Pelo mundo, legalização do aborto amplia a morte de nascituros

Historicamente isso se verificou em países como Uruguai, Estados Unidos, Austrália, Espanha, Irlanda e Reino Unido

Manifestações na Irlanda contra a lei aprovada em 2018 que levou ao aumento de caso de aborto (Foto: Railly for live)

Mais de 56 milhões de abortos são realizados em todo o mundo a cada ano, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O número pode ser ainda maior, pois tal prática é ilegal em muitos países e, assim, há subnotificação dos registros.

Estudos e dados oficiais indicam que, nos países onde a prática do aborto foi descriminalizada, houve aumento significativo no número de casos, fato que se contrapõe a argumentos de grupos abortistas de que o “aborto legal” não levará a mais mortes de nascituros, mas apenas assegurará que a mulher o faça sem riscos à própria saúde.

Uruguai

Desde 2012, o aborto é permitido até a 12ª gestação no Uruguai, sendo o prazo maior para os casos de estupro (até a 14ª semana) e ainda mais extenso se houver risco de morte para a gestante ou anomalias no feto que, em teoria, inviabilizem que nasça com vida.

Conforme uma análise publicada pelo Instituto Politeia, no jornal Gazeta do Povo, no primeiro ano da legalização do aborto houve 6 mil casos, número que aumentou 20% no ano seguinte e foi seguido de um incremento de 9% no terceiro ano da vigência da lei. Em 2017, ocorreram no país quase 10 mil abortos.

Crescimento exponencial

A análise feita pelo instituto chama a atenção para o crescimento exponencial que foi verificado em alguns países nos dez primeiros anos após a descriminalização do aborto.

Nos Estados Unidos, o aborto foi permitido a partir de 1970, no estado de Nova York. Naquele ano, foram 190 mil registros. Em 1980, já eram 1,297 milhão (+682%). Na Austrália, em 1985, foram 66 mil abortos, número que em 1995 saltou para 92 mil (+39%). Na Espanha, houve 16.766 abortos em 1987 e dez anos depois, 49.578 (+295,7%).

Recordes recentes no Reino Unido

Na Inglaterra e no País de Gales, um total de 209,5 mil fetos foram mortos em procedimentos de aborto em 2019, conforme dados divulgados pelas autoridades locais. Trata-se de um recorde desde a legalização do aborto no Reino Unido, em 1967.

De acordo com o Departamento de Saúde e Assistência Social da Inglaterra, houve aumento de tal prática por parte de mulheres de todas as faixas etárias acima dos 25 anos. Entre aquelas que praticaram abortos, 40% já tinham feito este mesmo procedimento antes, número 6% superior àquele aferido em 2009, o que indica uma maior naturalização da cultura de morte, potencializada pelo facilitação de acesso aos métodos adotados. Na atual pandemia de COVID-19, por exemplo, uma medida temporária permite à gestante abortar o feto até a 10ª semana de gestação. Para tal, basta que faça uma consulta on-line com um médico e informe que deseja interromper a gravidez. A estimativa das autoridades locais é que, de março a agosto deste ano, 100 mil abortos ocorreram no país.

Na Escócia, 13,5 mil abortos aconteceram em 2019, o segundo maior número já registrado desde 1967. A prática é mais recorrente em localidades pobres: mulheres que vivem nessas regiões abortam, em média, duas vezes mais do que as que moram em áreas menos pobres (18,2 abortos por mil mulheres, nas áreas pobres; e 8,8 por mil, nas outras áreas). O relatório do governo local aponta, ainda, que metade dos abortos foi realizada por mulheres entre 20 e 29 anos. Em 50% do total de casos, as próprias grávidas administram o medicamento abortivo que levará à interrupção da gravidez no início da gestação.

Irlanda

Na Irlanda, o número de abortos mais que dobrou no comparativo entre 2018 e 2019, saltando de 2.879 casos para 6.666, conforme informou o governo, em junho.

Em março de 2018, os irlandeses aprovaram, em referendo, uma mudança constitucional que ampliou a prática do aborto no país, agora permitido, sob quaisquer circunstâncias, até a 12ª semana de gravidez.

A lei entrou em vigor em janeiro de 2019. Dos mais de 6,6 mil abortos feitos no ano passado, somente 24 foram motivados por iminente risco de vida da mãe ou prejuízo à sua saúde. Predominaram, portanto, os abortos prematuros por escolha da mulher, ou seja, ainda que sem qualquer risco para a vida da gestante, a opção foi pela morte do bebê.

(Com informações de Gazeta do Povo, ACI Digital, Catholic Parliamentary Office, CNA e The Times)

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