IBGE: Brasil tem número recorde de 14,3 milhões de desempregados

Em um ano, número de pessoas desocupadas cresceu em 2,4 milhões de trabalhadores, aponta a PNAD Contínua, divulgada nesta quarta-feira. No Brasil, há 34,1 milhões de pessoas em trabalhos informais

Foto: Luciney Martins/ O SÃO PAULO

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta quarta-feira, 31, os dados referentes à força de trabalho que constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), relativo ao semestre móvel entre novembro de 2020 e janeiro de 2021.

A taxa de desocupação no período foi de 14,2%, sinalizando estabilidade frente ao trimestre anterior, encerrado em outubro, quando este índice era de 14,3%. No entanto, houve alta de três pontos percentuais no comparativo a este mesmo trimestre móvel de 2020, quando o percentual era de 11,2%.

Em número absolutos, 14,3 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil. Neste mesmo período, em 2020, eram 11,9 milhões de pessoas, um acréscimo 2,4 milhões de desocupados no período de um ano.

Na ocasião, o IBGE divulgou ainda outros indicadores:

População ocupada: 86 milhões de pessoas, alta de 2% (1,7 milhão de pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior e redução de 8,6% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (8,1 milhões de pessoas a menos).

Percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar: 48,7%, subindo 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior (48,0%) e recuando 6,1 pontos percentuais em relação a igual trimestre do ano anterior (54,8%).

População subutilizada: 32,4 milhões de pessoas, número estável frente ao trimestre anterior e crescimento de 22,7% (mais 6 milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2020.

População fora da força de trabalho: 76,4 milhões de pessoas, que da 1,1% (817 mil pessoas) ante o trimestre anterior e crescimento de 16,2% (10,6 milhões de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.

População desalentada: 5,9 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior e 25,6% acima do observado no mesmo período de 2020. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (5,6%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e subiu 1,3 pontos percentuais ante o mesmo período de 2020 (4,2%).

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 29,8 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 11,6% frente ao mesmo período de 2020.

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado foi de 9,8 milhões de pessoas, alta de 3,6% em relação ao trimestre anterior (mais 339 mil pessoas) e queda de 16% (menos 1,9 milhão de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.

O número de trabalhadores por conta própria subiu para 23,5 milhões, alta de 4,7% frente ao trimestre anterior (mais 1 milhão de pessoas) e queda de 4,4%% ante o mesmo período de 2020 (menos 1,1 milhão de pessoas).

A categoria dos trabalhadores domésticos  totaliza 4,9 milhões de pessoas, alta de 4,5% frente ao trimestre anterior. Porém ficou 21,4% abaixo (-1,3 milhão de pessoas) do contingente do mesmo trimestre de novembro de 2019 a janeiro de 2020.

A taxa de informalidade foi de 39,7% da população ocupada, ou 34,1 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 38,8% e no mesmo trimestre de 2020, 40,7%.

Nos grupamentos de atividades, em relação ao trimestre móvel anterior, houve aumentos em: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,7%, ou mais 225 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,1%, ou mais 313 mil pessoas) e Serviços domésticos (4,8%, ou mais 228 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variações significativas.

Já frente a igual trimestre de 2020, houve reduções em: Indústria Geral (-10,3%, ou menos 1,3 milhão de pessoas), Construção (-10,2%, ou menos 693 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-11,0%, ou menos 2,0 milhão de pessoas), Transporte, armazenagem e correio (-14,1%, ou menos 702 mil pessoas), Alojamento e alimentação (-28,1%, ou menos 1,6 milhão de pessoas), Outros serviços (-18,4%, ou menos 938 mil pessoas) e Serviços domésticos (-20,8%, ou menos 1,3 milhão).

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 100,3 milhões, cresceu 2,0% (mais 1,9 milhão de pessoas) ante o trimestre móvel anterior e recuou 5,4% (menos 5,8 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

O número de empregadores (3,9 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2020, houve uma redução de 12,4% (menos 548 mil pessoas).

Já o grupo dos empregados no setor público (12,0 milhões de pessoas), que inclui servidores estatutários e militares, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e elevação de 4,5%, (514 mil pessoas a mais) frente ao mesmo período do ano anterior.

O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões de pessoas) cresceu 5,3% em relação ao trimestre anterior (341 mil pessoas a mais) e ficou estável frente ao mesmo trimestre de 2020.

Fonte: IBGE

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