A Jerusalém celeste e suas portas abertas

No domingo, o Senhor nos reúne para nos alimentar com sua Palavra. Renovemos o desejo de sempre darmos atenção à sua voz; assim, alcançaremos a serenidade e a paz de espírito que buscamos todos os dias. A Igreja Católica continua a nascer nas águas do Batismo e a seguir alimentada pela Eucaristia: é a Igreja peregrina que, há mais de 2 mil anos, é sinal de Deus por entre as provações da história. De modo belíssimo, o Apocalipse descreve a Igreja, a Jerusalém celeste e gloriosa, esposa do Cordeiro, nossa Mãe Católica: é a Igreja que não nasce de algum projeto humano, mas do coração de um Deus que nos amou, para fazer de nós uma nova humanidade. Deu-nos um novo rosto! No circo onde trabalhei, havia um palhaço idoso, que dizia: “Antes eu era jovem e bonito! O tempo passou e, agora, sou só bonito!”. A Igreja de Jesus Cristo é para sempre jovial e para sempre bonita!

Dom Dadeus Grings, no livro “Nossos dois primórdios”, diz: “São Paulo falará de uma nova raça, a raça dos filhos de Deus. A bênção de Cristo cria uma nova civilização: a civilização do amor. A nova bênção que se derrama sobre toda a humanidade é do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O próprio Deus, uno e trino, vem morar no meio dos homens. A bênção do Novo Testamento cria um novo relacionamento dos homens com Deus e dos homens entre si: são família de Deus”. Nessa relação Criador-criatura, lemos que a Igreja é a herança de Israel; cercada por alta muralha, com doze portas. Nas portas, estão escritos os nomes das doze tribos de Israel. Porém, a Igreja é Católica! Está aberta a todos os povos; as portas estão abertas em todas as direções: há três portas no lado do oriente; três, ao norte; três, ao sul; e três, ao lado do poente. Nos doze pilares da muralha, estão escritos os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Caríssimos, a Igreja é a esposa. Não danifiquemos a beleza e a santidade da aliança de Deus conosco.

Na liturgia do 6o Domingo da Páscoa, os Atos dos Apóstolos contam que os cristãos vindos do paganismo não necessitavam cumprir a Lei de Moisés, pois, nossa Igreja, não é uma seita judaica. Nas decisões mais importantes, os apóstolos tinham consciência de que eram assistidos pelo Espírito Santo. Oxalá nossas decisões familiares sejam tomadas na verdade e no Espírito Santo! Somos habitados por Deus. O Pai habita em nós com Jesus e o Espírito Santo. Então, nos despojemos de nós mesmos para termos um coração livre e puro. E em paz! A presença de Deus gera paz. Não é cristão maduro quem não constrói a paz. Na Jerusalém celeste, a paz será absoluta.

Por enquanto, é luta! Entre alegrias e decepções: no que entendemos de imediato e naquilo que não conseguimos compreender. E jamais desanimemos diante da trágica constatação do Eclesiastes: “Uns e outros vão para o mesmo lugar: vêm do pó e ao pó retornam” (3,20). A vida começa e a vida termina. Ninguém pode fugir dessa realidade. Nesse curto intervalo entre o nascimento e a morte, Jesus pede que O deixemos agir: preparar o terreno, limpar, semear, fazer germinar a semente e crescer o que foi plantado, para colhermos os frutos. Nosso coração não se perturbe! Não nos sintamos abandonados. Não tenhamos medo, pois não estamos sozinhos: o Espírito Santo estará sempre conosco!

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