
A Campanha da Fraternidade 2025 deve beneficiar indiretamente cerca de 500 mil pessoas com os recursos do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). O número crescente, maior que o dobro do ano passado, é um reflexo da ação caritativa da Igreja Católica no Brasil, a instituição que conta com a maior confiança entre os brasileiros, segundo pesquisa Quaest.
A análise dos dados da pesquisa, comparada com as dimensões da missão da Igreja, permite apontar alguns fatores que justifiquem essa posição de credibilidade. A ação caritativa da Igreja, que parte do Evangelho e de uma virtude teologal à qual cada cristão católico é chamado a nutrir e desenvolver, reflete diretamente na confiança do povo.
Uma Coleta da Solidariedade
Em âmbito nacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove, no Domingo de Ramos de cada ano, a Coleta Nacional da Solidariedade. Em todo o Brasil, os fiéis são convidados a doar recursos para financiar projetos sociais das dioceses e iniciativas de transformação apoiadas pelo Fundo Nacional de Solidariedade. Essa coleta é conhecida como a expressão máxima da ação sociocaritativa da Igreja no Brasil.
Em 2024, foram 227 projetos apoiados, com cerca de 6,3 milhões de reais distribuídos às iniciativas. Diretamente, 89 mil pessoas foram beneficiadas. Outras 222 mil foram atingidas indiretamente.
Neste ano, 159 projetos já foram apoiados pelos recursos do FNS, atingindo 132 mil pessoas de forma direta e outras 475 mil de forma indireta. São iniciativas relacionadas ao tema da Campanha da Fraternidade do ano corrente, mas com eixos dedicados à promoção da segurança alimentar e à geração de renda.
Rede solidária
Também a Cáritas Brasileira, articulada em 13 secretariados regionais e com 198 entidades-membro, chega a todo o país com ações de promoção humana, levando serviços, programas, projetos e benefícios às pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade e risco.
O relatório da Cáritas Brasileira com dados de 2023 contabiliza mais de 40 mil pessoas atingidas pelas ações da rede, especialmente nas áreas da infância, adolescência e juventudes; economia popular e solidária; migração e refúgio; convivência com biomas; meio ambiente e gestão de riscos e emergências; e mulheres e equidade de gênero.
Em recente participação na Assembleia da Cáritas, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, destacou o organismo como “referência de compromisso e transformação social”.
“A Igreja é reconhecida pela sociedade, e a Cáritas ocupa um espaço ainda mais especial, pela sua presença concreta junto aos mais pobres”, disse.
Rede mundial
Assim como a Cáritas, a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) está presente em âmbito internacional e realiza no Brasil um trabalho relevante do ponto de vista da promoção humana.
Os chamados vicentinos, membros das Conferências Vicentinas, são cerca de 150 pessoas no Brasil. Esse grupo promove ações destinadas a 1,5 milhão de assistidos, as pessoas que recebem acompanhamento e doações dos grupos organizados nas paróquias.
Números da caridade
Uma pesquisa encomendada pela CNBB à Fundação Grupo Esquel Brasil, entre 2014 e 2016, contabilizou 21 Pastorais Sociais estruturadas nacionalmente. Essas iniciativas, junto com as obras sociais da Igreja, somaram à época 499,9 milhões de atendimentos a cerca de 39,2 milhões de pessoas, aproximadamente 11,8 milhões de famílias. Foram contabilizados atendimentos nas áreas de saúde, assistência social, desenvolvimento e defesa de direitos.
Na ocasião, o próprio pesquisador responsável pelo levantamento, Silvio Sant’Ana, ficou surpreso com os resultados.
“Eu sabia que a Igreja tinha uma série de obras sociais em todos os lugares, tem coisas muto lindas que a gente ouve no rádio e vê na televisão ou visitando as comunidades. Mas eu não tinha a dimensão desse trabalho no país todo e da quantidade de esforço que é colocado para realizar isso daí”, partilhou Silvio.
“Sinceramente, não tem nada, do ponto de vista das outras instituições dentro do país, que chegue nem perto desse esforço tão grade. E outra coisa que fica mais impressionante ainda, que também a gente não se dá conta, é que isso não é instantâneo. Isso é todo dia, ano após ano.”
Além das ações estruturadas, pastorais e organismos, ações emergenciais tem sido sinal de socorro e apoio a populações após desastres naturais e em questões de saúde, como a pandemia de Covid-19.
Fonte: CNBB