Prefeitura recebe primeiros protocolos sanitários para a reabertura de atividades

No primeiro dia do novo período de quarentena sanitária em São Paulo, que seguirá ao menos até 15 de junho, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET), recebeu, na segunda-feira, dia 1o, 74 propostas de protocolos sanitários de reabertura de entidades setoriais.

(Crédito: Agência Brasil)

Todos os setores que constam na fase 2 do Plano São Paulo, do Governo do Estado, já enviaram propostas. Entre os documentos recebidos 42 são da fase 2 e outras 32 sugestões são de entidades enquadradas nas demais fases. De acordo com decreto do município de São Paulo, de 30 de maio, atualmente os setores imobiliários, concessionárias de automóveis, escritórios, comércios e shoppings centers já podem requerer a abertura.

Análise

Os protocolos para a reabertura, a ser analisados pela SMDET, devem assegurar o distanciamento, higiene e sanitização dos ambientes; orientação para clientes e colaboradores; testagem de colaboradores e clientes; horários alternativos de funcionamento, incluindo escalas diferenciadas de trabalho e redução de expediente; sistema de agendamento para atendimento; protocolo de fiscalização e monitoramento pelo próprio setor; e esquema de apoio para colaboradores que não tenham quem cuide de seus dependentes incapazes – como crianças e idosos – enquanto estiverem fechadas creches, escolas e abrigos.

Se o protocolo apresentado por um setor for aprovado pela SMDET, este será encaminhado para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA), que o analisará nos seus aspectos técnicos e dará um parecer, favorável ou não, à reabertura, repassando-o para a Casa Civil do Gabinete do Prefeito. No caso de aprovação, será firmado um termo de compromisso com as entidades do setor analisado e os estabelecimentos deste poderão reiniciar o atendimento presencial.

Prontos para voltar

Uma das primeiras a enviar protocolos à Prefeitura foi a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Nossa expectativa é de que o protocolo seja rapidamente aprovado pela prefeitura para que as empresas que estão nessa fase possam começar a operar o mais rápido possível, mesmo diante de certas limitações”, afirmou Alfredo Cotait Neto, presidente da ACSP.

Já em abril, a Federação das Associações Comerciais do Estado São Paulo (Facesp) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) solicitaram a reabertura gradual das atividades. Em nota conjunta naquele mês, as entidades asseguraram que a paralisação do varejo leva a perdas diárias de R$ 1 bilhão.

“Essa abertura já deveria ter vindo a bastante tempo, porque o estrago que a quarentena está fazendo na economia e no emprego é muito forte, e quanto maior ficar o estrago, maior será o tempo para recuperação. Sempre defendemos uma reabertura tomando as cautelas necessárias, e para isso existirão os protocolos. Além disso, quanto mais demorar para se abrir oficialmente, maior é o risco que aconteça já uma abertura desorganizada”, analisou Marcel Solimeo, economista da ACSP.

Solimeo também criticou o Governo e a Prefeitura por manterem a cobrança de impostos dos comércios que estão impedidos de funcionar normalmente: “Não faz sentido o governo com uma mão mandar fechar tudo e com a outra quer vir cobrar o imposto. Não houve qualquer compensação, por mais que tenhamos insistido nisso, e não há qualquer perspectiva de que seremos atendidos”.

O economista da Associação Comercial de São Paulo ressaltou que a simples reabertura dos comércios não é garantia de que o setor se recuperará rapidamente. “Será algo lento, gradativo, porque a população, no geral, empobreceu. A volta para as compras não será como antes. Além disso, existe a incerteza e a insegurança do consumidor”, disse Solimeo, apontando, ainda, que em um cenário mais otimista, a situação das vendas tende a ser normalizada no último trimestre do ano.

Também o Sindicato da Habitação (Secovi-SP) já enviou protocolos para a reabertura das atividades do setor na cidade de São Paulo. A proposta abrange dois protocolos, um para a reabertura de estandes de vendas imobiliárias e outro para os escritórios das empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis, condomínios e shopping centers.

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