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A 6ª edição do congresso Catequistas Brasil, realizada entre os dias 7 e 9, reuniu mais de 2,6 mil participantes no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP).
Com o tema “Semeadores da Esperança” e o lema “Caiu em terra boa e deu fruto” (cf. Lc 8,8), essa edição esteve em sintonia com o Jubileu 2025 – “Peregrinos de Esperança”, convocado pelo Papa Francisco, reforçando a importância da fé e do compromisso na catequese.
Durante os três dias, catequistas leigos, religiosos e sacerdotes tiveram a oportunidade de aprofundar conhecimentos, trocar experiências e fortalecer sua missão evangelizadora.
O Catequistas Brasil 2025 ofereceu uma série de palestras simultâneas que abordaram desde a espiritualidade até os desafios da evangelização na atualidade. A catequese bíblica foi um dos pontos centrais, com a presença do renomado teólogo Frei Carlos Mesters, que trouxe uma reflexão sobre a relação entre a Bíblia e a catequese, enfatizando o papel das Escrituras na iniciação cristã.
Entre os convidados desta edição estiveram Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispo de Piracicaba (SP); Dom Edson Oriolo, Bispo de Leopoldina (MG); e nomes conhecidos da formação catequética.
A catequese na infância e juventude foi um dos focos do evento, com discussões sobre evangelização infantil e iniciação à vida cristã. Painéis destacaram temas como a influência dos jogos de videogame na fé, as etapas do desenvolvi mento da fé na catequese infantil, assim como as estratégias para catequizar pessoas com deficiências. De igual modo, refletiu-se sobre o papel da família na catequese.
Também foram abordados os recursos digitais como aliados na iniciação à vida cristã e os impactos do bullying e do ciberbullying na formação catequética.
O Padre Michel Remery, neerlandês, idealizador do projeto de evangelização digital DeoQuest, falou sobre catequese interativa e dinâmica. Silvonei José Protz, jornalista conhecido por sua atuação no Vatican News, refletiu sobre o papel da comunicação na missão evangelizadora da Igreja.
A Arquidiocese de São Paulo marcou presença no evento com conferências e painéis dos Padres Paulo Cesar Gil, que aprofundou a catequese de Jesus sob os pilares da esperança, do amor e do perdão; Humberto Robson de Carvalho, que tratou das perspectivas do Diretório para a Catequese e da espiritualidade do catequista; e Thiago Faccini Paro, que relacionou a Campanha da Fraternidade 2025 com a catequese.
HOMENAGENS E INTERAÇÕES
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Um dos momentos mais aguardados foi a entrega do Prêmio Frei Bernardo Cansi, que reconhece catequistas e evangelizadores que se destacam em sua missão. Pela primeira vez, a votação foi aberta ao público, aumentando a participação da comunidade catequética no reconhecimento desses agentes de evangelização.
Além das palestras e formações, os participantes puderam visitar a Feira de Catequese, na qual editoras e expositores apresentaram materiais didáticos e recursos para a catequese.
Para Kiara Castro, diretora da Promocat – Promotora Católica, idealizadora do congresso, o evento vai muito além das palestras. “O Catequistas Brasil não termina quando as portas do evento se fecham. Criamos uma rede de catequistas que se apoia e troca experiências durante todo o ano. São mais de 50 grupos on-line em que essa interação continua”, afirmou.
ENVIO MISSIONÁRIO
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A missa de encerramento do evento e de envio dos catequistas foi presidida por Dom Edilson de Souza Silva, Bispo Auxiliar de São Paulo e Referencial para a Animação Bíblico-Catequética na Arquidiocese de São Paulo.
“Estamos aqui para agradecer a Deus por este dom que o Espírito Santo concede à Igreja: os catequistas, esta vocação tão importante e bela”, afirmou o Bispo, sublinhando que os catequistas devem ser instrumentos de Deus para promover o encontro das pessoas com Jesus e seu Evangelho.
“Aqui, neste encontro, vocês tomaram maior consciência de que são semeadores de esperança… Se a catequese for pensada e desenvolvida na dinâmica da iniciação cristã, poderíamos dizer que os catequistas, além de semeadores, são também agricultores, jardineiros, porque além de semear, procuraram cuidar da semente, adubá-la, cuidar para que ela germine e produza frutos”, disse Dom Edilson, exortando os catequistas a cuidarem da semente que receberam em si mesmos e da semente “lançada no coração daqueles aos quais vocês forem enviados”. Por fim, o Bispo invocou a intercessão de Nossa Senhora, “a primeira catequista”.