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Católico?

Há muitas maneiras de ser católico. Há quem apenas foi batizado e nunca se envolveu com a sua comunidade de fé da Igreja católica; há quem crê “do seu jeito” e desconhece inteiramente ou tem apenas noções vagas sobre os elementos básicos da fé católica. Há também quem crê, mas caminha com a Igreja somente em momentos especiais. E há muitos, graças a Deus, que creem com firmeza e caminham com a Igreja, envolvendo-se com suas propostas de vida e ação.

O que a Igreja católica esperaria dos seus membros? Antes de tudo, que o católico seja alguém que crê em Jesus Cristo, Salvador e, do seu Evangelho, aprenda mais e mais a conhecer as demais verdades da fé, que a Igreja católica professa e proclama; e, também, que aprenda a seguir o caminho da fé na vida prática, pessoal e comunitária. Espera-se, também, que caminhe com a Igreja, sua comunidade e família de fé, com os irmãos na fé, aprendendo deles e participando com eles, das alegrias e esperanças do seguimento de Cristo. E deseja que o católico participe da missão da Igreja, nas múltiplas maneiras de exercer essa missão.

Ter fé em Deus, de maneira genérica, é um bom início, mas é insuficiente. A todo católico é recomendado que conheça a sua fé, buscando instruir-se nela por meio da Palavra de Deus e da Igreja, sobretudo no seu Catecismo. Nele, a Igreja explica o que ela crê – o Creio em Deus Pai; por que ela crê assim – os fundamentos e as razões da fé; como ela expressa sua fé na oração – a Liturgia e a oração; e como ela testemunha essa mesma fé na vida prática – a moral pessoal e social.

“Sou católico do meu jeito”: quem já não ouviu essa afirmação? De fato, não é bem assim, pois o ser católico segue referências que valem para todos os católicos e não é cada um que inventa uma própria religião católica para si. Seria muito cômodo! Por isso, existe a “regra de fé”, ou “profissão de fé” católica, válida para todos os filhos da Igreja. Existe também a “regra de vida”, própria dos católicos, que é fundamentalmente constituída pelos 10 mandamentos da Lei de Deus e pela palavra de Jesus no Evangelho. E existe a “regra do culto e da oração”, constituída pela Liturgia e a celebração dos Sacramentos.

É bem compreensível que nem todos tenham a possibilidade de explicar, por sua conta, as verdades da fé, as razões da fé, os mistérios da fé celebrados na liturgia e a moral que praticamos. Por isso, o católico acolhe a fé como um ato livre e pessoal, como dom precioso de Deus; mas, também, como ato eclesial e comunitário: Cremos como crê a Igreja e cremos com a Igreja que crê assim. Não estamos sozinhos na fé, mas caminhamos com todo um povo que crê e testemunha essa mesma fé. Cremos com as grandes testemunhas da fé: os Santos, os Mártires, os Doutores da Igreja, os Pastores santos. Por isso, para viver a fé, crescer e perseverar nela, é necessário caminhar com a Igreja. Quem se isola e não participa da vida da Igreja vai ficando sozinho, tem dificuldades para enfrentar as crises religiosas da vida e acaba perdendo a fé.

Há algumas questões básicas que deveriam fazer parte da vida cotidiana de todos os católicos. Antes de tudo, a oração cotidiana. Jesus rezou, ensinou a rezar e orientou que é preciso rezar sempre, sem nunca desistir (cf. Lc 18,1-8). A oração é o alimento e o respiro da alma. A planta que não recebe luz e água definha e morre; a pessoa que não reza também fica fraca na fé e pode perder a fé. Quem crê, reza. Quem não reza, certamente, é porque não crê. Na prática católica, há um costume que vem de tempos bíblicos: Rezar ao menos três vezes ao dia: no início do dia, ao meio-dia e no entardecer. A oração diária pode ser feita em privado ou na companhia de outras pessoas. Bom seria rezar em família, ao menos uma vez no dia.

Outra prática católica indispensável é a participação na missa dominical, conforme é mandamento da Igreja. O Domingo é, para nós, o “dia de Deus”, dia do Senhor Jesus ressuscitado no meio de nós, quando nos reunimos em seu nome. É o dia dedicado à adoração e ao louvor de Deus, para acolher sua palavra, alimentar a fé e pedir as ajudas necessárias a Deus. É o dia do encontro com os irmãos de fé, da ajuda recíproca e da animação na caridade e na esperança. Domingo é o dia do testemunho comunitário da fé e do novo envio da Igreja em missão. Para os católicos, a participação na celebração dominical deveria ser o primeiro de todos os compromissos do Domingo. A participação na celebração dominical é verdadeira “escola da fé”, em que aprendemos, passo a passo, a conhecer, acolher e expressar os tesouros da nossa fé.

Não poderia concluir estas reflexões breves sobre o que significa ser católico, sem mencionar que o católico deve ser pessoa justa, honesta e ativa na edificação da sociedade, promotor da solidariedade e da paz no convívio humano, a partir das convicções de fé que traz consigo. Assim, todo católico é chamado a participar, de muitas maneiras diferentes, da missão da Igreja a serviço da humanidade.

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