Jubileu 2025: a esperança cristã não é otimismo vazio nem incerteza

Arte: Sergio Ricciuto Conte

Frequentemente, vivemos vencidos por uma grande desesperança em relação a nós mesmos, à nossa família, ao nosso trabalho, ao mundo… Por isso, o Papa e a Igreja acertam ao reproporem, para o Jubileu de 2025, o tema da esperança. É ela que mais falta. Apostamos naquilo que não pode dar sentido à vida: o sucesso profissional, o bem-estar material, a utopia política… Multiplicam-se os sinais de que muitas coisas estão erradas. Não querer mais casar, nem ter filhos ou assumir compromissos mais exigentes demonstram a incerteza quanto ao futuro, cada vez mais assustador. Os desastres climáticos vão destruindo nosso otimismo baseado nos sucessos humanos, na ciência, na técnica e na economia.

A Igreja, profeticamente, nos mostra, ao retomar o tema da esperança, como temos nos apoiado na esperança errada, que nos ilude e nos deixa perdidos. A esperança verdadeira é aquela que nasce do relacionamento com Cristo e da fé. Como, de forma exemplar, em meio às maiores tribulações, nos testemunham os mártires cristãos: somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos em apuros, mas não desesperançados; derrubados, mas não aniquilados (II Cor 4, 8-9). Os mártires de todos os tempos nos revelam que essa experiência não é ficção, que os fracassos e a morte não dão a última palavra sobre a vida.

A esperança cristã não é apenas uma dimensão de nossa vida interior. Ela tem uma dimensão social e até política. Iniciando o caminho para o Jubileu, esta edição do Caderno Fé e Cidadania se dedica especificamente a essas dimensões.

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