Doze princípios e prioridades de Francisco para um mundo melhor

Francisco, assim como seus antecessores, foi um Papa muito comprometido com os problemas e sofrimentos das pessoas em nosso tempo. Selecionamos aqui 12 temas que ilustram seu posicionamento, que – nunca é demais reafirmar – nascia da caridade cristã, não de uma posição ideológica. 

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1. Opção preferencial pelos pobres, por uma economia que faça viver. Francisco defendeu a “opção preferencial pelos pobres”, criticando a “economia da exclusão” e a idolatria do dinheiro. Queria uma economia organizada em função do bem comum, não do lucro de uns poucos, a serviço do desenvolvimento humano das pessoas e do florescimento da vida. 

2. Cuidado com a Casa Comum, conservando o meio ambiente. Tomando o exemplo de São Francisco, via em toda a Criação um sinal do amor de Deus. Lembrava que ela nos foi dada para que a conservássemos e usássemos com sabedoria, não nos dando o direito de destruí-la por ganância; destacava que cuidar do planeta é inseparável do cuidado com os mais pobres. Também se comprometeu com a luta em prol da redução da emissão dos gases causadores das mudanças climáticas 

3. Diálogo, rumo a uma cultura do encontro. Insistia no diálogo como caminho para superar polarizações e construir pontes entre diferentes culturas, religiões e povos. Para ele, o diálogo não deveria se contentar com pactos formais, mas deveria propiciar verdadeiros encontros humanos, nos quais as pessoas se descobrissem irmãos, apesar das suas diferenças. 

4. Fraternidade e solidariedade, para a construção da paz. O diálogo e a cultura do encontro permitem a construção de um mundo mais fraterno, um lugar de paz, sem espaço para a guerra, o armamentismo e a violência estrutural. Francisco afirmava que a paz nasce do respeito à dignidade humana, da justiça social e da solidariedade entre os povos.

5. Dignidade da pessoa humana, com atenção especial aos pobres e aos direitos humanos. Assim, na base da cultura do encontro e da fraternidade, encontra-se o reconhecimento da dignidade intrínseca a toda pessoa, que se manifesta em seus direitos humanos, que devem ser reconhecidos como um valor acima de qualquer interesse político ou econômico. 

6. Defesa da vida, cuidado com os doentes e idosos. O reconhecimento dessa dignidade se manifesta particularmente na defesa da vida, em todas as suas etapas, do nascituro ao idoso. Francisco destacava particularmente o valor dos doentes e idosos, condenando o abandono e propondo uma sociedade que cuide dos mais frágeis com amor e respeito. 

7. Acolhida aos migrantes e refugiados. A fraternidade e o reconhecimento da dignidade de toda pessoa humana levam à acolhida, proteção, promoção e integração de migrantes e refugiados – na contramão de uma tendência atual de nacionalismos fechados. O Papa lembrava que a acolhida ao estrangeiro era central no Antigo Testamento e que a própria Sagrada Família foi refugiada no Egito. 

8. Superação da cultura do descarte. A mentalidade individualista, pragmática e autocentrada de nossos tempos gerou uma “cultura do descarte”, que elimina pessoas consideradas “inúteis” – pobres, idosos, migrantes, doentes – e também contamina o meio ambiente com os produtos descartados pela atividade humana. Francisco pede uma mudança de mentalidade, valorizando cada vida, promovendo a inclusão e um estilo de vida mais austero. 

9. Acolhida às minorias e valorização da mulher. Um dos pontos mais polêmicos do pontificado de Francisco, a acolhida a homossexuais e às famílias em situação considerada irregular, era proposta por ele como dever maior de caridade cristã, sem nunca se opor ao magistério da Igreja. Na mesma linha, insistia na valorização da mulher, com o reconhecimento de seu justo lugar e de sua contribuição na sociedade e na Igreja. 

10. Defesa da família. Infelizmente, as polêmicas ideológicas não permitiram que muitos conhecessem a rica contribuição que o Papa Francisco deu tanto para a valorização da família como núcleo fundamental da sociedade quanto para a orientação, acolhida e apoio às famílias em dificuldade. 

11. Escuta e valorização dos Jovens, responsabilidade para com as gerações futuras. A juventude amava Francisco e era particularmente amada por ele. O Papa sempre a exortou a construir um mundo melhor, amando ao próximo e cuidando do planeta, com dedicação e esperança. Paralelamente, cobrava dos dirigentes atuais a responsabilidade de deixar um mundo melhor para as futuras gerações. 

12. Uso responsável da tecnologia e da Inteligência Artificial (IA). Paradoxalmente, já idoso e no final da vida, Francisco levou a Igreja a emitir as mais lúcidas, sensatas e propositivas considerações sobre o uso das novas tecnologias e da IA. Reconhecia seus méritos e denunciava seus perigos, apontando um caminho seguro a seguir: o do respeito à dignidade de todas as pessoas e o serviço ao desenvolvimento humano integral. 

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