Organismos da Igreja criticam licença para exploração de potássio em território indígena

Denisa Sterbova/Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do Regional Norte 1 da CNBB e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) emitiram nota de repúdio após a liberação, por parte do governo do Amazonas, da licença ambiental para a exploração de silvinita, matéria-prima do potássio, no território do povo indígena Mura, em Autazes (AM).

Na nota, o Cimi e a Repam-Brasil ressaltam que “o empreendimento em Autazes coloca em risco a sobrevivência física e cultural do povo Mura” e apontam que o empreendimento afetará diretamente a Terra Indígena Soares, pela qual se aguarda a demarcação do território há mais de 20 anos. 

“É muito grave que o projeto tenha sido licenciado sem a divulgação do Estudo do Componente Indígena, sem respeitar o processo de Consulta Livre, Prévia e Informada e sem considerar o ‘Protocolo de Consulta Trincheiras Yandé Peara’ do povo Mura, elaborado e aprovado pelo povo em 2019, e depois das ameaças sofridas pelos indígenas da Terra Indígena Soares e por várias outras violações de direitos constitucionais que têm sido amplamente denunciadas, é inadmissível que a exploração de silvinita aconteça no território indígena”, prossegue a nota. 

(com Repam-Brasil)

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