‘Que todos aqueles que têm cargos políticos sejam honestos e zelem pelo bem do povo’

Afirmou o Cardeal Odilo Scherer ao celebrar a memória de Santo Tomás More, padroeiro dos políticos

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a missa na manhã desta segunda-feira, 22, na capela de sua residência, transmitida pela rádio 9 de Julho e pelas mídias digitais da Arquidiocese.

Neste dia, a Igreja celebra a memória de três santos. Um deles é São Paulino de Nola, francês que viveu no século IV, dedicou-se à vida política e, depois de receber o Batismo, renunciou a todos os bens e abraçou a vida monástica, estabelecendo-se em Nola de Campânia, na Itália, onde se tornou bispo.

Outros santos comemorados nesta data são o Bispo São João Fisher e o leigo Santo Tomás More, mártires ingleses que viveram entre os séculos XV e XVI e foram vítimas da perseguição religiosa do período do rei Henrique VIII.

São Tomás era político e chegou a ocupar altos cargos do reinado na época. Escreveu diversos livros sobre a arte de governar e sem defesa da religião.

Ambos não aderiram à reforma da Igreja na Inglaterra protagonizada pelo rei, e,  por isso, foram perseguidos e condenados à morte.

EXEMPLO DE HONESTIDADE

Dom Odilo ressaltou que Santo Tomás More é um exemplo de político honesto, que deu a vida pela honestidade e pela retidão ao não aceitar as desonestidades do rei. “É exemplo para nossos dias”, ressaltou.

“Peçamos por todos aqueles que governam, que têm cargos políticos de administração, que sejam honestos, sinceros e zelem pelo bem do povo e, assim, pelo bem da própria fé e da Igreja. Peçamos também a força, coragem e perseverança para todos os perseguidos de hoje por causa fé, da verdade e da honestidade”, acrescentou o Cardeal, no início da missa.  

‘NÃO JULGUEIS’

Na homilia, o Cardeal refletiu sobre o Evangelho do Dia (Mt 7,1-5), no qual Jesus exorta aos discípulos a não julgarem os outros e diz: “Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho?”.

“Jesus se refere à pretensão de julgar os outros a todo instante, que vê nos outros aquilo que traz dentro de si”, destacou o Arcebispo, acrescentando que é preciso que cada uma antes corrija a si mesmos para poder corrigir os irmãos e quando for necessária a correção do outro, que seja feita com sinceridade e humildade, na base da busca da verdade.

FIDELIDADE A DEUS

A primeira leitura (2Rs 17,5-8.13-15a.18), apresenta uma primeira narração da deportação do povo de Israel para o exílio e escravidão na Babilônia. Ao comentar esse trecho, Dom Odilo explicou que o povo hebreu interpretou que esses fatos aconteceram devido a sua infidelidade a Deus, sendo uma ocasião para arrepender-se e renovarem sua disposição para caminhar na fidelidade ao Senhor.

“Quantas vezes nós prometemos fidelidade a Deus, viver coerentes com a sua santidade, com todo bem que ele nos concede e nós esquecemos, somos ingratos para com Ele e acabamos indo atrás de ídolos, isto é, de coisas que ocupam o lugar de Deus em nossa vida”, refletiu o Cardeal, indicando que todos devem sempre examinar os acontecimentos da vida para tomar consciência de suas atitudes e procure caminhar na fidelidade a Deus.

“Os santos e mártires que celebramos hoje dão exemplo de fidelidade a Deus, de integridade ao custo das próprias vidas, horas, preferindo perder tudo, pois tinham a certeza de que não seriam abandonados por Deus e que aquilo que faziam teria o seu fruto”, concluiu o Arcebispo.

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