O tema da 26ª edição do Grito dos Excluídos, “Vida em primeiro lugar”, a ser comemorado no próximo dia 7, dá novo destaque para o Pacto pela Vida e pelo Brasil, assinado no dia 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outras organizações da sociedade, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
O documento reconhece que o Brasil vive uma grave crise – sanitária, econômica, social e política – e que exige de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável, na busca de soluções conjuntas para o bem comum, particularmente dos mais pobres e vulneráveis. “O momento que estamos enfrentando clama pela união de toda a sociedade brasileira, para a qual nos dirigimos aqui. O desafio é imenso: a humanidade está sendo colocada à prova. A vida humana está em risco”, diz um trecho.
PANDEMIA
Ao se referirem ao combate à pandemia do novo coronavírus, as entidades afirmam que se deve apoiar e seguir as orientações dos organismos nacionais de saúde, como o Ministério da Saúde, e as dos internacionais, a começar pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
As organizações signatárias do Pacto reconhecem, ainda, que a saúde das pessoas e a capacidade produtiva do País são fundamentais para o bem-estar de todos. No entanto, defendem, uma vez mais, a primazia do trabalho sobre o capital, do humano sobre o financeiro, da solidariedade sobre a competição. “É urgente a formação deste Pacto pela Vida e pelo Brasil. Que ele seja abraçado por toda a sociedade brasileira em sua diversidade, sua criatividade e sua potência vital. E que ele fortaleça a nossa democracia, mantendo-nos irredutivelmente unidos. Não deixaremos que nos roubem a esperança de um futuro melhor.”
COOPERAÇÃO
Para o Arcebispo de Belo Horizonte (MG) e Presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a entidade assinou o Pacto impulsionada por sua fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo. Ele enfatizou que a missão evangelizadora da Igreja, no horizonte de sua Doutrina Social, não se exime da tarefa de, em cooperação com segmentos da sociedade civil, no que lhe é próprio e devido, ajudar a superar injustiças e discriminações para com os pobres e vulneráveis, defesa dos direitos e promoção da justiça, apoio à democracia e contribuição na conquista do bem comum. “A Igreja assim o faz, estando solidária no coração do mundo, na força do testemunho do Reino de Deus, a caminho”, afirmou.
Para Dom Joel Portella Amado, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário-Geral da CNBB, não se trata apenas do aspecto sanitário, ou seja, da doença em si, mas também das consequências econômicas, sociais, políticas e da desinformação.
Em razão disso, o Conselho Permanente da CNBB aprovou, por unanimidade, que se faça uma consulta ampla a todos os bispos e, por meio deles, às demais instâncias da ação evangelizadora no Brasil, de modo que, mediante a colaboração de todos, em clima de fraternidade e comunhão, se possa contribuir para a superação da atual situação vivida no País.
A íntegra do Pacto pode ser acessada aqui.
(Com informações da CNBB)