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46ª Assembleia Eclesial do Regional Sul 1 destaca a identidade da Igreja e a pertença diocesana

Fotos: Regional Sul 1 da CNBB

Arcebispos, bispos, padres coordenadores diocesanos de pastoral e lideranças pastorais das 43 circunscrições eclesiásticas paulistas, bem como coordenadores e assessores estaduais de pastorais, movimentos e serviços eclesiais estiveram reunidos no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP), entre os dias 24 e 26, na 46ª Assembleia Eclesial do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

À luz do tema central “Identidade eclesial e pertença diocesana”, os 230 participantes vivenciaram momentos de espiritualidade, trabalhos em grupo e reflexões. Também recordaram os 50 anos das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), rezaram com as crianças da Infância e Adolescência Missionária (IAM) e realizaram a oração do Ofício Divino dos Santos e Beatos que atuaram no estado de São Paulo: Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, São José de Anchieta, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Beata Assunta Marchetti, Beato Mariano de la Mata Aparício e Beato Donizetti Tavares de Lima.

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora

Após a missa de abertura da 46ª Assembleia Eclesial, na sexta-feira, 24, presidida por Dom Moacir Silva, Arcebispo de Ribeirão Preto (SP) e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, tendo entre os concelebrantes Dom Luiz Carlos Dias, Bispo de São Carlos e Vice-Presidente do Regional Sul 1; e Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Secretário do Regional Sul 1, ocorreu a primeira conferência do evento, conduzida por Dom Ricardo Hoepers, Secretário-geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília (DF).

Dom Ricardo discorreu sobre o Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) que nortearão a comunhão e a missão “em um caminho de renovação e compromisso pastoral”, afirmou.

Ele explicou que preparação das DGAE trata-se da culminância de um processo pastoral, amadurecido ao longo dos anos de 2023 e 2025; do fruto do percurso eclesial orientado pela escuta, pelo discernimento e pela fidelidade ao Magistério; e que exprime uma visão global para a evangelização no Brasil no caminho sinodal.

O Secretário-geral da CNBB indicou que o texto de estudo quer ser para as dioceses “um instrumento para testemunharmos ao mundo contemporâneo a presença de Deus em nosso meio”. Ele explicou que as DGAE têm o objetivo de “unir sem uniformizar e de caminhar sem se dispersar!”, e acrescentou que elas “não exigem um espelhamento, mas uma comunhão”.

Os desafios da urbanização intensa; do pluralismo religioso; da comunicação; da desigualdade social e da pobreza humana encontraram na imagem da “Tenda”, expressa nas Diretrizes, resposta eclesial para o momento presente. “A tenda é símbolo de presença e esperança”, disse Dom Ricardo, ao explicar que no linguajar bíblico representa a companhia de Deus na história “refletindo a forma como a Igreja deve estar no mundo: móvel, acolhedora e enraizada na esperança”.

Pertença diocesana

O tema central da 46ª Assembleia Eclesial – “Identidade eclesial e pertença diocesana” – foi tratado no sábado, 25, por Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ).

Ao retomar as diversas imagens eclesiais expressas no Novo Testamento, Dom Antonio Luiz explicou que as noções de Povo de Deus, de Corpo de Cristo e de Templo do Espírito, orientadas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), ajudam na compreensão global da Igreja. Assim, “a diocese é a Igreja local plenamente Igreja de Cristo em comunhão com as igrejas”, explicou.  

“A unidade da Igreja é obra do Espírito na vida sacramental, tendo na Eucaristia o ápice da comunhão!”, ressaltou o Bispo, que também tratou sobre a estruturação ministerial da Igreja e sua organização, evidenciando a “diocese como porção do povo de Deus” para firmar a identidade eclesial da comunhão e a pertença diocesana enquanto “manifestação da catolicidade” garantida pela presença de Cristo na comunidade celebrativa.

Pela comunhão episcopal, “a sucessão apostólica é o elemento ministerial chave para a relação da Igreja local e da Igreja universal”, explicou Dom Antonio Luiz, ao indicar que o elemento territorial, que compõe a diocese, por razões históricas e culturais, evidencia a Igreja enquanto ‘mãe que congrega seus filhos’ à Palavra e aos sacramentos, e como ‘Igreja fraternidade’ que manifesta a unidade na diversidade de dons e carismas.

Na tarde do sábado, os participantes da Assembleia Eclesial, divididos em grupos por sub-regiões pastorais – Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Paulo (dividida em dois grupos) e Sorocaba – aprofundaram a reflexão sobre corresponsabilidade e fortalecimento da missão evangelizadora da Igreja nas dioceses paulistas.

Um grande encontro de toda a Igreja paulista

Em entrevista ao término da 46ª Assembleia Eclesial, Dom Carlos Silva explicou que o tema proposto para o evento teve como objetivo auxiliar as arquidioceses e dioceses paulistas na recepção do texto das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil que será aprovado em 2026, pelo episcopado brasileiro, em Assembleia Geral. 

“A Assembleia Eclesial foi um grande encontro de toda a Igreja presente no Estado de São Paulo”, avaliou Dom Carlos ao explicar que os momentos de reflexões, estudos e orações conduziram todos à responsabilidade do fiel anúncio de Jesus Cristo.

(Colaborou: Edite Neves, do Regional Sul 1 da CNBB)

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