Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) busca apoio da CNBB diante de ameaça às escolas especializadas

CNBB

Diante de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), que ameaça o modelo de educação especial praticado por instituições como as APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), representantes da instituição se reuniram com o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Ricardo Hoepers e assessor da Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB, Padre Luciano Roberto, na sede da entidade, em Brasília (DF).

A visita teve como objetivo mobilizar apoio institucional da Igreja Católica à causa das escolas especializadas, cuja continuidade pode ser afetada caso a ação seja julgada procedente. Estiveram presentes na reunião o presidente da APAE Brasil, professor Jarbas Feldner; o representante da Federação das APAEs do Paraná, Alexandre Augusto Botareli Cesar; o diretor financeiro da entidade, Narciso José Batista; o procurador jurídico da Feapaes-Go, Eduardo Mesquita e José Marcos Cardoso, gerente institucional.

“Estamos aqui na CNBB para conversar com Dom Ricardo sobre a situação das escolas especializadas. A nossa visita é muito importante, pois o apoio da CNBB será fundamental para o êxito da nossa causa”, afirmou Alexandre, destacando que a mobilização faz parte de uma articulação estadual com o apoio de bispos e arcebispos do Paraná.

A preocupação das entidades gira em torno da ADI 7796, ajuizada no STF pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. A ação contesta duas leis estaduais do Paraná: a Lei 17.656/2013, conhecida como “Todos Iguais pela Educação”, e a Lei 18.419/2015, que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência no estado. Ambas garantem o repasse de recursos públicos para o financiamento de escolas especializadas mantidas por instituições da sociedade civil, como as APAEs.

A autora da ação argumenta que essas leis sustentam um modelo educacional segregacionista, incompatível com a política nacional de educação inclusiva, que prioriza a matrícula de todos os alunos com deficiência na rede regular de ensino. No entanto, para os defensores das escolas especializadas, essa perspectiva desconsidera a diversidade das necessidades educacionais e a importância de um atendimento personalizado e adequado para cada realidade.

“Para nós é muito importante essa reunião, porque nós defendemos ardentemente a inclusão escolar como direito do aluno, da família. Porém, essa ação vai inviabilizar que as escolas especializadas da APAE possam prestar o seu serviço para aquelas pessoas que necessitam e não têm condição de ir para a rede regular de ensino, então essa é a nossa missão aqui hoje. Eu tenho certeza que com a fala também dos nossos parceiros, principalmente da CNBB, vai ter um peso muito grande para que nós possamos seguir a nossa jornada de combater essa injustiça que estão fazendo conosco”, salientou o presidente da APAE Brasil, professor Jarbas Feldner.

A possível derrubada das leis estaduais preocupa profundamente educadores, pais e alunos que vivenciam diariamente os desafios da educação especial. A temática promete mobilizar, ainda, outras instituições da sociedade civil nos estados, especialmente diante dos impactos sociais que uma eventual decisão desfavorável poderá provocar.

Fonte: CNBB

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