Amais-me como sou, não como eu me sonho. Abraçando-Vos, Menino da manjedoura, reabraço a minha vida. Acolhendo-Vos, Pão de vida, também eu quero dar a minha vida. Vós que me salvais, ensinai-me a servir. Vós que não me deixais sozinho, ajudai-me a consolar os vossos irmãos, porque, a partir desta noite, são todos meus irmãos.”

(Com informações de Vatican News)

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