O hábito de plantar, cultivar e colher tem ganhado espaço nos grandes centros econômicos e nas periferias das grandes cidades, sobretudo por meio de iniciativas comunitárias que visam a promover a dignidade das pessoas em situação de vulnerabilidade social.
‘AGROFAVELA-REFAZENDA’
Inaugurado em outubro, o projeto “Agrofavela-Refazenda”, em Paraisópolis, na zona Sul, estimula o plantio e cultivo de alimentos em hortas comunitárias, que deverão ter mais de 60 espécies de hortaliças e frutas, com benefício direto a mais de mil pessoas.
As hortas estão sendo plantadas em lajes, nas casas, no pavilhão do G10 das Favelas (bloco de Líderes e Empreendedores de Impacto Social das Favelas) e em terrenos vazios da comunidade. A meta é que, até o fim deste ano, 200 hortas sejam implantadas. Os alimentos colhidos têm também a finalidade de abastecer o projeto “Mãos de Maria”, que, todo dia, oferta, gratuitamente, mais de 5 mil marmitas à população local.
A ação é resultado da parceria do G10 das Favelas com o Instituto Stop Hunger e o Grupo Sodexo e tem o intuito de colaborar no combate à fome, melhorar a condição nutricional dos moradores e conscientizá-los a respeito do desperdício de alimentos.
Para isso, mulheres moradoras da comunidade receberão treinamento sobre técnicas de cultivo, redução e reutilização de resíduos orgânicos e materiais para realizar o plantio em casa, por meio do programa “Fazendeiras Urbanas”.
CIDADES SEM FOME
A Organização Cidades Sem Fome, criada em 2004, é responsável por gerir ações de agricultura sustentável na zona Leste, com o objetivo de promover autonomia financeira e de gestão para os agricultores locais, atuando nas esferas de hortas comunitárias, escolares e estufas agrícolas.
As hortas comunitárias são desenvolvidas em terrenos concedidos pelo poder público e privado, gerando emprego aos habitantes da região.
No ambiente escolar, a iniciativa permite aos estudantes uma alimentação de qualidade, diminuindo, assim, os riscos de desnutrição e deficiência alimentar. Pais e professores também são chamados a dialogar acerca de alimentação saudável e sua relação com a natureza e o meio ambiente.
Para facilitar o processo de conservação das hortas, a organização criou uma metodologia de estufas agrícolas 50% mais baratas do que as convencionais. Com o custo menor e mais acessível, é garantido o clima adequado para uma safra produtiva o ano todo, assegurando a renda aos agricultores.
O administrador de empresas, técnico em agropecuária e políticas ambientais e fundador do Cidades Sem Fome, Hans Dieter Temp, afirmou, em um vídeo divulgado nas redes sociais da entidade, que a zona Leste possui vários físicos adequados para a realização de programas sociais, tendo este especificamente o desejo de “tornar uma cidade mais agradável e, ao mesmo tempo, o solo urbano propiciar oportunidade de trabalho e renda para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social”.
(Texto produzido sob a supervisão de Daniel Gomes)