Economia de Francisco e Clara na Quaresma

Na Quaresma, a Igreja no Brasil, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Campanha da Fraternidade, nos chama a “despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho; renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária”. Neste ano, a CF volta a refletir sobre a fome que assola nosso país, reduzida no passado, mas que hoje volta a ser realidade em nosso cotidiano.

Somos interpelados a encontrar em nossas vidas e realidades, momentos para orar, jejuar e praticar atos de caridade em relação “ao combate à fome”. Como bem nos lembra Bento XVI, “a partilha dos bens e recursos, da qual deriva o autêntico desenvolvimento, não é assegurada pelo simples progresso técnico e por meras relações de conveniência, mas pelo potencial do amor que vence o mal com o bem (cf. Rm 12,21) e abre à reciprocidade das consciências e das liberdades.” (Caritas in Veritate, 9).

É nesse sentido que encontramos a atual proposta do Papa Francisco, da Economy of Francesco ou, como chamamos no Brasil, da Economia de Francisco e Clara (ABEFC), de alterar a economia, construindo aquela do amanhã, inclusiva, humana, que gera vida e conserva o meio ambiente. Nessa perspectiva, vemos que o desafio da fome passa por questões econômicas-sociais-ambientais, principalmente pela superação da desigualdade social que atinge todos os cantões do planeta.

Como Francisco nos lembra, trata-se de alterar a economia “olhando para o mundo por meio dos olhos dos mais pobres”, “fazendo com os pobres”, pois estes sabem a dor e a realidade da pobreza e de passar fome. Além disso, é possível repensarmos como nos relacionamos com a comida, como podemos evitar o desperdício e optar por alimentos que favorecem mais a vida, e como podemos compartilhar nossos alimentos ou fazer doação para instituições que combatem a fome (como o Sefras – Serviço Franciscano de Solidariedade).

O combate à fome implica decisões nas quais a caridade se realiza como ato concreto do aprofundamento do encontro com Deus. Precisamos nos abrir à graça e pedir para reencontrar Cristo na oração, no jejum e no ato de caridade para combatermos a fome.

ACESSE A ÍNTEGRA DO CADERNO FÉ E CIDADANIA

Deixe um comentário