Paris 2024: Netinho aproveita a ‘segunda chance’ para ser bronze no taekwondo

Brasileiro perdeu a luta de estreia na olimpíada, mas com a ida do oponente à final teve a chance de lutar pela medalha na respecagem

Foto: COB

“Obrigado, meu Deus, por mais uma chance”. Este foi o post de Edival Pontes, o Netinho, ao chegar à Vila Olímpica no começo desta semana para as disputas do taekwondo nos Jogos de Paris.

A referência era à sua volta à olimpíada, após ter participado da edição de Tóquio, em 2021, e ter ficado sem medalhas.

Na quinta-feira, 8, no Grand Palais, palco das disputas da categoria até 68 quilos do taekwondo, Netinho voltou a vivenciar a ‘segunda chance’. Na luta de estreia, o brasileiro foi derrotado pelo jordaniano Zaid Kareem logo na luta de estreia. Restava-lhe, então, torcer para que o adversário chegasse à final para que, assim, ele tivesse condições se disputar a medalha de bronze.

Foi uma espera que durou quase oito horas até a confirmação de Kareem na final. Chegava, então, o momento da ‘segunda chance’.

EMOÇÃO ATÉ O FINAL

O primeiro adversário da repescagem foi o turco Hakan Reçber, medalhista de bronze nos 68kg em Tóquio 2020. Netinho abriu o primeiro round 6 a 0, levou a virada no placar do adversário, mas venceu por 8 a 7, após uma punição ao algoz. No segundo round, o embate equilibrado só definido nos critérios de desempate. No terceiro, Netinho conseguiu encaixar dois chutes no tronco e forçou faltas do adversário. No final recuou e deixou a área de luta para gastar o tempo e selou a vitória com um 7 a 1.

Faltava ainda a luta pelo bronze contra Javier Polo Perez. O espanhol saiu na frente com um chute no tronco, mas Netinho virou com um chute na cabeça contabilizado após apelação no VAR. O brasileiro saiu da área de combate para gastar o tempo restante e foi punido, mas o 3 a 3 no placar o dava a vitória no round.

No segundo round foi a vez de Perez levar o ponto de chute na cabeça após a revisão por vídeo. O espanhol abriu 5 a 0 com um golpe no tronco e resistiu à reação de Netinho, que conseguiu um chute na cabeça e uma punição, mas perdeu por 6 a 4. No terceiro e último round, tensão máxima. O brasileiro conseguiu dois chutes no tronco e abriu 4 a 0, mas recebeu duas punições ao recuar e gastar o tempo. Uma pausa estratégia deu o respiro que Netinho precisava. Mesmo com mais uma punição, selou o bronze da redenção.

“Estou experiente, muito experiente com toda a minha carreira, com 26 anos, tenho 20 anos de taekwondo e estava me sentindo no meu auge, estava muito bem e quando eu perdi a primeira luta eu não entendia, ficava perguntando: ‘Meu Deus, o que é que está acontecendo? Estou bem fisicamente, estou no meu auge com a experiência que eu tenho e não vai ser agora?’ Então eu acho que depois que eu ganhei ali do Hakan, do Turco, e o Zaid foi pra final, acho que abriu uma luz na minha cabeça e falou “po, Netinho, é agora, é a de bronze”, então eu levei isso pro fundo do meu coração, falei que ninguém vai tirar isso de mim e, graças a Deus, deu tudo certo”, disse Netinho.

Edival Pontes não é um estreante no pódio olímpico. Há dez anos, nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanjing 2014 ele conquistou a medalha de ouro e desde então foi tratado como uma esperança para a modalidade. Em 2022, foi vice-campeão mundial, e agora chega à consagração com o bronze olímpico.

Netinho nasceu em João Pessoa (PB) e seus pais o colocaram para praticar esportes por seu uma criança superativa. Até treinou em escolinha de futebol, mas um amigo de seus pai apresentou-lhe o taekwondo, e, assim, aos 7 anos, se enveredou neste esporte, que já rendeu três bronzes olímpicos ao Brasil: o de agora com Netinho, o de Natalia Falavigna, em Pequim 2008; e o de Maicon Andrade, nos Jogos Rio 2016.

(Com informações do COB)

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