Sínodo universal, Assembleia Eclesial e sínodo arquidiocesano promovem ampla participação dos fiéis católicos

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Até o próximo domingo, 28, as atenções da Igreja no continente estão voltadas para a 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. De abril a agosto deste ano, os católicos foram chamados a participar do processo de escuta da Assembleia que é organizada pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam). O lema será “Somos todos discípulos missionários em saída”, atendendo ao pedido do Papa Francisco para que todos na Igreja no continente olhem novamente para as deliberações da V Conferência de Aparecida e avaliem os frutos já obtidos e as questões que precisam ser retomadas.

Na Arquidiocese de São Paulo, esse processo participativo de reflexão sobre a Igreja já tem ocorrido com o 1º sínodo arquidiocesano – “Caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, que em 2018 envolveu um amplo levantamento da realidade nas paróquias e, em 2019, trabalhos nas regiões episcopais e vicariatos. Em 2022, deve acontecer a assembleia arquidiocesana do sínodo, que foi adiada em 2020 e 2021 em razão da pandemia de COVID-19. 

Também desde 17 de outubro, os católicos em São Paulo, assim como nas demais dioceses do mundo, estão sendo chamados a participar da fase diocesana do Sínodo universal, com o tema da sinodalidade, convocado pelo Papa Francisco, que também terá uma etapa continental em 2022 e será concluído em outubro de 2023 em Roma.

Reflexões para diferentes instâncias 

De acordo com o Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador-Geral do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, a participação dos católicos em muitos momentos dessas três atividades é necessária, pois as contribuições são para diferentes instâncias da Igreja.

“Há a instância da Igreja particular em São Paulo, que já está em processo sinodal. Há a Igreja latino-americana e caribenha, um âmbito significativo no continente, e a atual Assembleia leva em consideração a escuta atenta das várias dimensões, culturas, segmentos e realidades muito singulares. E a outra instância é a da Igreja no mundo, com um apelo do Papa não apenas para oferecermos informações à Assembleia dos Bispos de 2023, mas, também, para que sejamos uma Igreja sinodal, participativa”, explicou.

Sinodalidade 

No coluna “Encontro com o Pastor”, publicada no O SÃO PAULO em 27 de outubro, o Cardeal Odilo Pedro Scherer apontou que “a experiência da Igreja sinodal, que somos chamados a fazer, envolve algumas ações importantes: ir ao encontro, ouvir, acolher, discernir, seguir em frente na missão, juntos e unidos”. Ele explicou, ainda, que a sinodalidade indica uma qualidade originária da Igreja: “Na sua origem, é a comunidade dos discípulos que estão com Jesus, ouvem Dele a Palavra de Deus e aprendem a segui-la e a seguir o exemplo de Jesus, caminho, verdade e vida para todos”.

Na mensagem que escreveu por ocasião do início da fase diocesana do Sínodo universal, em outubro, Dom Odilo ponderou que “mais importante que discutir sobre a sinodalidade é fazer a experiência de uma Igreja sinodal. Várias vezes, o Papa observou que o Sínodo não é um parlamento, não consiste numa sondagem de opiniões nem é para a formação de maiorias e consensos, mas é uma maneira de ser da Igreja, uma grande ação eclesial, animada pelo Espírito Santo. Por isso, todos devemos ‘ouvir o que o Espírito diz à Igreja’ (cf. At 2-3) e ser dóceis às inspirações e à ação do Espírito Santo”.

Um caminho contínuo 

Padre José Arnaldo Juliano, Teólogo-perito do sínodo arquidiocesano, lembrou à reportagem que o itinerário sinodal, iniciado na Arquidiocese em 2017, serviu de base para as reflexões da fase de escuta da Assembleia Eclesial e está sendo levado em conta no atual momento da fase diocesana do Sínodo universal.

Também o Padre Tarcísio ressalta que as reflexões não estão dissociadas: “Não estamos começando do nada. Temos já uma série de informações e dados que certamente vão influenciar as reflexões nas paróquias, nas regiões episcopais e na Arquidiocese como um todo. Nesses âmbitos já há a experiência do sínodo arquidiocesano até o momento, e essas reflexões de agora para o Sínodo universal também irão nos ajudar nos encaminhamentos do sínodo arquidiocesano”, apontou.

No já referido artigo de 27 de outubro, o Cardeal Scherer recordou que a pesquisa de campo da etapa paroquial do sínodo arquidiocesano, em 2018, revelou a realidade religiosa, pastoral e social da Arquidiocese: “Nossa pesquisa é preciosa também para o Sínodo universal. Mas, antes de tudo, a reflexão sobre ela precisa ser retomada nas paróquias e comunidades, num grande processo de discernimento, para percebermos os muitos gritos ouvidos do povo”.

Padre Tarcísio Mesquita explicou que o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, a partir do vade-mécum do documento preparatório do Sínodo universal, fez resumo ilustrativo para facilitar a compreensão sobre o Sínodo, readequou algumas questões para que ficassem mais compreensíveis e orientou os padres a respeito de como conduzir o processo de reflexão com os membros dos Conselhos Paroquiais de Pastoral. “Os resultados das paróquias devem ser encaminhados às regiões episcopais até 15 de dezembro, e estas têm até o fim de fevereiro para repassar os dados compilados ao Secretariado Arquidiocesano de Pastoral”, detalhou.

Sínodo arquidiocesano 

A Comissão de Coordenação Geral do sínodo arquidiocesano já tem se reunido para organizar a assembleia arquidiocesana em 2022. O relatório final, que servirá como instrumento de trabalho, já está pronto, e levou em conta todas as reflexões do itinerário já percorrido.

“Os relatórios das regiões episcopais, feitos a partir dos relatórios das paróquias, e os dos vicariatos, bem como outras contribuições, foram compilados e repassados a uma comissão de redação, que encaminhou para os peritos do sínodo arquidiocesano. Estes os leram, fizeram observações e os remeteram novamente à equipe de redação, que a partir disso fez o relatório final”, detalhou o Padre José Arnaldo.

O Teólogo-perito do sínodo arquidiocesano comentou, ainda, que uma nova consulta será feita às paróquias no ano que vem: “Às vésperas da assembleia sinodal arquidiocesana, as comunidades deverão se envolver também. É um desejo do nosso Arcebispo que elas participem em oração pelo sínodo e na reflexão sobre o que fizemos até agora. Também se verá o que ainda falta, o que pode ser acrescentado, considerando que o período da pandemia trouxe uma forte experiência para a Igreja e que pode indicar novos caminhos para que cumpra a sua missão na cidade”.

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