O necessário anúncio da dignidade infinita

O Ícaro, de H. Matisse, que voa não com asas de cera, mas com o próprio coração

A denúncia de tais graves violações da dignidade humana é um gesto necessário porque a Igreja nutre a profunda convicção que não se pode separar a fé da defesa da dignidade humana, a evangelização da promoção de uma vida digna, a espiritualidade do empenho pela dignidade de todos os seres humanos.

Tal dignidade de todos os seres humanos pode, de fato, ser entendida como “infinita” (Dignitas infinita), como São João Paulo II afirmou em um encontro com pessoas com certas limitações ou deficiências (S. João Paulo II, Angelus com pessoas com deficiência na Catedral de Osnabrück, 16 de novembro de 1980), a fim de mostrar como a dignidade de cada ser humano vai além de toda aparência exterior ou de toda característica da vida concreta das pessoas.

O Papa Francisco, na encíclica Fratelli tutti, quis sublinhar com particular insistência que esta dignidade existe “para além de toda circunstância”, convidando todos a defendê-la em todo contexto cultural, em todo momento da existência de uma pessoa, independentemente de qualquer deficiência física, psicológica, social ou, também, moral. A este propósito, a declaração se esforça por mostrar que nos encontramos diante de uma verdade universal, que todos precisamos reconhecer como condição fundamental para que as nossas sociedades sejam verdadeiramente justas, pacíficas, sadias e, por fim, autenticamente humanas.

(Trecho da Apresentação da Declaração Dignitas infinita, escrita pelo Cardeal Víctor Manuel Fernández)

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