Arquidiocese celebrará nova abertura da assembleia sinodal, no sábado, 7

Luciney Martins/O SÃO PAULO

No sábado, 7, às 15h, acontecerá, na Catedral da Sé, a nova celebração de abertura da assembleia sinodal arquidiocesana de São Paulo. Prevista para ser realizada em 2020, esta etapa do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo foi suspensa devido à pandemia de COVID-19. 

A assembleia será realizada em sete sessões, com a participação de cerca de 400 membros convocados, representando as mais diversas expressões e organizações da vida eclesial e pastoral da Arquidiocese: clero, leigos, religiosos e organismos eclesiais e pastorais arquidiocesanos. 

“A assembleia sinodal arquidiocesana deverá acolher o resultado dos trabalhos preparatórios realizados nos anos anteriores de caminho sinodal, valorizando todas as contribuições que vieram das comunidades, paróquias, regiões e vicariatos episcopais, organizações eclesiais e pastorais presentes em nossa imensa Arquidiocese. E, também, deverá acolher os resultados da vasta pesquisa de campo e do levantamento paroquial, feitos em 2018. Os dados que emergiram desse esforço de ‘ver-ouvir’ são muito importantes e devem ser, agora, objeto de nova reflexão e discernimento na assembleia”, explicou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, na apresentação do Instrumento de Trabalho da Assembleia, no qual consta uma nova versão do Regulamento da Assembleia Sinodal.

PRÉ-ASSEMBLEIA 

Antes da assembleia sinodal, foi realizada uma etapa de pré-assembleia nas paróquias e vicariatos da Arquidiocese, para “ver-ouvir” novamente as bases da vida eclesial sobre o caminho já realizado e, sobretudo, sobre as novas questões que emergiram durante os dois anos de pandemia, que fizeram repensar muita coisa também na vida e ação da Igreja e na organização do seu trabalho evangelizador e pastoral. 

“Meta e missão da assembleia sinodal arquidiocesana é a elaboração de propostas consistentes, como expressão das diretrizes conclusivas do sínodo, para orientar a Arquidiocese no processo de ‘comunhão, conversão e renovação missionária’ e para dar o ‘testemunho de Deus na Cidade’. Os rumos da ação evangelizadora e pastoral na fase posterior da assembleia sinodal dependerão em muito das conclusões sinodais elaboradas por esta assembleia sinodal”, acrescentou o Arcebispo. 

O Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos, que com a Irmã Helena Corazza é relator do sínodo arquidiocesano, informou que, até o momento, foram recebidas as contribuições da pré-assembleia de 238 paróquias. O Sacerdote explicou, ainda, que as informações desse material serão inseridas no relatório geral que havia sido elaborado para a assembleia em 2020. “Porém, esses dados não serão um apêndice do relatório, mas uma etapa do caminho sinodal.” 

Dom Odilo acrescentou que o relatório inicial apresentará aos participantes da assembleia sinodal o estado da questão do tema do sínodo a partir dos levantamentos e reflexões realizados nas etapas anteriores do sínodo. A partir desse relatório, os membros da assembleia refletirão e elaborarão, ao final dos trabalhos, propostas para a vida e a missão da Igreja em São Paulo, a partir das quais o Arcebispo, posteriormente, poderá tomar decisões e dar os devidos encaminhamentos pastorais. 

SÍNODO UNIVERSAL 

O Cardeal Scherer salientou, ainda, que o caminho sinodal iniciado na Arquidiocese em 2017 recebeu um reforço e incentivo renovado com a convocação do sínodo universal, feita pelo Papa Francisco. “A Igreja inteira é chamada a viver uma experiência sinodal intensa, para ser ‘Igreja sinodal em comunhão, participação e missão’. O trabalho do nosso sínodo arquidiocesano conflui, como um pequeno afluente num grande rio, no esforço sinodal da Igreja inteira, para se reencontrar consigo mesma: sua natureza e identidade profunda na comunhão eclesial; a graça da participação no patrimônio espiritual e na ação eclesial; sua natureza e identidade missionária”, disse. 

Vivemos tempos em que o Espírito de Deus fala, de maneira forte, à Igreja atual e nós te- mos a graça de viver este tempo e de participar desta experiência sinodal, a começar por nossa Arquidiocese. 

RENOVAÇÃO DA EVANGELIZAÇÃO 

Os sínodos diocesanos são iniciativas já consagradas na Igreja ao longo dos séculos e fazem uma grande avaliação da vida e ação evangelizadora e pastoral da Igreja local, na busca da renovação e dinamização da vida e ação eclesial. 

“É na diocese que se dá concretamente o exercício da ‘comunhão e da participação’, próprias do Mistério da Igreja – ‘Mistério derivado da Santíssima Trindade’ […]. Para que esta porção do povo de Deus possa, de modo eficaz, acolher, viver e testemunhar o Evangelho e a todos atrair para Cristo, a diocese, ou Igreja particular, pode convocar sínodos, por meio dos quais se manifestam melhor a comunhão eclesial e o acolhimento da Palavra de Deus, para ouvir ‘o que o Espírito diz à Igreja’ no tempo presente”, afirmou Dom Odilo, ao convocar o sínodo arquidiocesano, durante a celebração da solenidade de Corpus Christi de 15 de junho de 2017. Nessa ocasião, o Arcebispo sublinhou que “o objetivo principal do sínodo arquidiocesano é a renovação da evangelização e da vida pastoral da Arquidiocese, à luz dos apelos de Deus e da Igreja e à luz da realidade, na qual vive a Igreja de São Paulo”. 

Em 2018, foi realizada a primeira etapa do sínodo, no âmbito das paróquias e suas organizações pastorais. Nesse mesmo ano, foi feito um levantamento nas paróquias sobre os dados objetivos que refletem a sua vida e ação pastoral, além de uma pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral em toda a Arquidiocese de São Paulo. Em seguida, houve uma etapa no âmbito das regiões e vicariatos episcopais. A assembleia arquidiocesana será realizada em sete sessões entre junho e dezembro de 2022. A celebração de encerramento do sínodo arquidiocesano está prevista para acontecer no dia 25 de março de 2023. 

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários